A Pra�a da Esta��o e seu entorno s�o marcantes para Belo Horizonte desde a inaugura��o da capital, em 1897. De uns anos pra c�, a �rea se tornou polo de efervesc�ncia cultural, social e pol�tica. Palco de eventos art�sticos emblem�ticos, como Duelo de MCs, Praia da Esta��o e carnaval, passou a abrigar n�cleos e institui��es importantes das artes, como o Teatro Espanca!, o Espa�o Cultural CentoeQuatro, a Escola Livre de Artes e o Centro de Refer�ncia da Juventude (CRJ). Reconhecendo e valorizando a import�ncia dessa regi�o, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) decidiu se integrar e ela.
A 14ª edi��o do Festival de Ver�o UFMG, que come�a nesta segunda-feira (3), foca sua programa��o e tem�tica nesse territ�rio criativo. “At� pelo fato de o pr�prio Centro Cultural da universidade estar localizado nas imedia��es e, por sinal, completando 30 anos em 2020, a gente decidiu pautar as atividades e a��es na chamada zona cultural da Pra�a da Esta��o. Elegemos um parceiro priorit�rio, o CRJ, que vai concentrar boa parte das atividades”, afirma Fernando Mencarelli, coordenador e um dos curadores do festival.
“A ideia � dar alguma forma de visibilidade, nos relacionar e encontrar o di�logo da UFMG com a produ��o de coletivos e movimentos que atuam na regi�o”, ressalta Mencarelli, diretor de a��o cultural da UFMG. Todas as atividades – nas �reas de m�sica, literatura, dan�a, teatro e artes visuais – s�o gratuitas.
Mencarelli afirma que a UFMG passou a se relacionar de maneira mais concentrada com a produ��o que circula por aquela �rea e, sobretudo, com tudo que envolve a juventude. “At� pelo fato de ser um ponto de converg�ncia da cidade, que conecta n�o s� v�rios bairros da capital com a regi�o metropolitana, os jovens a elegeram como territ�rio comum. Boa parte da nossa programa��o � feita com eles e para eles”, explica o curador.
Entre os destaques da agenda est�o rodas de conversa e oficinas. Elas v�o abordar n�o s� temas ligados � cultura e � arte, mas outras �reas de interesse dos jovens. Estar�o em pauta discuss�es pol�ticas e sociais envolvendo transfobia, quest�es de g�nero, racismo a cuidados com a sa�de. “Nossa programa��o � bem abrangente. Essas quest�es fazem parte da vida dos jovens nos dias de hoje. E nem sempre a juventude tem a aten��o das pol�ticas p�blicas para debater essas demandas. Nossas rodas e oficinas tamb�m ser�o um lugar de fala”, acredita Mencarelli.
SHOW
A abertura do festival est� marcada para as 18h30 desta segunda-feira (3), no Centro Cultural UFMG, com pocket show de Dona Jandira, que est� comemorando 15 anos de carreira. A artista apresentar� repert�rio formado por can��es que marcaram sua trajet�ria, com participa��o especial do m�sico Jos� Dias.
No mesmo local j� est� em cartaz a exposi��o Dona Jandira: 81 anos de vida, poesia e m�sica. Outra mostra – Mov�ncias: CorpoCidade – ser� aberta nesta segunda-feira, reunindo trabalhos de 14 jovens artistas que atuam na regi�o do entorno da Pra�a da Esta��o. Com curadoria de Wilson de Avellar, a exposi��o � composta por fotografias, ilustra��es e pinturas, entre outras linguagens.
“Logo depois, vamos seguir at� o CRJ, onde haver� a performance LAVA, criada pelo bailarino e core�grafo Thiago Granato. Esse trabalho resulta da resid�ncia coreogr�fica dele com integrantes do Ballet Jovem Minas Gerais (integrado por egressos do Ballet Jovem Pal�cio das Artes e da Cia. Sesc de Dan�a, grupos que deixaram de existir), al�m de artistas selecionados por edital. Ali�s, o projeto � uma parceria com o Ver�o Arte Contempor�nea (VAC). Ficou um trabalho muito interessante”, observa Mencarelli.
