
Ainda havia medo nos rostos das pessoas e dentro das casas entre as ruelas de Jerusal�m no primeiro dia da semana em que Jesus ressuscitou. Estando reunidos a portas fechadas, Ele se p�e entre os disc�pulos desejando paz.
Oito dias depois, agora Tom� estando presente, Jesus novamente se p�e entre eles e convoca Tom�, que duvidava da ressurrei��o, para colocar a m�o em suas chagas.
Oito dias depois, agora Tom� estando presente, Jesus novamente se p�e entre eles e convoca Tom�, que duvidava da ressurrei��o, para colocar a m�o em suas chagas.
Afinal, onde andava Tom�, que n�o estava entre os disc�pulos na primeira apari��o? S�o Greg�rio responde: “Julgais que aquele disc�pulo estivesse ausente, que ao voltar ouvisse contar, que ao ouvir duvidasse, que ao duvidar tocasse e que ao tocar acreditasse?
Tudo isso n�o aconteceu por acaso, mas por disposi��o da provid�ncia divina. A bondade atuou de modo admir�vel a fim de que aquele disc�pulo que duvidara, ao tocar as feridas do corpo do Mestre, curasse as feridas da nossa incredulidade. Mais proveitosa foi para a nossa f� a incredulidade de Tom� do que a f� dos disc�pulos”.
Tudo isso n�o aconteceu por acaso, mas por disposi��o da provid�ncia divina. A bondade atuou de modo admir�vel a fim de que aquele disc�pulo que duvidara, ao tocar as feridas do corpo do Mestre, curasse as feridas da nossa incredulidade. Mais proveitosa foi para a nossa f� a incredulidade de Tom� do que a f� dos disc�pulos”.
Embora Cristo tivesse avisado que voltaria, os disc�pulos custaram a entender a ressurrei��o e reagiram mostrando medo. Talvez porque temessem que tamb�m fossem presos pelo sin�drio ou pelos guardas romanos, talvez porque fossem gente simples, incapazes de entender algo para o qual n�o tinham explica��es.
Estavam diante de um fen�meno totalmente novo para eles, ultrapassando o horizonte das suas experi�ncias. O que era ressurrei��o? Se nunca tinham visto, ent�o n�o existia. Mas n�o. No encontro com Jesus foram conquistados pela nova realidade.
Estavam diante de um fen�meno totalmente novo para eles, ultrapassando o horizonte das suas experi�ncias. O que era ressurrei��o? Se nunca tinham visto, ent�o n�o existia. Mas n�o. No encontro com Jesus foram conquistados pela nova realidade.
Saindo da hist�ria sagrada, vamos para a Inglaterra do s�culo 17, quando se acreditava que todos os cisnes eram brancos, porque se todo mundo s� conhecia cisne branco, ent�o n�o existia de outra cor.
At� que um europeu chega na desconhecida Austr�lia e v� deslizando sobre os mares lindos cisnes negros, jogando por terra a cren�a na impossibilidade da exist�ncia de cisnes negros.
At� que um europeu chega na desconhecida Austr�lia e v� deslizando sobre os mares lindos cisnes negros, jogando por terra a cren�a na impossibilidade da exist�ncia de cisnes negros.
Como se diz popularmente nos c�rculos cient�ficos e filos�ficos, “aus�ncia de evid�ncia n�o � evid�ncia de aus�ncia”. Deve ter sido uma surpresa e tanto naquela �poca, pois “cisne negro” acabou virando uma express�o popularizada pelo escritor e matem�tico l�bano-americano Nassim Nicholas Taleb, autor de A l�gica do cisne negro. Hoje, no mundo das finan�as, se algu�m fala que uma coisa foi um cisne negro significa que foi pego de surpresa por algo impactante.
Bem, o coronav�rus n�o foi um cisne negro – ou foi?. Durante uma palestra, em 2015, Bill Gates j� dizia que o maior risco de uma cat�strofe global teria a apar�ncia de um coronav�rus. “Se alguma coisa vai matar mais de 10 milh�es de pessoas nas pr�ximas d�cadas, o mais prov�vel � que seja um v�rus altamente infeccioso”, disse.
A comunidade cient�fica trocava informa��es sobre o assunto h� bastante tempo, mas em janeiro deste ano, em Davos, quando um participante do F�rum Mundial que voltava de Cingapura tentou alertar sobre o tema, n�o lhe deram aten��o.
A comunidade cient�fica trocava informa��es sobre o assunto h� bastante tempo, mas em janeiro deste ano, em Davos, quando um participante do F�rum Mundial que voltava de Cingapura tentou alertar sobre o tema, n�o lhe deram aten��o.
E aconteceu: fomos todos empurrados para o abismo, a partir de mar�o, aqui no Brasil. Nosso cisne negro n�o tem a plumagem sedosa, n�o desliza pelas �guas, nem tem longos pesco�os e patas curtas. Mas ele existia, e como n�o o conhec�amos, o ignoramos.
Hoje, tentando voltar � normalidade, muita gente, cansada com tantas perguntas sem respostas, diz que passou a agir como se o v�rus n�o existisse. Taleb afirma que “a l�gica do cisne negro torna o que voc� n�o sabe mais relevante do que aquilo que voc� sabe” justamente por ser inesperado.
Que novos cisnes negros nos esperam? Que realidades inimagin�veis est�o por vir? At� quando medidas de emerg�ncia se tornar�o h�bitos de vida?
Que novos cisnes negros nos esperam? Que realidades inimagin�veis est�o por vir? At� quando medidas de emerg�ncia se tornar�o h�bitos de vida?
Hora de voltar ao princ�pio deste cap�tulo, lembrando Tom�. “Ouvir contar, ao ouvir duvidar, ao duvidar tocar e ao tocar acreditar.” � com a f� que vamos curar as feridas de nossa incredulidade, ter for�as para sair da casa com portas trancadas e andar destemidos pelas ruelas de Jerusal�m.
� com a f� que tornamos a ressurrei��o t�o real como a cruz. Deixemos os cisnes brancos e negros deslizarem em paz sobre as �guas.
� com a f� que tornamos a ressurrei��o t�o real como a cruz. Deixemos os cisnes brancos e negros deslizarem em paz sobre as �guas.