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Estado de Minas QUARENTENA

Enxada 'salva' o ator Leonardo Fernandes do coronav�rus

Artista capina, planta horta e toma sol no s�tio da fam�lia, no interior de Minas. L�, ele busca for�as para superar a decep��o com o adiamento da turn� da pe�a 'Neblina' em capitais brasileiras


postado em 02/06/2020 04:00

Frederico Gandra*
Leonardo Fernandes na peça Neblina, cuja temporada no Rio, São Paulo e Brasília foi adiada(foto: Guto Muniz/divulgação)
Leonardo Fernandes na pe�a Neblina, cuja temporada no Rio, S�o Paulo e Bras�lia foi adiada (foto: Guto Muniz/divulga��o)

Enquanto se preparava para a estreia da temporada de Neblina em S�o Paulo, o ator e diretor mineiro Leonardo Fernandes foi surpreendido pelo cancelamento da agenda cultural. Ao lado da fam�lia, ele est� isolado em seu s�tio, em S�o Jos� da Lapa, a 30 quil�metros de Belo Horizonte. “O que me salvou nesta quarentena foi capinar lote e fazer horta”, diz, entusiasmado com o novo “of�cio”.

Pouco antes da “estreia” do coronav�rus, o ator, de 32 anos, havia acabado de encerrar a temporada em BH. Em janeiro e fevereiro, Neblina ficou em cartaz no CCBB. “Finalizamos uma temporada linda, com p�blico legal e cr�ticas positivas. Est�vamos empolgados em partir l� pra fora”, conta.

Dirigido por Yara de Novaes, o espet�culo circularia pelas unidades do CCBB em S�o Paulo, Rio de Janeiro e Bras�lia. A turn� est� adiada. Novas datas devem ser agendadas ap�s a quarentena. Leonardo e Faf� Renn� dividem o palco, discutindo o sentido da vida e a experi�ncia da morte.

Sozinha numa estrada, a personagem de Faf� tenta buscar ajuda, �s voltas com problemas mec�nicos em seu carro. A ideia original � de Leonardo. Ironicamente, Neblina dialoga com o momento atual. “O cen�rio � apenas uma bola que fica balan�ando em cima da gente. Olho para aquilo e vejo a mesma estrutura desse v�rus que parou o mundo. Aquele elemento do cen�rio simbolizava o imprevis�vel”, constata o ator.

As “coincid�ncias” n�o param a�. “Eu tinha uma fala que era assim: 'Quando alguma coisa acontece, uma coisa que n�o estava prevista, uma coisa que voc� n�o era capaz de imaginar, ent�o voc� percebe que…' Termina desse jeito, de repente”, conta Leonardo. Aquelas retic�ncias v�m ecoando na cabe�a dele. “Fico me perguntando: o que tenho que perceber neste momento?”

Outros projetos do ator tamb�m ficaram para depois. A estreia do filme P�rola, dirigido por Murilo Ben�cio, foi adiada. “N�o tem nada certo, mas j� t� pronto e vai passar no cinema ap�s a pandemia”, afirma. Trata-se da adapta��o da pe�a de Mauro Rasi em homenagem � m�e. Drica Moraes faz o papel principal, Leonardo vive o pr�prio Rasi.

SOL 

Distante da capital, L�o aproveita os momentos de isolamento ao lado da fam�lia. “Ficar num lugar onde voc� pode tomar sol realmente faz toda a diferen�a. Pisar na terra tem me feito bem”, conta. “J� plantei nove hortas, constru� uma barraca e capinei o lote.” O servi�o bra�al afasta a ansiedade. “Fa�o isso at� me esgotar fisicamente. � noite, caio no sono. � o que me salva dessa loucura toda.”

L�o tamb�m exercita um antigo hobby: dese- nhar. “Fa�o isso desde crian�a. Sempre tive convites para usar meus desenhos em algumas coisas, mas n�o pratico com muita frequ�ncia. Agora estou tirando meus trabalhos da cartola art�stica”, diz. Alguns deles est�o publicados no perfil do ator no Instagram (@fernandesleofernades).

Neste per�odo de reclus�o, Leonardo recusou convites para participar de lives. “Prefiro assistir a fazer. Sou um cara t�mido”, explica. Transmiss�es dos colegas e de grupos nos quais se inspira o ajudam a aproveitar o tempo livre. “Assisti �s lives do Grupo Armaz�m, de S�o Paulo, do qual sou completamente f�, e do canal Embrulha pra Viagem.”

Por enquanto, n�o d� para prever quando o trabalho no palco ser� retomado. “A gente tem o desejo de retornar para aquilo que ama, mas, sinceramente, n�o consigo dizer quando”, lamenta o ator. O teatro �, sobretudo, a arte do encontro, refor�a. Por isso, Leonardo n�o acredita na adapta��o de pe�as para o formato on-line. “� uma discuss�o imensa, mas, particularmente, n�o acho que o teatro se d� neste lugar do v�deo”, conclui o mineiro, que ganhou o pr�mio de melhor ator da Associa��o Paulista de Cr�ticos de Arte (APCA), em 2016, por seu trabalho no mon�logo Cachorro enterrado vivo.

*Estagi�rio sob supervis�o da editora-assistente �ngela Faria


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