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A vida � para viver

N�o importa como chegamos ao mundo, se planejados, se desejados ou n�o, se nos quiseram pouco, nada ou at� demais. Desistir da vida pelo outro � jog�-la fora ou desperdi�ar seu valor


postado em 15/03/2020 04:00

A vida � um processo em constante movimento. �s vezes, as pessoas reclamam pelos problemas que nunca terminam, se cansam de resolver coisas o tempo todo. A vida � um processo constante at� que se apague. � feita de acontecimentos. E s� descansamos quando ela acaba, pelo menos � o que dizem. Descansaremos em paz um dia, mas por enquanto s� temos a vida.

E a vida � para viver. � uma d�diva que recebemos e temos de nos virar com ela. N�o importa como chegamos ao mundo, se planejados, se desejados ou n�o, se nos quiseram pouco, nada ou at� demais. S�o infinitas e singulares as chegadas.

Um nascido foi atirado no lixo para morrer ou quem sabe ser encontrado. Outro com um g�nero que desagradou o desejo dos pais, outra chorava muito deixando a m�e exausta e querendo atir�-la pela janela. Houve aquele que dormia demais ou de menos, ou era birrento, doente preocupou zelosos pais. At� a�, tudo concerniu aos cuidadores.
As hist�rias s�o tantas e t�o singulares que n�o h� como entend�-las nem padroniz�-las. E assim s�o os seres falantes: cada um com sua hist�ria, suas marcas e suas pr�prias interpreta��es sobre tudo que viveu, e nem sempre entende os seus pr�prios motivos para ser como �. Marcas na alma os fazem ser quem s�o.

Nada disto est� ao alcance do rec�m-nascido. O que as pessoas fizeram ou fazem conosco nos marca e faz sofrer ou n�o. O que vem do outro n�o depende de nossas escolhas. Chegamos � vida por decis�o alheia e aqui estamos vulner�veis e fr�geis, e mesmo que mostremos nossa casca mais grossa, ainda assim somos sens�veis e afetados pelo afeto que vem do outro, seja negativo ou positivo.

O que o outro nos fez, o que sente ou pensa a nosso respeito n�o podemos alterar ou impedir. N�o podemos controlar que falem bem ou mal sobre n�s ou sequer o que queremos que nos diga. O outro � alteridade radical.
Independentemente disto, temos relativo poder sobre o que fazemos com o que nos fazem. E se temos uma vida para viver, � melhor termos posicionamento, n�o permitir que nada que o outro fa�a nos retire o direito ao prazer de viver. Sei que falando assim algu�m poderia dizer: falar � f�cil. Certo, falar � f�cil. N�o somos inabal�veis e muitas coisas nos atingem profundamente. N�o se pode negar.

N�o h� como passar pela vida sem sofrimentos. Sem ser contrariado. Sem nos aborrecer e odiar em algum momento quem nos desrespeita, quem quer impor sua verdade como �nica ou mesmo promover controv�rsias, brigas, cobran�as indevidas e separa��es, que s�o muitas vezes dolorosas. E inevit�veis.

Sentir o peso da vida e se cansar da peleja � normal e at� comum. Em algum momento sentir que n�o se pode mais suportar a vida tamb�m. Quantas vezes se dorme desanimado e se acorda renovado? � bom lembrar nestes momentos que a vida � uma d�diva, � o que se tem. Portanto, n�o importa o que lhes fizeram, n�o importa se os pais as rejeitaram, se foram tra�das, se o casamento acabou. Nem mesmo se os filhos lhes viraram as costas, o emprego foi perdido e o dinheiro acabou. Precisam continuar vivendo.

Ainda assim, a vida vale muito, nos dediquemos a viv�-la e bem. Desistir dela pelo outro � jog�-la fora ou desperdi�ar seu valor. Saibamos separar as consequ�ncias do outro em n�s. O desejo, mesmo que desapare�a temporariamente, � como a f�nix, morre e renasce das cinzas. Desejamos o que nos falta, o que n�o temos, e � do vazio que o desejo surge. Afinal, diz a mitologia que o desejo nasceu do encontro da mis�ria com a riqueza.

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