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Estado de Minas COVID-19

O bom exemplo da Alemanha de Merkel no combate � pandemia de COVID-19

No Brasil, os principais l�deres n�o se entendem antes do pico de contamina��o do novo coronav�rus


postado em 20/04/2020 04:00 / atualizado em 20/04/2020 07:30

Qualquer aumento no número de casos pode causar caos na saúde, disse a chanceler Angela Merkel(foto: BERND VON JUTRCZENKA/AFP )
Qualquer aumento no n�mero de casos pode causar caos na sa�de, disse a chanceler Angela Merkel (foto: BERND VON JUTRCZENKA/AFP )
A chanceler alem�, Angela Merkel, em entrevista coletiva na �ltima quarta-feira, deu mais uma demonstra��o do motivo de ser considerada uma das principais lideran�as da atualidade. Muito longe de bradar vit�ria pela conten��o do crescimento do n�mero de infectados, Merkel explicou de forma clara e did�tica como qualquer aumento no n�mero de casos pode levar ao caos do sistema de sa�de alem�o.

A entrevista ocorreu no mesmo dia em que a Alemanha come�a um processo de relaxamento da quarentena. Fez isso, segundo a pr�pria chanceler, "pisando em gelo fino". O cuidado que a situa��o requer – e que Merkel explicitou - passa longe do cen�rio ca�tico que verificamos no Brasil.

A realidade brasileira � de falta de harmonia entre os principais l�deres da na��o. E nem cabe aqui apontar culpados, mas sim reconhecer o fato de que as diverg�ncias entre governadores, C�mara dos Deputados, Senado  e at� o Supremo Tribunal Federal pouco colaboram para o enfrentamento do que provavelmente � a maior crise que a humanidade enfrentou nos �ltimos 75 anos (considerando que a Segunda Guerra Mundial acabou em 1945).

''A realidade brasileira � de falta de harmonia entre os principais l�deres da na��o''



Pois bem, come�ando pela demiss�o do ent�o ministro da Sa�de, Luiz Henrique Mandetta. Concordando ou n�o com as ideias do presidente, � razo�vel que se o subordinado n�o se alinha com as ideias do chefe – e n�o muda de opini�o – o melhor � que saia mesmo. Ocorre que � bem dif�cil achar um substituto que tenha apoio popular –76% da popula��o rejeitaram a sa�da de Mandetta, segundo pesquisa do instituto Atlas –, bom tr�nsito com deputados e senadores (Mandetta � pol�tico profissional) e abertura para di�logo com governadores (inclusive com desafetos como Jo�o Doria e Wilson Witzel).Essas tr�s caracter�sticas parecem mais importantes agora do que nunca.

O apoio popular ser� fundamental quando a pandemia chegar ao pico no Brasil. Medidas mais duras ser�o necess�rias em meio ao aumento do n�mero de mortes e de desempregados. Nesse ponto, o apoio cativo do presidente – os 30% mais fi�is – n�o ser� suficiente.

O bom tr�nsito com o Poder Legislativo foi fundamental para a r�pida aprova��o de medidas de remanejamento de recursos para o Minist�rio da Sa�de. Existe risco de retalia��es de deputados e senadores, como, por exemplo, se abster de votar medidas provis�rias (MP) do governo. Isso provavelmente ocorrer� hoje com a MP do Programa Verde Amarelo, retirada de pauta pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, em uma clara resposta ao Planalto.

A articula��o com os governadores e com prefeitos � mais relevante do que nunca, considerando a derrota que a Uni�o sofreu no Supremo Tribunal Federal (STF). O STF decidiu por unanimidade que estados e munic�pios t�m autonomia para determinar o isolamento social no per�odo de pandemia da COVID-19. Assim, para que haja o m�nimo de coordena��o nas a��es entre Uni�o e estados, ser� necess�rio composi��o sem imposi��o.

De fato, o novo ministro, Nelson Teich, n�o tem nada disso, muito menos experi�ncia com poder p�blico que lhe d� condi��es para mover um mastodonte administrativo que � o Minist�rio da Sa�de. De toda forma, Teich � qualificado e � um nome que tende a sofrer menos resist�ncia do que algu�m parecido com o deputado e ex-candidato ao cargo, Osmar Terra.

Infelizmente, por enquanto, n�o temos nada pr�ximo de Merkel no Brasil. Todos parecem querer marcar posi��o, pisando forte, sem considerar que estamos sobre gelo fino.

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