O tema desta edi��o � “CorpoCidade”. O curador explica que a jun��o de palavras tem o intuito de dar ideia de unidade e “territ�rio comum”. “A gente entende que uma das linguagens mais marcantes do universo criativo � a cultura do corpo, que se expressa na dan�a, na m�sica, no teatro e mesmo nas artes visuais”, observa.
Apesar das dificuldades financeiras enfrentadas pelo setor cultural e pelas universidades p�blicas, Fernando Mencarelli salienta que jamais se cogitou a n�o realiza��o do festival. Ele destaca a import�ncia das parcerias para viabiliz�-lo. “Parceria � a palavra-chave em tudo relacionado � cultura. A gente ia fazer de qualquer jeito. Trabalhamos conex�es com v�rios projetos e movimentos que j� estavam em andamento. Ent�o, isso facilitou. S�o quatro dias de programa��o intensa e plural”, conclui.
14º FESTIVAL DE VER�O UFMG
De 3 a 6 de fevereiro. Com entrada franca, atividades ser�o realizadas no Centro Cultural UFMG (Av. Santos Dumont, 174, Centro) e Centro de Refer�ncia da Juventude (Rua Guaicurus, 50, Centro). Informa��es: www.ufmg.br/festivaldeverao
PROGRAMA��O
SEGUNDA (3)
18h30 – Abertura. Pocket show de Dona Jandira
19h – Abertura da exposi��o Mov�ncias: CorpoCidade
» Centro Cultural UFMG
15h30 – Roda de conversa. Sa�de mental e juventude virtual: g�nero, ra�a e subjetividades
20h – LAVA. Cria��o coreogr�fica de Thiago Granato
» Centro de Refer�ncia da Juventude
TER�A (4)
15h30 – Roda de conversa. Pop pol�tico: funk e rap em Belo Horizonte
18h – Aula aberta. Dan�as urbanas e funk. Com Ohana Lefundes
» Centro de Refer�ncia da Juventude
19h – Pe�a Ch�o de pequenos. De Companhia Negra de Teatro. Abandonados pela fam�lia, dois jovens enfrentam a intoler�ncia e o preconceito
» Centro Cultural UFMG
QUARTA (5)
13h30 – Roda de conversa. Corpos, cidade e carnaval: narrativas visuais e pol�ticas
15h30 – Roda de conversa. Rela��es de g�nero, sexualidades e cuidados com a sa�de
18h – Aula aberta. Dan�as urbanas e dancehall. Com Marcelo Mendes
20h – Sarau de Quebrada. Organiza��o: Slam das Manas. Evento aberto a participa��o do p�blico
» Centro de Refer�ncia da Juventude
19h – Ant�gonaS. Pe�a do Grupo de Teatro Mulheres de Luta. Moradoras da Ocupa��o Carolina Maria de Jesus discutem a opress�o sobre as mulheres e a defesa da dignidade feminina por meio do mito grego de Ant�gona
» Centro Cultural UFMG
QUINTA (6)
15h30 – Roda de conversa. Superando o racismo e a transfobia: A��es afirmativas e perman�ncia na universidade
18h – Aula aberta. Dan�as urbanas e passinho. Com Dudu Sorriso
20h – Ver�o Vogue Bail�o. Coreografias ligadas � cultura ballroom, surgida em Nova York nos anos 1980. Performances incluem express�es urbanas como grafite, dan�a vogue e passinho. O bailarino e core�grafo Tuca Pinheiro apresentar� A urg�ncia da inefici�ncia – O corpo dispon�vel
» Centro de Refer�ncia da Juventude
EXPOSI��ES
Dona Jandira: 81 anos de vida, poesia e m�sica. A trajet�ria da cantora e compositora de BH.
Territ�rios populares. Olhares variados sobre o Hipercentro de BH
Epistemologias comunit�rias: arte contempor�nea e autoria negra. Trabalhos de 16 artistas negros e negras da capital
» Centro Cultural UFMG