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Estado de Minas OPINI�O SEM MEDO

O pior inimigo da humanidade � e sempre ser� o pr�prio homem (est�pido)

Nunca os seres humanos estiveram t�o conectados. Ao contr�rio do que se pensava, a luz n�o iluminou a escurid�o


03/01/2022 07:47 - atualizado 03/01/2022 09:25

ilustração do planeta terra, como se fosse plano
"� por demais irritante perceber, bem ao nosso lado, gente que acredita na planitude da Terra" (foto: info escola)


Orbitando uma estrela inimaginavelmente gigante, com dia, m�s e hora para explodir, em meio � tempestades ininterruptas de milh�es de corpos celestes imensos, ‘raspando’ nossas franjas em velocidades hipers�nicas, a Terra n�o corre risco de extin��o maior do que com as merdas que fazem os pr�prios seres humanos, esp�cie dominante do planeta.

A despeito de todo o poder que nos traz o posto de Reis do Universo, apenas por mera curiosidade, � certo que a civiliza��o mais bem-sucedida do mundo � a das formigas, com suas in�meras esp�cies, formando nada menos do que 20% da biomassa do planeta, sendo os habitantes mais longevos e organizados que temos not�cia. Isso, sim, � sucesso.

Humanos, tal qual nos conhecemos, para ser extremamente simplista, simpl�rio e resumista, h�, sei l�, cinco ou seis s�culos, no m�ximo, exagerando muito, talvez, para satisfazer os mais cr�ticos, mil anos, dois mil anos, certamente s�o o topo da cadeia alimentar. Pergunto: isso � - e ser� - suficiente para nos salvar de n�s mesmos?
EXTIN��O

- Leia: Twitter encerra conta de congressista por falsa informa��o sobre COVID-19 

Durante a chamada Guerra Fria, em meados dos anos 1960, a humanidade esteve realmente � beira do fim. Por um detalhe ou outro, felizmente, um russo idiota e um americano imbecil frearam seus dedinhos apocal�pticos e n�o decretaram o fim da nossa exist�ncia. Mas, at� quando seremos amea�ados por nossos semelhantes?

A resposta � simples, direta e alarmante: sempre! Como dominantes, apenas n�s mesmos seremos capazes de nos subjugar a ponto da extin��o total. V�rus e/ou outras doen�as mortais s�o - ao menos at� hoje, de acordo com nosso conhecimento atual - plenamente, como direi?, control�veis. E tal assertiva s� comprova minha tese.

Ora, o maldito novo coronav�rus s� n�o est� ‘morto e enterrado’ gra�as � estupidez humana. F�ssemos capazes de nos distanciar adequadamente, usar m�scaras o tempo todo, nos vacinar etc. e esta pandemia j� teria encontrado seu lugar na hist�ria. Notem: mediante regras, responsabilidade e seguran�a m�nima, ‘quase tudo’ est� permitido.

NETFLIX

O filme N�o Olhe Para Cima (Don’t Look Up), com Leonardo Dicaprio e Jennifer Lawrence, em cartaz na Netflix, tem feito um sucesso danado n�o por seu enredo ou outros atributos t�cnicos, mas pela forma com que mostra o est�gio e o tamanho da imbecilidade humana, de forma brutalmente simples, direta e real. Um verdadeiro soco no est�mago!

Diante da iminente colis�o de um aster�ide com a Terra, e a consequente extin��o da humanidade, negacionismo e futilidade onipresentes e dominantes nas redes sociais imperam sobre quaisquer tentativas de ‘cura’, ao mesmo tempo em que a mediocridade pol�tica conduz e manipula o destino do planeta - sim; h� Bolsonaros por todos os lados.

Outro aspecto implac�vel - e deplor�vel - de nossos tempos, abordado no filme, que ainda resiste sob a conduta machista de grande parte dos homens, � a distin��o entre g�neros, como se uma mulher, para ser respeitada, necessitasse de doses cavalares de poder, e n�o possuindo, s� encontrar� lugar na beira do tanque ou pilotando um fog�o.   

