
Por falar nelas, algumas ir�o se esconder, outras ir�o fazer proselitismo pol�tico sobre os cad�veres, outras, ainda, colocar�o a culpa na oposi��o, nos governos passados, em Bras�lia, no Pal�cio Tiradentes, nos comunistas e sei l� mais em quem. Depois ir�o para suas casas dormir o sono dos injustos.
A cada acidente a hist�ria se repete; e � assim h� d�cadas. Exatamente como ocorre a cada ver�o - ou mar�o -, quando enchentes destroem casas e levam vidas. Belo Horizonte, como o resto do Brasil, vive um intermin�vel ciclo de horrores, onde a banaliza��o da morte se tornou uma esp�cie de tra�o cultural.
Com assassinatos cru�is se d� o mesmo. Como��o por um ou dois dias e depois… esquecimento! Ao menos at� o pr�ximo cap�tulo, pois sempre o h�. Se morte e impostos s�o as �nicas certezas da vida, por aqui ganham contornos exagerados: cobra-se muito e morre-se mais ainda. E da�? N�o sou coveiro.
Dias atr�s, Zema vangloriava-se de inaugurar uma m�sera �rea de escape. Ao mesmo tempo, Kalil, que prometera municipalizar o anel e acabar com as mortes, o criticava com vis�veis inveja e rancor (como lhe � peculiar, ali�s). E Bolsonaro, em passagem por BH, era bajulado pela FIEMG. Mito, mito, mito.
Ex-prefeito, governador e presidente. Munic�pio, estado e Uni�o. Absolutamente nenhum deles foi capaz de evitar o acidente desta sexta-feira. Absolutamente nenhum deles evitar� o pr�ximo. Sabem por qu�? Porque n�o se importam. Porque simplesmente cagam e andam para voc�, leitor amigo. E para mim.
Porque n�o circulam no Anel Rodovi�rio nem na Vilarinho. Porque se deslocam em carros blindados com seguran�as ao redor. Porque em seus jatinhos e pal�cios a vida � diferente. Porque sabem que, fazendo ou n�o fazendo, n�s iremos mant�-los no Poder, por gosto ou simples falta de op��o. Que diferen�a faz?
Um dia, quem sabe, estejam em meio �s v�timas ou chorando por elas. N�o, n�o desejo tal mal aos governantes, mas confesso que n�o ficaria nem um pouco triste em v�-los sofrer o que sofremos. Em outubro, na hora de votar, respire fundo e crave o dedo no n�mero do filho de uma truta que ajudar� a te matar. Voc� merece! Eu mere�o! N�s merecemos!
