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Estado de Minas Amor que n�o tem fim

Irm�s provam que amizade e companheirismo s�o poss�veis mesmo com as diferen�as

Nem mesmo a dist�ncia que, �s vezes, as separa � capaz de abalar a rela��o


01/12/2019 07:30 - atualizado 01/12/2019 07:36

Sandra e Kátia Silva afirmam que tudo se encaixa quando estão juntas(foto: Arquivo pessoal)
Sandra e K�tia Silva afirmam que tudo se encaixa quando est�o juntas (foto: Arquivo pessoal)

Protagonizado por Carol Duarte e J�lia Stocker, o filme A vida invis�vel narra a hist�ria de duas irm�s muito ligadas, que s�o obrigadas a se separar,  afetanto suas vidas. Na vida real, irm�s contam suas rela��es de amizade, entrega, prote��o e, principalmente, amor fraterno. E, mesmo que distantes, conseguem manter uma vida de proximidade, como as irm�s J�lia e Rita Gontijo, que  moram, uma em Belo Horizonte e outra em Cincinatti, nos Estados Unidos. “A dist�ncia nos uniu ainda mais”, afirmam.  

Para a m�dica psiquiatra Jaqueline Bifano, o conv�vio entre irm�os faz com que nos tornemos mais solid�rios e compa nheiros. A psiquiatra aponta que, por ter uma experi�ncia compartilhada durante v�rias fases da vida, aprendemos desde cedo a partilhar, respeitar e ter responsabilidades emocionais e sociais. “Al�m de dividirmos a carga gen�tica, a mesma fam�lia, contexto hist�rico, experi�ncias e viv�ncias, � com os irm�os que temos as maiores lembran�as, sentimentos e emo��es.”

Jaquelino Bifano diz que esse elo faz com que haja refor�o dos v�nculos afetivos, como compartilhamento de acontecimentos, valoriza��o da cumplicidade, da aten��o ao outro e do afeto, fortalecendo a identidade familiar. “A partir do momento em que sabemos desse amor dentro de casa, diminu�mos os n�veis de ansiedade, solid�o e isolamento, por saber que pertencemos a algu�m”, afirma.

Al�m disso, para a m�dica, esse contato de amizade e sentimento de ter algu�m com quem contar em todos os momentos faz com que se tenha mais predisposi��o � reconcilia��o “Faz com que tenham bons conselhos e boas tomadas de atitude. Ao escutarmos conselhos dentro de casa, por mais que inicialmente n�o queiramos escut�-los, sabemos que, vindos da fam�lia, devem ser levados em considera��o e isso tem um grande peso positivo”, pontua.

UNHA E CARNE 

Imagine ter os mesmos grupos de amigos, praticar os mesmos esportes e trabalhar no mesmo lugar?! Para uns, pode ser um desafio de conv�vio muito intenso e ser bastante desgastante. Mas para as irm�s K�tia Suely, de 58 anos, e a aposentada Sandra L�cia Silva Moreira, de 55, � motivo de muita alegria, entrosamento e conversas. “Gostamos das mesmas coisas, temos o mesmo gosto musical, somos de viajar n�s duas, fazemos praticamente tudo juntas”, conta K�tia. Ao todo, s�o tr�s irm�s do primeiro casamento do pai. “Somos do samba e da MPB, enquanto nossa irm� mais nova, a Soraya, que � professora de ingl�s, curte mais m�sica americana. Apesar dos gostos diferentes, somos bem unidas, n�s tr�s podemos contar uma com a outra”, destaca.

Na inf�ncia, as duas concordam que existiam diferen�as entre elas, mas o amor sempre foi o principal alicerce. “Sandra sempre foi muito correta e n�s eramos mais largadas. Com a idade, nossa rela��o mudou”, conta K�tia. “T�nhamos as rusgas de crian�a, porque sempre fui mais dif�cil e ela era a de contornar a situa��o. Mas n�o tem pessoas melhores para serem nossas amigas do que as irm�s. � um v�nculo muito mais fluido e confi�vel”, complementa Sandra.

Hoje, o valor da amizade � visto em todos os momentos “Quando algu�m pede um contato de emerg�ncia, � sempre o nome da Sandra que cito. Tenho uma companheira para horas boas e ruins. N�o preciso ficar cheia de dedos, ela � muito aberta”, frisa K�tia. “Ela � minha melhor companhia. Tudo se encaixa quando estamos juntas. � uma cumplicidade muito boa. Na minha concep��o, todas as irm�s deveriam ser assim”, finaliza Sandra. Nesta edi��o, o Bem Viver conta hist�rias de irm�s que encontram uma na outra for�a e motiva��o. E que, al�m de irm�s, se tornaram melhores amigas.

