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Estado de Minas

Marilton Borges lan�a CD com m�sicas suas cantadas pelo filho Rodrigo Borges

'Do meu jeito' tem nove faixas e foi produzido pelo baterista Pingo Ballona como um presente ao seu padrinho musical


postado em 24/12/2019 04:00 / atualizado em 23/12/2019 17:21

(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

''Pingo (Ballona) sugeriu produzir um disco meu. Falei que ficava muito caro, mas ele afirmou que seria um presente, pois custearia todas as despesas. Era uma forma de agradecer por tudo que fiz por ele em sua trajet�ria musical. Fiquei bastante comovido''

Marilton Borges, pianista e compositor


“Sou uma esp�cie de Forrest Gump brasileiro”, diz o pianista, compositor, violonista, cantor e radialista Marilton Borges, de 76 anos. E morre de rir. Realmente. Assim como o personagem de Tom Hanks – testemunha de fatos marcantes do s�culo 20 no longa de Robert Zemeckis–, esse mineiro participou de momentos hist�ricos da MPB.

S� para come�ar a conversa, o primog�nito dos Borges viu de perto o surgimento do Clube da Esquina, em Belo Horizonte. Foi ele quem apresentou Milton Nascimento aos pais e aos irm�os, no Edif�cio Levy, onde moravam sua fam�lia e tamb�m Bituca – esse numa pens�o. Naquela �poca, Milton, Marilton e Wagner Tiso formaram o grupo Evolusamba. Detalhe: ainda nos anos 1960, Marilton foi o primeiro a cantar em p�blico a can��o Clube da Esquina, bem antes do lan�amento, em 1972, do ic�nico �lbum duplo que ela batizaria. Isso ocorreu num festival realizado na capital mineira.

A carreira art�stica come�ou ainda na adolesc�ncia. Ele se mudou para o Rio de Janeiro, onde tocou com Osmar Milito, nome respeitado do jazz e da bossa nova, no Quarteto Forma. Na banda de Milito havia um jovem alagoano que acabara de chegar � Cidade Maravilhosa, chamado Djavan, a quem o mineiro deu dicas de viol�o.

Em 1972, Marilton era backing vocal de Maria Alcina quando ela arrebatou o Maracan�zinho com Fio Maravilha, de Jorge Ben, a vencedora do Festival Internacional da Can��o (FIC). Tamb�m integrou a Turma da Pilantragem, grupo que fez hist�ria com sua m�sica suingada, a cara dos anos 1960. Convidado por Jo�o Ara�jo, pai de Cazuza, trabalhou na Som Livre, gravadora que ajudou a fundar.

O mineiro se apresentou em casas famosas da noite carioca, como a 706, no Leblon, e a Number One, em Ipanema. Voltou para Minas em 1978, para ajudar o pai, Salom�o Borges, a cuidar da m�e, dona Maricota, com problemas de sa�de. Em BH, participou de um momento importante do r�dio mineiro: a Brasileir�ssima, novo projeto da Inconfid�ncia, emissora do governo do estado que passou a se dedicar exclusivamente � m�sica brasileira. Foi um marco, pois praticamente s� se ouvia ingl�s nas FMs. Ao lado de Claudin� Albertini, apresentou o programa Boca livre.

Um dos nomes mais conhecidos da noite de Belo Horizonte, Marilton adorava fazer bailes, tocar para as pessoas dan�arem. Muito jovem, costumava “inventar” letras em ingl�s, pois n�o sabia a l�ngua. Entre suas muitas hist�rias, o “Forrest Gump” faz quest�o de destacar o orgulho de come�ar a trabalhar aos 14 anos, “entregando telegramas para os Correios”. Aos 9, enchia garrafas de �gua e as enfileirava no murinho de sua casa, em Santa Tereza. Usando garfo e colher, “tocava” v�rias can��es e impressionava quem passava na rua.

Vocalista das bandas Gemini VII e de Gilberto Santana – que fizeram hist�ria nos bailes da vida noturna de BH –, Marilton deixou de cantar h� algum tempo. Mas o pianista continua na ativa. �s sextas-feiras, ele se apresenta com o filho, Rodrigo Borges, no Bar do Museu Clube da Esquina, em Santa Tereza. No pr�ximo dia 31 de dezembro, ele ser� uma das atra��es do R�veillon 2020 – Nada ser� como antes, convidado da Banda Equatorial.

