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Estado de Minas Patr�cia Esp�rito Santo

Entre o frio e a frieza

"Melhor seria se as pessoas comprassem cobertores melhores, em menor quantidade"


29/05/2022 04:00

Frio
(foto: Datz/Divulga��o)

 
O frio sempre desencadeia a��es sociais interessantes. Como seres movidos � sazonalidade, nos sensibilizamos com o outro que n�o tem cama quente, com as crian�as que acreditam em Papai Noel, mesmo quando n�o ganham sequer um prato de comida na noite de Natal, com v�timas de trag�dias naturais ou desencadeadas pela irresponsabilidade e pela neglig�ncia humanas.
 
A mobiliza��o da popula��o chega a ser admir�vel at� que a noite passe, o sol nas�a, o dia nos envolva e nos engula atrav�s de suas m�ltiplas demandas exclusivas. Aquecidos, presenteados e de ressaca, voltamos � vida normal, acreditando que todos os demais tamb�m o tenham feito. Nossos assuntos mudam, nossas prioridades s�o substitu�das e a vida segue at� que algo aconte�a e os notici�rios nos despertem para a necessidade de nos mobilizarmos novamente em prol da solidariedade.
 
A quest�o � que, acostumados e viciados no julgamento do que seja certo ou errado, justo ou n�o, atropelamos nossas melhores inten��es. Cheguei a essa conclus�o ap�s ouvir um senhor contar que havia sido "cancelado" por alguns amigos depois que se negou a ajudar na compra de "cobertores de doa��o".
 
Com medo de eu tamb�m o classificar como mesquinho e desalmado, ele se justificou dizendo que os cobertores em quest�o n�o servem para aquecer, visto que n�o h� pele que suporte o contato com o material de que s�o feitos. Preferiu ent�o ajudar outras a��es de outras formas.
 
Comentou que como trabalha pr�ximo � zona de concentra��o de pessoas sem teto no Centro da cidade onde mora, todo ano v� pilhas de cobertores sendo dispensados. "Melhor seria se as pessoas comprassem cobertores melhores, em menor quantidade, e doassem de cora��o, e n�o por impulso ou sentimento de culpa."
 
Ele se surpreendeu com o fato de eu dizer que al�m de entend�-lo eu concordava com seu ponto de vista. Para satisfazer nossa necessidade de nos sentirmos �teis e caridosos, muitas vezes trocamos a racionalidade pela sensibilidade cega.
 
Muitas vezes, agimos como se a quantidade de pe�as distribu�das fosse reduzir o peso em nossa consci�ncia. 
 
Primeiro, precisamos substituir a culpa pela responsabilidade e depois refletir sobre que a��es est�o ao nosso alcance e s�o de fato efetivas. Qualquer um pode fazer muita coisa. O que nos falta � acreditar nisso e incluir a solidariedade em nosso cotidiano, tirando-a do modo emerg�ncia, tempor�rio e espor�dico.

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