EINSTEIN

- Leia: Algumas quest�es sobre 'N�o olhe para cima'

O filme, uma s�tira, n�o � engra�ado, pois extremamente perturbador, ao refletir na tela o espelho das sociedades atuais - a maioria delas, ao menos. � por demais irritante perceber, bem ao nosso lado, gente que acredita na planitude da Terra ou em chips de domina��o em massa, dentro das vacinas contra o coronav�rus - uma ‘arma biol�gica chinesa’.    

Einstein, certa vez, disse: ‘duas coisas s�o infinitas; o universo e a estupidez humana. E sobre o universo, ainda n�o tenho certeza’. Eis a�. O g�nio viveu de 1880 a 1955 e j� sofria na pele os efeitos da ignor�ncia reinante � �poca. Imagino o que n�o sentiria hoje, em tempos de Twitter e WhatsApp, coitado. Certamente, seria mais um ‘cancelado’.

O bicho-homem comum precisa ser med�ocre, imbecil, pois, do contr�rio, teria de se encontrar com a realidade nua e crua de um mundo cruel; de uma exist�ncia solit�ria - mesmo que jamais s� -; e de uma ang�stia e dor insuper�veis e terr�veis, diante da �nica certeza da vida: a morte! Da� a fuga para as manadas, que � o que n�o falta, ali�s.

RELIGI�O

Pior ainda, e contribuindo para a dissemina��o descontrolada da estupidez, s�o as religi�es mais novas do que muitos u�sques por a�. Ou mesmo as mais antigas, onde extremistas e fundamentalistas se apropriam da ‘narrativa’ e se declaram porta-vozes de Deus ou de figura sagrada equivalente. Em um mundo desesperado, fi�is s�o presas fartas e f�ceis.

Hoje, em nome de Jesus, por exemplo, n�o se usa m�scara ou n�o se toma vacina. Em nome de um livro, escrito por homens, e n�o por Deus algum, investe-se, com f�ria, contra homossexuais. Ainda h� uma legi�o de centenas de milh�es de terr�queos dispostos a matar e a morrer por suas cren�as, tal qual ocorreu na idade m�dia.

� somente gra�as a uma inven��o relativamente nova, um tal ‘contrato social’ - em risco, sim, mas ainda presente em boa parte das na��es -, que determina deveres e direitos, regras e leis, e prev� um m�nimo de ordem no caos, que almo�os em fam�lia n�o est�o terminando em facadas de prata e ta�adas de cristal nas cabe�as ocas dos convivas.

2022

Este ano ser� especialmente brutal e sanguin�rio no Brasil. As elei��es presidenciais de outubro, ao que tudo indica, ser�o disputadas por dois exemplares do que h� de pior na civiliza��o moderna. Dois mentirosos, manipuladores, populistas, sedentos por poder e dinheiro, idolatrados por milh�es de med�ocres, obtusos e violentos seguidores.

Assistiremos a lulistas jurarem que o meliante de S�o Bernardo � uma v�tima inocente de um juiz corrupto. Assistiremos aos fan�ticos do bolsonarismo, a despeito das rachadinhas e mans�es, jurarem que o ‘mito’ � mais honesto do que Madre Teresa de Calcut�. E quanto mais pr�ximos da derrota, mais virulentos e falaciosos se tornar�o um dos dois.

Esmagados, em meio � predomin�ncia das hostes imbecis, estaremos eu e a minoria dos viventes que:
1) Chegaram at� aqui;
2) Compreenderam mais do que dois par�grafos;
3) N�o idolatram pol�ticos;
4) Preferem a imprensa, com seus erros e defeitos, ao WhatsApp;
5) Acreditam na Ci�ncia e na Medicina;
6) Mant�m a f� e Deus nos devidos lugares.

A boa not�cia �: os imbecis n�o acabar�o com o mundo em 2022. J� a m� not�cia �: eles continuar�o tentando. Bora resistir, mo�ada! Com toda nossa for�a.  

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