
Depois de os l�deres religiosos de Jerusal�m procurarem todo tipo de armadilha para provocar dificuldades para Jesus com o objetivo de julg�-lo e conden�-lo de forma exemplar por causa de suas pol�micas afirma��es, o Mestre finalmente � deixado em paz com as multid�es e os disc�pulos.
Em alguns momentos, a tens�o se agravou em confrontos em forma de perguntas e debates, mas a sabedoria divina deixava todos desconcertados. Respondia com perguntas, citava passagens do Antigo Testamento, n�o dizia nem sim nem n�o, nem agradava a uns e desagradava a outros.
Em alguns momentos, a tens�o se agravou em confrontos em forma de perguntas e debates, mas a sabedoria divina deixava todos desconcertados. Respondia com perguntas, citava passagens do Antigo Testamento, n�o dizia nem sim nem n�o, nem agradava a uns e desagradava a outros.
Vencedor, ningu�m mais ousa lhe fazer perguntas e Ele finalmente fica a s�s com o pequeno grupo de disc�pulos, faz seu longo discurso escatol�gico sobre o final dos tempos e antes de chegar ao Monte das Oliveiras, onde seria preso, conta par�bolas que falam de vigiar e orar, o servo fiel, o banquete de casamento.
A �ltima hist�ria � a Par�bola dos Talentos, a mais longa do Novo Testamento, onde Ele fala sobre um homem rico que antes de viajar confia seus bens a tr�s empregados, dividindo entre eles oito talentos (barra de ouro equivalente a seis mil den�rios, pesando cerca de 35 quilos).
O primeiro servo recebe cinco talentos e com habilidade dobra o valor. O segundo, com dois talentos, tamb�m dobra. O terceiro, que recebe um talento, nada faz, preferindo seguir as orienta��es da �poca que consideravam enterrar tesouros a melhor prote��o contra ladr�es.
O primeiro servo recebe cinco talentos e com habilidade dobra o valor. O segundo, com dois talentos, tamb�m dobra. O terceiro, que recebe um talento, nada faz, preferindo seguir as orienta��es da �poca que consideravam enterrar tesouros a melhor prote��o contra ladr�es.
Ao entregar sua fortuna, o homem torna-se dependente da honestidade dos servos, pois se eles n�o administrassem bem, ficaria arruinado. Sua rea��o � proporcional. Diz “muito bem” aos dois primeiros, os qualifica como “bons e fi�is” e lhes promete novas tarefas.
O interessante � que o empregado que recebe maior aten��o � o terceiro, que tem medo de arriscar, devolve o que nunca aceitou e faz um pequeno discurso para justificar seu descaso, atrevendo-se a acusar o senhor de ser o culpado por “querer colher onde n�o plantou”. O propriet�rio o chama de “mau e negligente”.
Jesus caminha para o final da vida p�blica e n�s nos dirigimos ao final do ano, momento apropriado para uma revis�o de valores: o que fizemos com nossos talentos, com “a parte que nos coube neste latif�ndio?”.
Jesus caminha para o final da vida p�blica e n�s nos dirigimos ao final do ano, momento apropriado para uma revis�o de valores: o que fizemos com nossos talentos, com “a parte que nos coube neste latif�ndio?”.
Est� de bom tamanho a nossa participa��o, nem larga nem funda, nem boiando na superf�cie nem nas profundezas dos oceanos?
Pegos de surpresa com um v�rus t�o invis�vel quanto poderoso, preferimos enterrar nossos talentos no ch�o, deixando-os adormecidos para n�o serem contaminados? Fomos um barquinho num riacho ou embarca��o para mar aberto?
Pegos de surpresa com um v�rus t�o invis�vel quanto poderoso, preferimos enterrar nossos talentos no ch�o, deixando-os adormecidos para n�o serem contaminados? Fomos um barquinho num riacho ou embarca��o para mar aberto?
Os crist�os sabem que os talentos s�o o patrim�nio que Deus nos confiou. Por isso n�o os esconde, mas os aplica. N�o enterra, mas planta. N�o guarda, mas multiplica. Todos recebemos dons, talentos, possibilidades.
Ningu�m � in�til ou descartado. Mas tem a miss�o de multiplicar o que recebeu. Acaba fazendo o mal se deixa de fazer o bem e cai no perigo da omiss�o. Muitas vezes achamos que est� tudo �timo.
Vamos � igreja, assistimos � missa, ao culto, n�o roubamos, n�o matamos. Temos pouco costume de nos cobrar o que poder�amos ter feito de bom e n�o fizemos. Padre Ant�nio Vieira � magistral: “A omiss�o � o pecado que mais facilmente se comete e com mais facilidade se desconhece; e o que facilmente se comete e dificultosamente se conhece, raramente se emenda. Omiss�o � um pecado que se faz n�o fazendo”.
N�o podemos abrir m�o de ser o que viemos para ser. Em algum momento, algum lugar, h� uma coisa que s� pode ser feita por n�s.
N�o podemos abrir m�o de ser o que viemos para ser. Em algum momento, algum lugar, h� uma coisa que s� pode ser feita por n�s.
N�o conv�m desiludir a eterna esperan�a de Deus em nossos talentos. Somos um universo inesgot�vel de pessoas construindo hist�rias. Deixemos o servo sozinho escondendo tesouros no ch�o e vamos acreditar que, juntos, multiplicando nossos talentos, mereceremos repetir o livro de G�nesis: “Olha para o c�u e conta as estrelas, se fores capaz”.
Noite ap�s noite, em anos sucessivos, outros muitos talentos se unir�o aos nossos formando uma verdadeira constela��o de estrelas resplandecendo na paz dos c�us.
Noite ap�s noite, em anos sucessivos, outros muitos talentos se unir�o aos nossos formando uma verdadeira constela��o de estrelas resplandecendo na paz dos c�us.
Talentos multiplicados – quem conseguir� contar?