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Estado de Minas OPINI�O SEM MEDO

COVID-19: nada est� t�o ruim que n�o possa piorar; abril chegou

O mar�o mais f�nebre da nossa hist�ria apenas abriu a porta para um m�s que deve ser ainda pior


01/04/2021 07:00 - atualizado 01/04/2021 14:13

(foto: Nelson Almeida/AFP)
(foto: Nelson Almeida/AFP)

O Brasil assiste, metade at�nito, metade nem a�, a uma carnificina sem igual em nossos mais de cinco s�culos de triste exist�ncia. 

Um ano ap�s o primeiro caso de COVID-19 no Pa�s, quando muitos previam estarmos, � essa altura, vivendo um “novo normal”, continuamos parte trancafiados, parte doentes, parte morrendo, enquanto parte continua apostando em cloroquina, desafiando o v�rus de peito aberto, como quer o presidente, e tocando a vida como se nada estivesse acontecendo.

Enquanto o mundo civilizado se mobilizava, o Brasil se divertia. Enquanto governantes respons�veis uniam seus povos, Bolsonaro, o verdugo do Planalto, nos desunia. Enquanto governos dignos compravam vacinas, o nosso comprava verm�fugo. Quem seguiu a ci�ncia e a medicina, hoje v� o coronav�rus em decl�nio. Quem, ao contr�rio, desdenhou da doen�a, desafiou o v�rus e pregou curandeirismo, j� n�o d� conta de enterrar os mortos.

Fechamos mar�o com quase 70 mil v�timas fatais por COVID-19. O �ltimo dia do m�s levou embora mais 4  mil brasileiros. Somos, h� tr�s semanas seguidas, o epicentro da pandemia no mundo. Com pouco menos de 3% da popula��o mundial, somos respons�veis por quase 50% dos �bitos atuais. Sozinhos, matamos mais que as outras sete na��es seguintes. E tudo isso � apenas parte do pesadelo.

Abril promete ser ainda pior. Mas a culpa n�o � do quarto m�s do ano, aquele que, em 1967, presenteou a humanidade com ningu�m menos do que eu. Abril ser� mero reflexo do que foi, ou melhor, do que fizemos em dezembro, janeiro e fevereiro passados. O natal, o r�veillon e o carnaval (as viagens) cobrar�o, al�m das parcelas no cart�o de cr�dito, vidas humanas. Como 2+2=4, aglomera��es e festas resultam em cont�gio. Cont�gio, em doentes. Doentes, em mortes.

Todas as organiza��es m�dicas e autoridades sanit�rias respons�veis previram e alertaram para o colapso destes dias. Infelizmente, liderados pelo desgoverno homicida de Jair Bolsonaro, parte da popula��o deu de ombros para os avisos, tenha sido por necessidade, tenha sido por irresponsabilidade, tenha sido por mera estupidez. Hoje, Luiz Henrique Mandetta, Nat�lia Pasternak, Atila Iamarino e tantos outros m�dicos e cientistas decentes podem dizer que, infelizmente, sempre estiveram certos e, boa parte de n�s, errados.

A c�lebre frase “antes de melhorar, vai piorar” � mais do que verdadeira atualmente. Ainda n�o alcan�amos, e nem estamos perto disso, n�meros razo�veis na vacina��o di�ria. Nosso governo negacionista, como sabemos, recusou 70 milh�es de doses do imunizante da Pfizer, ainda em meados de 2020, e n�o “correu atr�s” dos demais fornecedores, como Moderna e Johnson, por exemplo. 

Para piorar, por motivos pol�ticos mesquinhos, pr�prios de sociopatas e populistas tiranos, como � o caso do amig�o do Queiroz,  enxovalhou a CoronaVac e dificultou o quanto pode sua importa��o, produ��o e distribui��o pelo Instituto Butantan, comandado pelo governo de S�o Paulo, hoje nas m�os do desafeto do “mito”, Jo�o Doria.

O cont�gio desenfreado das novas variantes do madito Sars-Cov-2 atinge as camadas mais novas da sociedade, que se recuperam mais lentamente, entupindo os j� entupidos hospitais. Com a superlota��o, come�am a faltar, al�m de leitos (que j� est�o em falta), rem�dios essenciais para intuba��o, oxig�nio e m�o de obra especializada.

Tudo isso somado ir� produzir - e aqui n�o � previs�o; � certeza - um abril t�o sangrento, mas t�o sangrento, que far� mar�o parecer os dias mais tranquilos de 2020. Como eu sei? Ora, n�o acreditando no pai do senador das rachadinhas e da mans�o de 6 milh�es de reais, e ouvindo m�dicos e cientistas que prestam. Todos s�o un�nimes em prever este caos.

Se voc�, leitor amigo, leitora amiga, chegou at� aqui, mais um segundo para um �ltimo recado: se puder, fique em casa; se sair, use m�scara e mantenha o m�ximo de distanciamento social poss�vel, e leve consigo �lcool em gel e higienize constantemente as m�os; t�o logo chegue sua vez, corra para se vacinar, e uma vez vacinado, espere a segunda dose e mais 30 dias antes de se arriscar por a�. 

Paci�ncia e resili�ncia trar�o seguran�a e responsabilidade. No limite, far�o a diferen�a entre viver e morrer. Pense em voc�. Pense em quem voc� ama. Por favor.

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