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Ele est� nos olhando

Consegui terminar minha mandala de croch�. Estou olhando agora para ela, dependurada na parede, nas cores branco, amarelo e laranja. Parece um milagre'


17/10/2021 04:00 - atualizado 17/10/2021 09:17

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Nesta quarentena, a arte foi a salva��o para muitos. Sei de gente que come�ou a desenhar livremente, a escrever di�rios e a cantar dentro e fora do chuveiro. 

O marido de uma amiga passou a pintar aquarelas, assim, do nada. Virou artista de pandemia. Encomendou tintas e pinc�is pelos Correios, seguiu alguns tu- toriais de pintura na internet e se aventurou a descobrir novos ma- tizes, novas texturas e efeitos de sombra. Pintura n�o � a minha praia. Nem nada que envolva usar as m�os, digamos assim. Na �ltima semana, no entanto, dei um salto qu�ntico. 
 
Aceitei o desafio de uma amiga, que me convidou a participar de um curso de olho de Deus. O grupo aprenderia a tecer essa esp�cie de mandala de l�, herdada das tradi��es antigas. 

O resultado do trabalho � bem bonito. Para quem n�o v� dife- ren�a entre tric� e croch�, por�m, a aventura seria equivalente a descer de bote nas Cataratas do Igua�u ou a sobrevoar de helic�p- tero o Grand Canyon, nos Estados Unidos. E seria imposs�vel pedir arrego, pois Deus estava de olho em mim. 

Fiz o sinal da cruz e me lancei no escuro. Escolhi tr�s novelos de l� que me pareceram simp�ticos. 

Com uma paci�ncia de pedra, a professora mostrou como eu de- veria passar a linha pelos palitos, arrematando com um la�o. “Vamos colocar nossa inten��o no trabalho.” 

”Por isso daremos um la�o, e n�o um n� em nossa jornada”, disse ela. O conceito era lindo, mas eu n�o conseguia fazer nem um, nem outro. Ela veio me socorrer. Explicou uma, duas, tr�s vezes. 

Por fim, deixou a ajudante do meu lado, exclusivamente por minha conta. De repente, o pro- cesso fez sentido. Aleluia. 

Apressada, danei a passar vol- tas e voltas na linha, querendo acabar logo. N�o � assim que funciona com os trabalhos manuais, nem com todos os outros. Virou um bolol�. Precisei desmanchar e voltar ao ponto zero. Bem feito! 

Basta de se comparar �s outras colegas, preocupar em fazer bonito ou acabar antes das outras (ou depois de todo mundo). Para qu�? 

A vibe � outra. Descobri tardiamente que o trabalho manual � quase um mindfulness. � preciso ter aten��o plena na atividade, ficar no presente, desligar-se dos outros e do celular. Dar pontos sem n�. N�o saiu uma obra-prima, mas consegui terminar minha mandala de croch�. Estou olhando  agora para ela, dependurada na parede, nas cores branco, amarelo e laranja. Parece um milagre. O olho de Deus existe.




Saiba mais sobre xamanismo no canal
Ch� Com Leveza (https://youtu.be/-Rr0i8i8_KM)

*Sandra Kiefer assina esta 
coluna quinzenalmente

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