DISCO 

Do meu jeito � o nome do �lbum que o compositor acaba de lan�ar, com 10 faixas autorais. Produzido por Pingo Ballona – filho de C�lio Balona, outra lenda da noite de BH –, o disco foi gravado no Studio Murillo Corr�a, na capital mineira. Um time de craques est� l�: Adriano Campagnani (baixo), Pingo Ballona (bateria), Chico Amaral (sax), Ulisses Luciano (flugelhorn e trompete), Ezequiel Lima (baixo), Rodrigo Borges (viol�o e voz), C�lio Balona (acordeom e hammond) e Alexandre Lopes (guitarra).

Marilton lamenta n�o poder cantar em seu disco, mas est� feliz porque o filho Rodrigo o substituiu ao microfone. “Fumei muito e trabalhei como radialista por v�rios anos. A voz foi embora”, diz. O novo projeto, ressalta, � fruto de muito capricho. “O CD ficou bonito, bem executado e, mod�stia � parte, as can��es s�o lindas, feitas ao longo de meus mais de 50 anos de carreira.”

Bancado pelo baterista Pingo Ballona, o �lbum �, antes de tudo, fruto da amizade. “Pingo sugeriu produzir um disco meu. Falei que ficava muito caro, mas ele afirmou que seria um presente, pois custearia todas as despesas. Era uma forma de agradecer por tudo que fiz por ele em sua trajet�ria musical. Fiquei bastante comovido e emocionado com esse gesto. Lembrei-me daquele ditado: gentileza gera gentileza. Minha gratid�o � eterna”, afirma Marilton.

Ao chegar ao est�dio de Murillo Corr�a para gravar, ele perguntou a Pingo quais seriam os par�metros do projeto. “Os par�metros s�o o seu cora��o”, ouviu do produtor. “E a� come�ou tudo. Adorei ter regravado O carona. Gosto muito dessa can��o, gravada por Gonzaguinha no disco Os Borges”, conta. Lan�ado em 1980, o LP reunia cria��es de Marilton e fam�lia – os irm�os M�rcio, L�, Nico, Solange, Y� e Telo, al�m de Duca Leal, na �poca mulher de M�rcio.

Convidados ilustres participaram do projeto, al�m de Gonzaguinha. Milton Nascimento cantou Pros meninos (de Nico Borges e Duca Leal). Elis Regina deu show em Outro cais, parceria de Marilton e Duca – homenagem a Bituca, considerado o 12º filho da fam�lia Borges.

Marilton dedicou Do meu jeito a pessoas importantes de sua vida. “Fiz quest�o de homenagear meus pais, minha mulher, meus filhos, todos os meus irm�os, C�lio Balona, Suzana e Bob Tostes, com quem trabalhei por muito tempo. Se tivesse jeito, homenagearia tamb�m todo mundo que me ajudou e ainda ajuda nessa tarefa �rdua de ser m�sico”, afirma.

At� o Autom�vel Clube, onde ele se apresentou v�rias vezes durante todos esses anos, ganhou uma can��o. “Fiz um disco do cora��o, mesmo. Agora planejo colocar o repert�rio nas plataformas digitais, um single de cada vez. Em 2020, vamos fazer o show de lan�amento”, conta ele.

A faixa 48th Street j� est� no YouTube. “� homenagem � rua de Nova York onde comprei o meu primeiro teclado decente, vamos assim dizer. Ali�s, toquei piano em todas as faixas do disco”, conta Marilton Borges.


FAIXA A FAIXA

5 de novembro
» De Marilton Borges

48th Street
» De Marilton Borges

Das �guas
» De Marilton Borges e C�lio Balona

Bob & Suzie
» De Marilton Borges e C�lio Balona

Longa estrada
» De Marilton Borges

Autom�vel Clube
» De Marilton Borges

Aos manos
» De Marilton Borges

Carona
» De Marilton Borges

Happy hour
» De Marilton Borges, Pingo Ballona, Adriano Campagnani, Chico Amaral, Ulisses Luciano e C�lio Balona

Ponta cabe�a
» De Marilton Borges e Murilo Antunes

Do meu jeito
. De Marilton Borges
. Independente (10 faixas)
. R$ 30


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