
Como � duro ganhar deste time preto e branco. At� que jogamos um cl�ssico duro no in�cio, com cara de rivalidade, pegado, mas o enredo final foi o mesmo de sempre, infelizmente. Ali�s, desde 2016 � assim, quando ganhamos aquela fat�dica final no Mineir�o lotado. De tempos em tempos damos uma dessas.
� claro que devemos esclarecer aqui que perder de um dos melhores times do Brasil n�o � algo fora do normal, ainda mais com a diferen�a de investimento e estrutura. No entanto, o que me incomoda � ver que este time ainda n�o tem padr�o de jogo e nem um jogador que fa�a o inesperado, a diferen�a.
Ainda acredito, de qualquer forma, que Matheusinho possa ser essa aposta, caso ganhe confian�a, sequ�ncia e ritmo. Por outro lado, � muito complicado ter um time insinuante e combativo, igual o do ano passado, sem pe�as criativas no meio de campo e na frente, como tivemos Mauro Z�rate que, pasmem, fechou com o Juventude para a temporada. Vai entender por que n�o ficou em BH.
A quest�o � que o time nem mesmo est� em forma��o, pois a minha sensa��o � de que n�o h� pe�as suficientes para pensarmos em um esquema v�lido do tamanho desse Am�rica que daqui a oito dias, dia 23, estreia na Libertadores, no maior jogo de sua vida. A prop�sito, saio de Uberl�ndia, onde moro atualmente, s� para acompanhar essa partida, que ser� de fato um marco hist�rico.
Voltando ao nosso eterno fantasma e rival, podemos dizer que o jogo at� teve alguns momentos favor�veis e uma ou outra parte interessante. Mas, como de praxe, a soma de tudo quanto � coisa ruim sempre vem contra eles: quando jogamos bem, a bola n�o entra, quando fazemos a nossa parte, a arbitragem n�o deixa (n�o foi o caso), e quando eles jogam mal, no final, a bola que entra � a deles.
J� disse algumas vezes e repito: se o Am�rica enfrentar o Real Madrid, acredito mais em uma vit�ria do que se enfrentar o Atl�tico. Esta maldi��o precisa, urgentemente, acabar. Especificamente falando sobre os bastidores, fica aqui a minha discord�ncia sobre a iniciativa da diretoria de igualar, ou melhor, de privilegiar, a torcida visitante, o que nunca ocorre quando � o contr�rio.
Os ingressos foram desproporcionalmente caros, por ser Campeonato Mineiro, e ainda assim pagamos o mesmo que eles. Fora isso, a torcida rival n�o teve carga percentual de visitante, e, sim, de um setor todo. Resultado? Al�m da press�o do campo, com todo descompasso de investimento e plantel, ainda sofremos com press�o na arquibancada, no nosso pr�prio est�dio. Mesmo assim, o que influenciou o resultado final foi o futebol aqu�m que jogamos mesmo, sem magia, sem curingas, sem o fator “a mais”.
Eu geralmente n�o acredito muito, no Am�rica, em um sistema de jogo que privilegia um atacante refer�ncia, como o Wellington Paulista (embora tenha sido combativo), mas seja desprovido de meia-armadores ou meia-atacantes que fazem fac�o ou aquela fun��o de ponta. Felipe Azevedo fez muita falta nessa partida na ca�da das pontas. E o bom lateral Marlon ficou t�o preocupado, com raz�o, em marcar Ademir (e o fez), que acabou se anulando no ataque, que � uma de suas grandes habilidades.
Mas agora � bola pra frente. O Coelho precisa mesmo identificar este trauma severo e entender que, em algum momento, precisar� ganhar do Atl�tico – pelo menos se quiser mesmo ser a segunda for�a de Minas.
O Mineiro, no entanto, segue em aberto, e funciona mesmo como um laborat�rio. Ainda d� para se classificar para as semifinais e, quem sabe, com um jogo s� na final�ssima (e com VAR), conseguimos beliscar o t�tulo. Para isso, � preciso vencer o Patrocinense em casa, amanh�, de qualquer forma.
A vida continua. O americano sofre menos hoje em dia. Ali�s, o Am�rica de hoje n�o � o mesmo, mas ainda falta a �ltima virada de chave: parar de perder tanto do rival alvinegro. Ser� que isso um dia muda? Bom, se tanta coisa j� mudou, eu prefiro acreditar que sim. Sauda��es americanas!