(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas ARTE URBANA

Isolamento social n�o tirou o pique dos grafiteiros de BH

Raquel Bolinho, Tot, Alexandre Rato e Clara Valente n�o se renderam ao isolamento social, que esvaziou as ruas. Eles fazem posts na internet, murais sob encomenda e at� pintura de roupas


25/08/2020 04:00

Durante a pandemia, Raquel Bolinho criou mural para o Sesc Palladium e um guia na internet em que seu famoso personagem lida com a quarentena(foto: Acervo pessoal)
Durante a pandemia, Raquel Bolinho criou mural para o Sesc Palladium e um guia na internet em que seu famoso personagem lida com a quarentena (foto: Acervo pessoal)

Grafite � sin�nimo de rua. O espa�o urbano vem se transformando em galeria a c�u aberto, com muros, viadutos, tapumes, trens e metr�s exibindo tra�os marcantes desta arte contempor�nea. Desde mar�o, o confinamento social imposto pela pandemia do novo coronav�rus teve forte impacto sobre a a��o dos grafiteiros de Belo Horizonte, mas eles buscam alternativas para n�o parar de criar. A internet � forte aliada desses artistas.

Raquel Bolinho, criadora do personagem Bolinho, viu-se presa dentro de casa, depois de grafitar nas ruas por 11 anos. “No come�o, eu nem sa�a. Tive de me adaptar”, conta ela, que passou a se dedicar ao desenho e a fazer posts di�rios na internet.

“Bolamos o Guia bolinho nada pr�tico de como lidar com a quarentena, desenhos di�rios mostrando o que o Bolinho est� fazendo durante a pandemia, como ele enfrenta este momento”. Raquel conta que n�o � f�cil lidar com o isolamento social. “O jeito foi postar na internet para que as pessoas vissem o meu trabalho. Com o tempo, voltei a fazer algumas pinturas nas ruas, usando a pandemia como tema.”

Al�m de ser atuante na internet, Raquel tamb�m vem criando murais. No m�s passado, ela fez uma pintura por encomenda do Sesc Palladium. “Tenho trabalhado o grafite com menos intensidade. Em meu site, h� coisas para colorir e material para download. � legal, porque as crian�as est�o em casa e os professores precisam de material”, comenta.

Tot (ACIMA) e Alexandre Rato (ABAIXO) comemoram a retomada de projeto que reuniu grafiteiros para pintar tapumes da Arena MRV(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press %u2013 24/6/2020)
Tot (ACIMA) e Alexandre Rato (ABAIXO) comemoram a retomada de projeto que reuniu grafiteiros para pintar tapumes da Arena MRV (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press %u2013 24/6/2020)

(foto: Arquivo pessoal)
(foto: Arquivo pessoal)

FESTA 

Agora ela est� preparando a comemora��o do anivers�rio de seu famoso personagem Bolinho. “N�o ser� como nos anos anteriores, com pinturas, exposi��es e festas. Planejei v�rias atividades para as pessoas participarem de casa. � s� entrar no nosso site para ver”, ela convida.

Tot � grafiteiro h� 20 anos. “Tenho origem na rua mesmo, aprendi a pintar sozinho. No mundo do grafite, tem muito dessa coisa de um aprender com o outro”, diz. Al�m de grafites, ele faz pinturas decorativas.

Quando come�ou a pandemia, ele teve de lidar com o adiamento e o cancelamento de projetos. A quarentena obrigou Tot a se reinventar, pintando telas e customizando jaquetas.

Foi complicado ficar em casa, longe dos murais. “Fiz parte de um projeto legal, o Arte pela Cesta. Juntamos 40 artistas, cada um doou uma tela e elas foram trocadas por cestas b�sicas, doadas para pessoas carentes”, diz.

De um tempo para c�, novos trabalhos est�o aparecendo. “Alguns projetos foram retomados, como o painel que fizemos nos tapumes da Arena MRV, onde ser� constru�do o est�dio do Atl�tico. Pintei o jogador Ronaldinho”, conta.

Depois desse trabalho, Tot fez outros tr�s. “Nos pr�ximos dias, farei outro, mas desta vez � uma decora��o de interiores.”

Entre os trabalhos adiados de Tot h� pinturas para decorar bares, pubs e escolas. “Como as atividades foram interrompidas, acredito que propriet�rios est�o segurando o investimento. Resta esperar mais um pouco”, conforma-se. Ele se diz “meio desligado da internet”, mas exibe suas cria��es nas redes sociais.

Clara Valente pintou mural na Funarte, em BH(foto: Ana Sanders e Júlia Braga/divulgação)
Clara Valente pintou mural na Funarte, em BH (foto: Ana Sanders e J�lia Braga/divulga��o)

INSTAGRAM

A pandemia obrigou Clara Valente a mudar sua forma de trabalho. “Como n�o podia fazer grafite, tive de me virar em casa, pois estava cumprindo o isolamento social. Trabalhei todos os dias, pintando e pensando nas minhas pr�ximas gravuras, desenhos e projetos. Tamb�m postei trabalhos no Instagram. Muitas pessoas passaram a me seguir e a conhecer meu trabalho. Isso me deu �nimo para ficar em casa e pintar”, diz.

Um dos trabalhos recentes de Clara foi o mural da Funarte, no Centro de BH, em homenagem � artista pl�stica Yara Tupynamb�.

“Fiz em junho. O projeto surgiu em meio � pandemia, mas tomamos os devidos cuidados, pois n�o tinha como adi�-lo. �ramos eu, outros grafiteiros e artistas pl�sticos”, diz Clara.

No momento, ela est� concluindo um trabalho para o programa Desvios, no Sesc Palladium, iniciado no fim de mar�o. “Eles convidaram v�rios grafiteiros para pintar l�. Quando o espa�o reabrir, o projeto ser� inaugurado”, afirma.


SURPRESA

Grafiteiro h� 15 anos, Alexandre Rato foi pego de surpresa pela pandemia. “Como sou tatuador, tive de recorrer a essa outra profiss�o. Mas n�o deixei de trabalhar com grafite, fiz em locais onde n�o havia nenhum tipo de aglomera��o, basicamente em lojas e murais”, conta. “Tive que vender quadros, fazer ilustra��es para livros”, revela.

Assim como Tot, Rato participou do projeto que convidou grafiteiros a pintar tapumes da obra da Arena MRV, em julho. “Cheguei a fazer lives no Instagram para interagir com a galera. Apesar da pandemia, continuo na ativa e as propostas voltaram a surgir. Recentemente, fiz um mural na cidade de Rio Branco. Felizmente, as coisas est�o se normalizando”, acredita.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)