
A espera pelo encontro presencial com o p�blico continua para artistas de Belo Horizonte. Mesmo com novos protocolos de abertura anunciados na �ltima semana pela Prefeitura de BH, espet�culos com plateia em teatros e casas de show continuam sem previs�o de retorno por causa da pandemia do novo coronav�rus. Por�m, o reencontro com os palcos j� come�ou gradualmente. Nos �ltimos dias, alguns dos mais importantes espa�os culturais da capital receberam apresenta��es transmitidas ao vivo pela internet. Uma nova etapa no compasso de espera pela reabertura ainda incerta.
No s�bado (22), o Jota Quest se apresentou direto do CCBB. Na sexta-feira (21), Telo e L� Borges subiram ao palco do Teatro do Centro Cultural da Minas T�nis Clube ao lado de Fl�vio e Cl�udio Venturini, enquanto a Orquestra Ouro Preto fazia apresenta��o comemorativa no Sesc Palladium. Poderiam ser noites de movimento intenso nas bilheterias em tempos normais, mas s� foi poss�vel acompanhar as apresenta��es pela internet, como tem sido desde o in�cio da pandemia. No entanto, o retorno dos artistas representa um passo importante para esses lugares.
Andr� Rubi�o, diretor de Cultura do Minas T�nis Clubes, explica que eventos como a live 4 irm�os, na �ltima sexta (21), s�o fruto do retorno da integralidade da equipe. "O que nos motiva � n�o ficar parados. Queremos utilizar mais o teatro, muita gente da equipe teve f�rias durante a quarentena, mas agora estamos investindo em equipamentos para melhorar as lives, para nos adequar ao contexto", explica. Rubi�o destaca que o Centro Cultural do MTC trabalha com a perspectiva de "volta moderada", o que inclui tamb�m o uso da �rea externa do espa�o, na Rua da Bahia, que recebe atualmente instala��o dedicada ao artista pl�stico e escultor Am�lcar de Castro (1920 -2002), que completaria 100 anos em 2020. Segundo ele, essas iniciativas permitem ainda "dar melhor visibilidade virtual” ao espa�o, diante da expectativa de volta parcial das atividades presenciais no futuro.
No caso do Centro Cultural do Banco do Brasil, apesar de outros conte�dos disponibilizados virtualmente anteriormente, a live do Jota Quest foi o primeiro evento envolvendo a presen�a de artistas no local desde o in�cio da pandemia. De acordo com Leonardo Camargo, gerente-geral do CCBB-BH, o foco � seguir disponibilizando cultura � popula��o para amenizar o isolamento, e sempre se preocupando com os protocolos sanit�rios. Segundo ele, a apresenta��o da banda, que procurou o espa�o para a realiza��o, foi poss�vel dentro desses par�metros, com o m�nimo de pessoas poss�vel.
"O CCBB continua com suas atividades, embora fechado ao p�blico. Temos manuten��o de acervo, ent�o h� toda uma equipe que n�o parou. Estamos nos adaptando, trabalhando para, quando pudermos reabrir com a devida autoriza��o das autoridades, estar preparados dentro dos novos protocolos de seguran�a. Essa live foi poss�vel por n�o ter p�blico nenhum, apenas banda e t�cnicos, em um espa�o grande, que nos permitiu cumprir nosso objetivo de levar entretenimento para a casa das pessoas", afirma Camargo.

CONEX�O
O Sesc Palladium, de intensa programa��o antes da pandemia, procurou transportar parte dela para ambientes virtuais, mas o palco do teatro, na Rua Rio de Janeiro, no Centro de BH, s� voltou a ser utilizado na �ltima sexta-feira (21), com apresenta��o da Orquestra Ouro Preto, que celebrou 20 anos de atividades em transmiss�o ao vivo pelo YouTube. No domingo (23), foi a vez da banda Exodus, formada por integrantes do Skank, Jota Quest, Pato Fu, Terral e ex-integrantes do Tianast�cia, que usou a estrutura local para transmitir um show dentro do projeto M�sica para Todos, que conta com apoio do Sesc, e dever� se repetir mensalmente com outros artistas. Os concertos ao vivo no local tamb�m dever�o se tornar semanais, aos domingos, a partir de setembro. O p�blico, contudo, seguir� acompanhando de casa.
O Sesc Palladium, de intensa programa��o antes da pandemia, procurou transportar parte dela para ambientes virtuais, mas o palco do teatro, na Rua Rio de Janeiro, no Centro de BH, s� voltou a ser utilizado na �ltima sexta-feira (21), com apresenta��o da Orquestra Ouro Preto, que celebrou 20 anos de atividades em transmiss�o ao vivo pelo YouTube. No domingo (23), foi a vez da banda Exodus, formada por integrantes do Skank, Jota Quest, Pato Fu, Terral e ex-integrantes do Tianast�cia, que usou a estrutura local para transmitir um show dentro do projeto M�sica para Todos, que conta com apoio do Sesc, e dever� se repetir mensalmente com outros artistas. Os concertos ao vivo no local tamb�m dever�o se tornar semanais, aos domingos, a partir de setembro. O p�blico, contudo, seguir� acompanhando de casa.
Priscilla D’Agostini, gerente do Sesc Palladium, ressalta que a reutiliza��o do palco local � consequ�ncia da reestrutura��o planejada desde mar�o, "seguindo rigorosamente os decretos, e que s� abrir� para o p�blico com a devida autoriza��o". Segundo ela, foi preciso um tempo para entender os protocolos e viabilizar essas atividades que conectam o espa�o ao p�blico. "Nosso foco � o encontro, independentemente do lugar", explica. Al�m disso, ela afirma que o processo mira um futuro pr�ximo em que "haver� um equil�brio entre presencial e virtual muito grande dentro das nossas propostas. Ent�o, � muito importante estar atento a esse contexto, seguindo protocolos, para potencializar esses encontros virtuais, que contemplam v�rios p�blicos e ainda atraem novos frequentadores para o local para quando pudermos receb�-los", diz Priscilla.
'O que falta s�o os aplausos'

