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Estado de Minas LUTO NA M�SICA

M�sicos mineiros relembram parcerias com Gerson King Combo

Negoativo, da banda Berimbrown, e Rafael Carneiro, da Black Machine, detalham encontros, shows e grava��es que tiveram com o James Brown brasileiro


24/09/2020 04:00 - atualizado 24/09/2020 11:02

Gerson King Combo acompanhado da banda Black Machine em show em BH, em dezembro de 2018. Último álbum de estúdio do cantor, Soul da paz (2009), foi gravado na capital mineira(foto: Wenderson Fernandes/Divulgação)
Gerson King Combo acompanhado da banda Black Machine em show em BH, em dezembro de 2018. �ltimo �lbum de est�dio do cantor, Soul da paz (2009), foi gravado na capital mineira (foto: Wenderson Fernandes/Divulga��o)


''O Gerson King Combo tem uma imensa import�ncia. Mandamentos black (lan�ada em 1977) era o an�ncio do poder do povo negro''

Negoativo, fundador da banda Berimbrown



Morto aos 76 anos na noite de ter�a-feira (22) no Rio de Janeiro em decorr�ncia de infec��o generalizada e de complica��es de diabetes, Gerson King Combo carregou t�tulos na hist�ria da m�sica brasileira. Era chamado Rei do Soul brasileiro, ou o James Brown brasileiro, com seu vozeir�o e figura marcantes. Nos shows, apresentava-se sempre com capa, chap�u e cetro, tal seu �dolo norte-americano.

Ganhou destaque no Brasil na d�cada de 1970 com m�sicas de soul e funk e teve grande import�ncia nos movimentos culturais negros da �poca. Com seus dois �lbuns de 1977 e 1978 lan�ou m�sicas que viraram cl�ssicos da m�sica black brasileira, como Mandamentos black, Andando nos trilhos e God save the king.

Nascido em Madureira, onde viveu por toda a vida, Gerson era irm�o do cantor Get�lio C�rtes, mais conhecido pela can��o Negro gato, gravada por Roberto Carlos. King Combo iniciou a carreira fazendo dublagem no programa Hoje � dia de rock. Nos anos 1960, foi core�grafo e dan�arino do programa Jovem Guarda. Nos anos 1970, viveu seu auge, com o fen�meno dos bailes black.

Mas no per�odo seguinte chegou a se afastar da m�sica. Sua carreira s� foi retomada no final dos anos 1990. Foi nesta �poca que King Combo se aproximou de uma banda rec�m-criada em Belo Horizonte, o Berimbrown. “Fiquei desconfiado de um mestre de capoeira querer fazer um neg�cio comigo. P�xa, neg�o, ainda bem que voc� me ligou.” Ontem, quando ficou sabendo da morte de Gerson King Combo, um filme passou na cabe�a de Negoativo, fundador da banda Berimbrown. Ele lembrou-se, inclusive, das palavras do mestre, “que gostava era de tomar sua cervejinha em Madureira”.

Em 1998, quando a banda mineira come�ou a trabalhar em seu primeiro �lbum, Negoativo logo pensou em King Combo. “N�o se falava mais dele na cena. Ent�o, resolvi encontrar. Fui garimpando e levei dois meses at� encontrar o telefone dele. Liguei e ele me disse que estava parado e eu consegui convenc�-lo a vir para a minha casa para BH para gravar com a gente.”

A parceria, nascida da regrava��o do Berimbrown do hino Mandamentos black, com a participa��o do pr�prio King Combo, rendeu uma rela��o que se prolongou pelos anos 2000. Foram v�rios shows do Berimbrown com ele, no Rio e em S�o Paulo. O �ltimo �lbum de est�dio do cantor, Soul da paz (2009), foi gravado em BH, no Bairro 1º de Maio, onde fica o QG do Berimbrown.

“O Gerson King Combo tem uma imensa import�ncia. Mandamentos black (lan�ada em 1977) era o an�ncio do poder do povo negro”, continua Negoativo. A rela��o do soulman com Belo Horizonte foi al�m do Berimbrown. Em 2013, ao completar 70 anos, King Combo foi o homenageado de uma edi��o do projeto Soul do Morro. Apresentou-se ao lado de Fl�vio Renegado e Cubanito na quadra da Escola de Samba Cidade Jardim.

''J� pensava em lan�ar um registro ao vivo (do show de 2018 em BH), agora vou acelerar o processo como uma homenagem ao Gerson''

Rafael Carneiro, guitarrista da Black Machine


ADEUS EM BH

O soulman tamb�m teve um encontro com a banda Black Machine. Em dezembro de 2018, o grupo mineiro foi a banda que o acompanhou no baile Soul da Amizade, organizado em um estacionamento na Rua Tupis, no Centro de BH. “O Gerson veio dias antes, o buscamos no aeroporto e foi aquela amizade r�pida, j� que todos temos um passado com muita coisa em comum”, relembra Rafael Carneiro, guitarrista da Black Machine.

Na �poca, a Black Machine estava preparando um �lbum. Aproveitando sua presen�a, o grupo o convidou para gravar a can��o Falou e disse. O show de 2018 tamb�m foi gravado, conta o guitarrista. “J� pensava em lan�ar um registro ao vivo, agora vou acelerar o processo como uma homenagem ao Gerson”, ele conta.

A Black Machine n�o voltou a se encontrar com King Combo depois daquele dezembro de 2018. Mas o cantor, um ano mais tarde, no lan�amento do �lbum Respeite o funk!, mandou seu recado. “A grava��o da faixa Falou e disse foi daquelas que te deixam completamente � vontade. Tanto � que da segunda vez que gravamos a faixa j� estava valendo, � a que ficou no disco! Sem regravar, voltar, nada! Rolou direto, brother!” (Com ag�ncias)


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