Irm�s s�o almas g�meas
Rela��es fraternas, normalmente, s�o mais duradouras do que qualquer outra na vida e desempenham papel fundamental em experi�ncias socioemocionais


Julia e Rita Gontijo conseguem manter a proximidade, mesmo uma morando em BH e outra nos EUA(foto: Arquivo pessoal)
Julia e Rita Gontijo conseguem manter a proximidade, mesmo uma morando em BH e outra nos EUA (foto: Arquivo pessoal)

N�o � preciso ir al�m de nossas casas para encontrar verdadeiros amigos. Irm�s podem tirar voc� do s�rio, mas s�o elas que estar�o ao seu lado em todos os momentos. N�o importam as brigas, o amor fraternal � sempre reconciliador. Um simples olhar ou troca de palavras podem ter efeitos para al�m das quest�es sangu�neas.

As irm�s J�lia Gontijo Brandt, de 36 anos, gerente s�nior global de educa��o comercial na Johnson & Johnson, e a administradora Rita Lemos Gontijo Cruz, de 38, s�o daquelas que, mesmo com a dist�ncia, desempenham um papel de afeto importante na constru��o da vida de cada uma. Apesar dos dois anos e meio de diferen�a de nascimento, sempre foram muito pr�ximas. “Hoje, moro em Belo Horizonte e minha irm� em Cincinatti, nos Estados Unidos. Crescemos muito juntas, dividimos o mesmo quarto e me lembro de que desde pequena sempre me preocupei em proteg�-la. Isso cria uma cumplicidade muito grande”, conta Rita.

Esse senso de apoio e fraternidade fez com que J�lia enxergasse a irm� como modelo a ser seguido. “Ela � um exemplo para mim, tem o poder de me acalmar sempre com s�bias palavras e entende o que quero dizer apenas com troca de olhares”, comenta. As lembran�as de acolhimento da irm� mais velha transformaram a mais nova em v�rios aspectos. “Muito do que sou, sei que devo � oportunidade de ter convivido de perto com ela, aprendendo com seus erros e acertos”, lembra, com saudosismo.

Em 2002, as duas se aventuraram em um mochil�o pela Europa. Para J�lia, esse momento foi determinante para a amizade. “Melhor companheira de viagem: nos complementamos”, relembra. Rita tamb�m guarda esse momento com ternura. “Cheio de casos, hist�rias engra�adas e apertos. Ela fez todo o planejamento e eu a parte financeira. � a minha lembran�a preferida. Foi o que selou de vez nossa uni�o”, frisa.

Desde 2004, as irm�s vivem afastadas fisicamente uma da outra, mas a dist�ncia as uniu ainda mais. “N�o sinto que estou longe dela. Hoje, com a tecnologia, a gente n�o se sente mais sozinha”, salienta Rita. A fraternidade adquirida com as hist�rias da inf�ncia e adolesc�ncia se fortalecem ainda mais com a maturidade. “Acho que o amor que temos uma pela outra � potencializado, porque n�o s� � amor de irm�, mas tamb�m amor de amiga, daquelas que a gente escolhe e sabe que s�os especiais”, afirma J�lia. “Vejo a J�lia como a mim mesma. Sou mais cora��o e ela mais raz�o, e isso nos completa”, conclui a administradora.

CUMPLICIDADE

Paula Milagres sempre se sentiu responsável por Lívia, quase dois anos mais nova, e fazem tudo junto(foto: Arquivo pessoal)
Paula Milagres sempre se sentiu respons�vel por L�via, quase dois anos mais nova, e fazem tudo junto (foto: Arquivo pessoal)

A jornalista Paula Milagres, de 35, conta uma hist�ria que a marcou no dia em que sua irm� nasceu. Ela se lembra de que sua m�e lhe deu uma boneca, dizendo que “da mesma forma que ela tinha ganho outra filha, eu tamb�m teria uma filha pra cuidar. Isso fez com que, em vez de ci�mes pela chegada da irm� mais nova, me sentisse respons�vel pela minha filha (boneca) e pela minha irm�”, relembra. A servidora p�blica L�via Milagres, de 33, conta que Paula sempre foi um exemplo, por ser a mais velha. “Ela quem me ensinou a engatinhar, falar, ler e escrever”, comenta.

