
Vejo o debate desta noite, na Rede Globo, entre Jair Bolsonaro e Lula da Silva, mais ou menos assim. Um neg�cio que precisa ser bom para os dois lados (deles), para levarem vantagem sobre a outra parte do neg�cio (n�s). No que deveria ser um jogo de “ganha x ganha”, em que eleitores e candidatos colheriam lucros, teremos um “perde x perde”.
Em vantagem nas pesquisas, o chef�o petista jogar� na retranca, para n�o perder. O empate, em tese, lhe garantir� a vit�ria e o t�tulo, no caso, a elei��o. Por�m, n�o h� nada que diga, ou que o amig�o do Queiroz diga, que possa lhe trazer mais eleitores. Se o presidente confessar que mata ursos pandas beb�s, ainda assim n�o perder� votos.
Para Lula, portanto, � um jogo de “perde x perde”. Se Bolsonaro errar, nada muda. Se ele errar, tudo pode mudar. Tem de torcer, ent�o, e treinar e ensaiar muito bem, para errar o menos poss�vel e conseguir convencer a audi�ncia de que suas promessas e an�lises do passado n�o s�o meras mentiras. A mim, como todos sabem, n�o me convence.
A situa��o do patriarca do cl� das rachadinhas e das mans�es milion�rias, compradas com panetones de chocolate e muito dinheiro vivo, � ainda pior. A ele n�o basta empatar, tem de vencer, ou melhor, golear. E qualquer m�nimo descuido - que ir� cometer �s pencas - lhe custar� a remota, mas ainda existente, possibilidade de virada e, portanto, o Planalto.
O eleitorado de Bolsonaro � forte, firme e cativo. Repito: diga o que disser, n�o perder� votos. O diabo, para ele, � que precisa ganhar, e a�, a meu ver, cai no mesmo jogo de “perde x perde”, pois tal possibilidade � �nfima, sen�o inexistente. Se Lula confessar que n�o foi inocentado porcaria nenhuma, nada mudar� para o devoto da cloroquina.
Nessa linha, alguns milh�es de votos “flutuantes” poder�o ser decisivos para a vit�ria ou a derrota de um dos dois candidatos. Para n�s, o povo, continuar� sendo um jogo de “perde x perde”, pois perdemos sempre. Contudo, a escolha de domingo passar�, dentro deste contexto de perdas, por quais delas ser�o as piores. Para mim, n�o h� d�vidas.
Eu, Ricardo Kertzman, j� disse e repito: n�o votarei em nenhum destes dois p�ssimos e danosos candidatos, mas tor�o, com todas as minhas for�as, pela derrota de Jair Bolsonaro, ainda que me custe, como tenho dito, assistir ao terceiro pior pol�tico vivo do Brasil governar o Pa�s outra vez. O primeiro? Jos� Sarney - pai de tudo que a� est�.