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Estado de Minas ROBERTO BRANT

O Estado a servi�o das elites se torna instrumento de opress�o e de mis�ria

A economia do Brasil representa apenas 2,3% da economia global, encolhendo quase pela metade sua participa��o relativa


22/05/2023 04:00
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Plenário da Câmara dos Deputados
Plen�rio da C�mara dos Deputados: "Ao ver os tribunais julgando, o Parlamento deliberando e o governo atuando, pode parecer a algu�m mais distra�do que o pa�s vive a mais completa normalidade (foto: PABLO VALADARES/C�MARA DOS DEPUTADOS)

 
A vida pol�tica � um assunto que interessa cada vez menos aos brasileiros, se levarmos em conta os t�picos de maior interesse que circulam no ambiente das redes sociais. Por mais que na apar�ncia estejamos vivendo na mais ardente polariza��o, tudo leva a crer que estes sentimentos est�o confinados a uma certa elite e que a grande massa da popula��o se mant�m em pl�cida indiferen�a. N�o por desinteresse ou ignor�ncia, mas pela consci�ncia de que o interesse pela pol�tica se tornou entre n�s uma ocupa��o in�til.
 
Todos nos cansamos de repetir que o Brasil recebeu da natureza a maior dota��o de recursos naturais que se possa desejar, mas, infelizmente, temos perdido ultimamente todas as oportunidades para nos desenvolver, prosperar e assegurar boas condi��es de vida para toda a popula��o. A raz�o deste fracasso s� pode estar no mal funcionamento das institui��es do Estado. Um excelente livro de dois autores americanos, Daron Acemoglu e James Robinson, cujo t�tulo �” O corredor estreito”, investigando o destino da liberdade e do progresso na hist�ria do mundo, mostra que o Estado s� funciona no interesse das maiorias quando a ele se contrap�e ou se articula uma sociedade civil ativa e resoluta. Na aus�ncia desta o Estado fica a servi�o das elites e se torna um instrumento de opress�o e de mis�ria. Talvez seja este, de um certo modo, o caso do Brasil.
 
O Fundo Monet�rio Internacional passou a elaborar desde o ano de 1980 uma s�rie que registra a participa��o dos pa�ses na economia global. Esta s�rie nos conta uma hist�ria muito triste. No seu in�cio, em 1980, o PIB do Brasil correspondia a 4% da economia do mundo. Neste mesmo ano, a economia chinesa representava cerca de 2,3% e a da �ndia, 2,5%. Ou seja, a economia brasileira correspondia a quase a soma das economias da �ndia e da China somadas. Passados pouco mais de quarenta anos, a economia do Brasil representa apenas 2,3% da economia global, encolhendo quase pela metade sua participa��o relativa. Enquanto isso, a �ndia hoje representa mais de 8% da renda do mundo e a China quase 18%. Podemos dizer que perdemos um Brasil nesta caminhada, enquanto outros povos multiplicaram sua renda e seu padr�o de vida. Como estar�amos hoje se o nosso crescimento n�o tivesse se interrompido?
 
Com exce��o da produ��o agr�cola e da gera��o de energias renov�veis, todos os �ndices brasileiros t�m recuado nas compara��es internacionais. A renda m�dia dos brasileiros representa hoje apenas 25% da renda dos pa�ses avan�ados e nos �ltimos anos tem ca�do em vez de aumentar. Diante de tudo isso, qual � a atitude dos governos e das institui��es do Estado?  Continuam funcionando como se nada disso existisse ou como se n�o tivessem nada a ver com isso.
 
Ao ver os tribunais julgando, as casas o Parlamento deliberando e o governo atuando, pode parecer a algu�m mais distra�do que o pa�s vive a mais completa normalidade, pois o que se passa do outro lado dos muros do poder tornou-se invis�vel para eles. O Estado brasileiro vive apenas para si mesmo, sem nenhuma no��o de prop�sito ou sentido de finalidade.
 
O mundo mudou em quase todas as suas dimens�es fundamentais. O s�culo 21 acelerou tend�ncias e est� transformando a vida e a economia de um modo vertiginoso. Nossas institui��es, infelizmente, est�o velhas e incapazes de agir no mundo novo.  A hist�ria nos ensina que s� onde as sociedades s�o ativas e controlam as institui��es do Estado as na��es podem ser livres e pr�speras. Para despertarem do alheamento as na��es precisam de l�deres esclarecidos e contempor�neos do futuro. N�o � o que tivemos h� pouco e n�o � o que temos agora.
 
As perguntas que ficam no ar s�o: para aonde estamos indo? O que ser� de n�s daqui a quarenta anos? Vamos continuar regredindo em rela��o ao mundo ou vamos recuperar o tempo perdido? Uma coisa � certa: o mundo n�o vai parar de andar para nos esperar. A se julgar pelo estado de nossas institui��es e sua resist�ncia em se reformar por si pr�prias, as respostas n�o podem ser animadoras. O que consola � que o futuro das na��es n�o � apenas destino. � principalmente uma escolha.

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