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Estado de Minas OPINI�O SEM MEDO

Crise de alimentos: Bolsonaro que se prepare. E n�s, tamb�m

O inimigo agora � outro. N�o s�o os corruptos ou os comunistas. Vai ser dif�cil encontrar uma cloroquina para esconder a realidade


11/09/2020 06:00 - atualizado 11/09/2020 07:25

(foto: Wikimedia commons)
(foto: Wikimedia commons)

Mais que qualquer grande esc�ndalo - at� porque n�o sabemos mais o que de fato � grande - ou quest�es pol�ticas e ideol�gicas, o que derruba mesmo um governo, aqui e no mundo, chama-se comida. Ou melhor, a falta dela. At� aturam-se certas doses de infla��o, recess�o, desemprego, autoritarismo, safadeza, mas quando a barriga ronca, meu chapa, danou-se.

O Brasil come�a a sentir um gosto amargo que n�o sentia desde o in�cio do Plano Real; e a� j� se v�o quase trinta anos! H� toda uma gera��o que n�o sabe o que � n�o encontrar feij�o, arroz e carne nas prateleiras, ou encontrar e n�o conseguir comprar. H� d�cadas n�o se via um movimento t�o forte de remarca��o de pre�os em t�o curto espa�o de tempo.

Dilma foi para o brejo quando a infla��o ultrapassou 10% e o desemprego atirou 12 milh�es de brasileiros nas ruas. Por�m, al�m dos esc�ndalos de corrup��o, da perda total de apoio pol�tico e do estelionato eleitoral, a disparada da cesta b�sica foi determinante para seu fim. Recorram �s not�cias da �poca e encontrar�o uma situa��o bem parecida com a de hoje.

Os efeitos econ�micos mais perversos e dr�sticos da pandemia do novo coronav�rus est�o sendo contidos com a ajuda federal, o chamado corona voucher. Contudo, a partir deste m�s, o valor deve cair dos atuais 600 reais para 300 reais. Ou menos ainda. Na contram�o, a subida de pre�os dos alimentos e at� mesmo a falta deles. 

De nada adiantar� a demagogia barata de sempre entrar em cena, pois culpar produtores rurais e supermercadistas n�o ajudar� em nada a Jair Bolsonaro e seu governo err�tico, como n�o ajudou a estoquista de vento nem a nenhum outro presidente antes dela. Collor e Sarney, por exemplos, est�o a� para confirmar.

Uma conjun��o de fatores promete deixar a situa��o ainda mais dram�tica: o d�lar continua nas alturas, a produ��o mundial est� aqu�m do necess�rio, o transporte mar�timo opera com capacidade m�nima e os governos est�o injetando dinheiro nos bolsos dos cidad�os, que, em casa ou com pouca op��o de compra, gastam tudo com comida e bebida.

N�o ser� f�cil para o mito e seu posto Ipiranga sairem dessa. Como n�o ser�o f�ceis para os brasileiros os dias vindouros. N�o bastasse a maldita COVID e os efeitos s�cio-econ�micos, a dupla “carestia e desabastecimento” atormentar� nossas vidas outra vez. Ato cont�nuo, crise pol�tica, revolta popular, elei��es, planos econ�micos e… impeachment

Confesso que, aos 53 anos, meu saco j� encheu.

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