A diferen�a de idade de 1 ano e 11 meses fez com que a irmandade se fortalecesse. Al�m do la�o fraternal, as duas compartilhavam alegrias e frustra��es, estudaram no mesmo col�gio e conviveram com as mesmas pessoas. “Isso fez toda a diferen�a e faz at� hoje, porque continuamos fazendo quase tudo juntas e a nossa rede de amizades acaba sendo a mesma tamb�m”, pontua L�via. Da inf�ncia � maturidade, muitas situa��es e pux�es de orelha aconteceram, mas a sensa��o de poder contar uma com a outra permaneceu intacta. “Passamos por essas mudan�as todas juntas. At� mesmo quando os gostos n�o s�o parecidos, fazemos esfor�o para fazer o que a outra quer. No final das contas, tudo acaba sendo agrad�vel”, destaca a jornalista.

Paula Milagres diz que, al�m de irm�, L�via � a melhor amiga, parceira, companhia de viagem, companheira e c�mplice de todas as horas. “Saber que algu�m te ama de forma incondicional, n�o te julga, torce por voc�, est� pronto pra ajudar no que precisar, faz o m�ximo pra ver voc� bem e feliz e a escuta de verdade � algo impag�vel”, refor�a. “At� quando queremos tomar sol, cozinhar algo gostoso ou tomar uma cerveja pra relaxar n�o precisamos sair de casa ou arrumar companhias, pois nos temos e isso torna tudo mais f�cil”, complementa a irm�.

EXPERI�NCIAS DISTINTAS

Tatiana Tonnuci � m�e de quatro meninas: as g�meas Vict�ria e Sophia Tonnuci Silva, de 10, Antonieta, de 8, e Angelina Faria Melo, de 4. Para a m�e, a rela��o das filhas entre si � muito forte, principalmente entre as g�meas. “Elas t�m um reconhecimento e identifica��o muito grandes e isso se deu de forma natural. Sinto que elas se conscientizaram sobre o que uma significava para a outra.” Com a ca�ula, as mais velhas t�m um cuidado muito especial, de querer vivenciar e (re)experimentar sentimentos de suas inf�ncias. “A crian�a � muito ego, ent�o, �s vezes, disputar ci�mes acontece, mas de uma forma sadia. H� um esp�rito de uma ajudar a outra”, diz a m�e.

A psiquiatra Jaqueline Bifano afirma que quando a crian�a tem um irm�o, aprende o que � amor e amizade desde os primeiros momentos da vida. “� ganho de carinho, amizade, brincadeiras e companhia nos bons e nos maus momentos”, frisa. Por mais que a rela��o fraternal possa, em algum momento, gerar desconfortos, como o ci�me, por exemplo, � a forma mais positiva de livrar crian�as de uma s�rie de competi��es sociais, segundo Bifano. “� a partir desse la�o que a crian�a aprende a dividir, cooperar, colaborar, ser exemplo, dar exemplo, a abrir m�o em favor do outro, tornando-se, assim, mais generosa, emp�tica e compreensiva.”

O conflito de gera��es, mesmo com tempo entre as idades pequeno, � sentido pelas mais velhas. “Tem mais momentos bons do que ruins. Como elas s�o mais novas, �s vezes elas n�o nos entendem muito bem em certas coisas, e isso � chato. E, �s vezes, elas s�o um pouquinho vidradas nos eletr�nicos. Mas mesmo assim, as amamos”, contam as g�meas.

Irm�s mais velhas acabam, naturalmente, assumindo o papel de lideran�a, mesmo que haja discord�ncias. “Essa rela��o faz com que haja cuidado e reciprocidade entre elas, aprendizagem com rela��o ao respeito, intera��o com outras pessoas e resolu��o de desacordos e conflitos”, conclui Bifano.

Personagem da not�cia
Anita, de 9, e Leonora, de 1 ano e 9 meses, pelo olhar do pai, Bruno Sales


Encantadas uma com a outra

(foto: Arquivo pessoal)
(foto: Arquivo pessoal)
“Anita e Leonora s�o filhas de dois casamentos. Anita mora em Diamantina. Sua m�e passou no concurso e hoje � professora de lingu�stica na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, mas o contato � imenso. Falamo-nos todos os dias e nos vemos uma a duas vezes por m�s. Leonora � completamente encantada pela irm�. V� foto, chama por ela, pede para ligar por v�deo para ver a irm� e conversar com ela. Anita recebeu com muita ternura a chegada de sua irm�. Um contato muito carinhoso, com muito cuidado, como se fosse m�e. Ela me ajuda muito quando estamos juntos. No ver�o deste ano, fizemos uma viagem para a Bahia, de carro. Se n�o fosse a ajuda da Anita, a viagem teria sido ca�tica. Ela dava comida, �gua, brincava com a irm�, dava bico para ela dormir. Quando elas se encontram � uma explos�o de alegria. Leonora voa para o colo da Anita, no ato.”

* Estagi�rio sob supervis�o da subeditora Elizabeth Colares


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