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O MST e a rela��o do presidente Lula com a agropecu�ria e o Congresso

Se tem algu�m que deveria ter medo da volta do MST ao cen�rio pol�tico, esse algu�m deveria ser o pr�prio Lula


17/04/2023 04:00

João Pedro Stédile estava na comitiva oficial de Lula que foi à China e disse que as invasões vão continuar
Jo�o Pedro St�dile estava na comitiva oficial de Lula que foi � China e disse que as invas�es v�o continuar (foto: ANDRESSA ANHOLETE/AFP)

Fazia tempo que n�o se ouvia falar de coletiva de imprensa do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) para anunciar invas�es. Pois foi exatamente o que fez a lideran�a do movimento na �ltima ter�a-feira. Provavelmente, o impacto negativo ser� maior para o governo do que para os supostos grandes latifundi�rios combatidos pelo movimento.

A rela��o do governo com o setor agropecu�rio pouco melhorou nestes cem primeiros dias do ano. A volta do protagonismo do MST, somada �s altera��es na estrutura administrativa do governo federal, a proximidade com o movimento e o posicionamento contr�rio do novo governo � agenda legislativa do setor n�o d�o muita esperan�a de melhora nessa rela��o.

A estrutura da administra��o Lula tirou compet�ncias do Minist�rio da Agricultura e Pecu�ria. O Minist�rio do Desenvolvimento Agr�rio e Agricultura Familiar (MDA) ficou com o Instituto Nacional de Coloniza��o e Reforma Agr�ria (Incra). Al�m disso, o Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (CAR) foi para o Minist�rio do Meio Ambiente.

As altera��es t�m rela��o direta com o tema fundi�rio no Brasil e foram duramente criticadas pelo presidente da Frente Parlamentar da Agropecu�ria (FPA), deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), que chegou a dizer que o Minist�rio da Agricultura havia sido esvaziado. Al�m das altera��es na estrutura, a presen�a do movimento em agenda oficiais parece legitimar parte das invas�es.

Jo�o Pedro St�dile, por exemplo, estava na comitiva oficial do presidente � China. Em uma entrevista ao portal Metr�polis, o l�der o movimento ressaltou que as invas�es continuar�o. Essa entrevista vem depois da coletiva citada no primeiro par�grafo, no qual foi anunciado o tal “abril vermelho”.

O MST nega a liga��o entre suas a��es e o governo Lula, mas as invas�es nos 100 primeiros dias de governo superam o n�mero total do primeiro ano de Bolsonaro no poder. As invas�es contrariam o discurso de prote��o da propriedade privada da campanha e, evidentemente, ensejou rea��o pol�tica dentro do Congresso Nacional.

O pedido de instala��o da CPI do MST por enquanto dorme na gaveta do presidente da C�mara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Mesmo entendendo que essa � uma carta que tende a ser usada na negocia��o por mais influ�ncia e espa�o no governo, ser� dif�cil Lira segurar a instala��o da CPI caso o prometido por St�dile se confirme.

Enquanto se discute invas�o de terras, sobra pouco tempo para que outras pautas do setor voltem a tramitar no Congresso. Pelo menos tr�s projetos de lei de interesse do setor passaram na C�mara e aguardam vota��o no Senado Federal: a regulariza��o fundi�ria, o licenciamento ambiental e o marco legal dos pesticidas. Nos tr�s casos, o governo tende a ser contr�rio � aprova��o, o que aumenta ainda mais a tens�o com setor.

Todos que conhecem minimamente Bras�lia sabem que a FPA � de longe a mais poderosa do Congresso Nacional. Oficialmente, s�o 347 parlamentares, sendo 300 deputados e 47 senadores. Nem todos possuem o mesmo comprometimento, mas nas pautas mais afeitas ao setor dificilmente ficam indiferentes ao posicionamento sugerido pela FPA, mas ainda quando t�m um inimigo em comum.

As �ltimas falas do MST d�o coes�o para a bancada do agroneg�cio, que j� tem tend�ncia a fazer oposi��o ao governo. As mudan�as na estrutura e as demonstra��es p�blicas de proximidade de lula com a lideran�a do movimento causam constrangimento mesmo aos produtores que apoiaram o presidente em campanha e em nada ajudam na constru��o de uma base parlamentar.

Se tem algu�m que deveria ter medo da volta do MST ao cen�rio pol�tico, esse algu�m deveria ser o pr�prio Lula.
 

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