A retomada dos concertos faz parte de um processo que visa ao momento no qual a presen�a do p�blico, ainda que reduzida, seja autorizada. "Montamos programa��o atrativa, mas muito cautelosa com nossos m�sicos. Nos apresentamos com grupos pequenos, duetos, trios ou quartetos, e quando tivermos condi��es de receber o p�blico, estaremos preparados, porque j� temos os devidos protocolos", afirma o diretor art�stico e regente titular, Fabio Mechetti.
Sobre a experi�ncia de se apresentar no local de costume, mas sem o p�blico, ele revela um misto de sentimentos. "M�sica se faz para o p�blico. Especialmente para os m�sicos, � um pouco frustrante n�o ter a presen�a dele, mas ficamos contentes pela volta ao trabalho ao vivo, fazendo m�sica juntos, e pelo prazer de voltar a estar naquela sala maravilhosa. O que falta s�o os aplausos, que certamente acontecer�o, at� com mais energia, quando for poss�vel", argumenta.
Apesar dessa tend�ncia de retorno dos artistas aos palcos, mesmo sem o p�blico, h� tamb�m quem adote certa cautela. No caso do Pal�cio das Artes, apesar de tamb�m oferecer variada programa��o cultural virtual desde o come�o da pandemia, o Grande Teatro e demais estruturas seguem aguardando um momento mais favor�vel em rela��o � pandemia para mais utiliza��es. "Nossa premissa tem sido a quest�o da sa�de, tanto para funcion�rios, quanto para artistas. Criamos um comit� estrat�gico, bem plural, para avaliar as possibilidades de uso dos espa�os neste cen�rio de pandemia. Ent�o, as poucas coisas que fizemos nos nossos espa�os nesse tempo foram sempre observando isso", analisa Luciana Salles, diretora cultural do Pal�cio das Artes. At� ent�o, as estruturas da Funda��o Cl�vis Salgado s� foram usadas para pequenas grava��es.
No horizonte do Pal�cio est� a realiza��o de mais uma edi��o do M�s da �pera, em outubro. Mas Luciana Salles revela que o planejamento � feito com muitos crit�rios. "O desenho que fazemos � pensando: estaremos aptos? Haver� essa possibilidade? Quantas pessoas envolvemos nessa transmiss�o? Ent�o, ainda n�o sabemos se ser� ao vivo ou gravado, estamos estudando. Claro que queremos receber projetos nas nossas salas, mas � preciso pensar na modelagem", observa. Ela tamb�m destaca a ideia de um formato mesclado entre o presencial e o digital no futuro pr�ximo, quando houver condi��es sanit�rias adequadas. Segundo a diretora cultural, o Pal�cio das Artes trabalha com mais de 20 protocolos para seus diferentes espa�os e setores, preocupando-se n�o s� com o p�blico, mas com as equipes profissionais e artistas.
Reabertura em Inhotim

Um dos espa�os culturais mais conhecidos e procurados de Minas, o Instituto Inhotim (foto), em Brumadinho, na Grande BH, anunciou a implanta��o de seu protocolo de reabertura. Mesmo sem data definida para a volta do p�blico pelas autoridades, o museu publicou uma s�rie de medidas pensando na seguran�a dos visitantes e funcion�rios em rela��o � COVID-19. Entre elas est�o a diminui��o do limite de p�blico de 5 mil pessoas di�rias para 500, com ingressos retirados antecipadamente pela internet. As regras foram definidas pela Infection Control, consultoria especializada liderada pelo infectologista Carlos Starling.