
Para o cantor e compositor Moyseis Marques, o samba n�o � apenas um g�nero musical, mas “estado de esp�rito” que envolve “estilo de vida, gastronomia, indument�ria, relacionamento com as pessoas e por a� vai”. Recriar tudo isso em ambiente virtual � praticamente imposs�vel, ent�o � necess�rio se desprender de algumas coisas. O que n�o pode faltar � a m�sica, protagonista da
O show marca a estreia da s�rie de lives “Nosso samba”, do projeto Sambabook, que reverencia o g�nero e seus criadores por meio de apresenta��es on-line e ao vivo. Com produ��o e curadoria de Regina Oreiro, o evento tem outras duas atra��es confirmadas: Nilze Carvalho, em 24 de abril, e Moacyr Luz, em 8 de maio.
Todas as lives s�o gratuitas, mas a ideia � incentivar a pr�tica do ingresso consciente, em que o espectador contribui com o valor que puder. Todo o montante arrecadado vai para o artista.
No debute, Moyseis Marques apresenta show in�dito “Sambaluz”, fruto da quarentena, cujo t�tulo faz refer�ncia � m�sica que ele comp�s em parceria com o jornalista e escritor Luis Pimentel. Mineiro de Juiz de Fora radicado no Rio de Janeiro, o m�sico promete repert�rio que vai mesclar sucessos com algumas novidades, ambos em vers�o intimista.
“Estarei sozinho com viol�o e cavaquinho. Quero trazer essa informalidade natural do samba, ent�o vou tocar somente m�sicas desse estilo, ainda que toque outros ritmos, como forr� e capoeira. N�o foquei em novidades. Quero que as pessoas se sintam em casa”, afirma.
Moyseis adianta que apresentar� can��es autorais como “Poeta � outro lance”, “Panos e planos” (escrita com Luiz Carlos M�ximo) e “Entre os girass�is” (parceria com Edu Krieger), al�m dos cl�ssicos “Cora��o vulgar”, de Paulinho da Viola, “Sub�rbio”, de Chico Buarque, e “Nomes de favela”, de Paulo C�sar Pinheiro.
Parceria dele com a cantora e compositora Teresa Cristina, “Gatilho” � uma das in�ditas que ser�o apresentadas. Segundo Moyseis, a can��o fala sobre a pandemia e a quarentena.
Conhecido por seu trabalho como cantor e compositor de sambas revelado no circuito noturno da Lapa, no Rio de Janeiro, ele conta que aproveitou os dias em casa para se dedicar ao estudo do cavaquinho. “Estou apaixonado pelo instrumento. Ele me conecta com um repert�rio de samba antigo muito importante para minha forma��o como m�sico”, diz.
Na quarentena, Moyseis Marques se dividiu entre lives, curadoria de festivais, aulas de m�sica, faxinas e exerc�cios f�sicos, mas encontrou tempo para compor can��es, principalmente nos �ltimos meses.
“Para escrever, preciso estar despreocupado. No in�cio da pandemia, a gente estava muito imerso em incertezas. N�o sab�amos como seria a vida dali em diante. A gente ainda n�o sabe, mas agora j� nos acostumamos com isso. Ent�o, demorei um pouco at� engatar criativamente. Mas quando foi, escrevi umas 20 m�sicas”, conta.
REDES
Al�m disso, o per�odo em casa deu a ele a chance de se dedicar mais �s redes sociais. “Antes, artistas se dedicavam muito a elas, mas n�o faziam muitos shows. E tamb�m tinha o contr�rio. A pandemia deu uma embaralhada nas cartas. Meu YouTube, por exemplo, estava abandonado, ent�o aproveitei para organiz�-lo melhor”, explica.
� por meio dele que o m�sico realizou a maioria das lives feitas no �ltimo ano. O formato n�o deve acabar com o retorno dos shows ao vivo, acredita Moyseis.
“� medida que voc� tem a possibilidade de atrair gente de outros lugares, como Alemanha, Calif�rnia, R�ssia, Jap�o e Cear�, acho a transmiss�o on-line muito bacana. O presencial faz muita falta e nunca vai morrer. Sinto falta dos aplausos das pessoas. Mas o on-line chega como alternativa interessante, principalmente para aproximar quem est� longe”, conclui.
“SAMBABOOK: NOSSO SAMBA COM MOYSEIS MARQUES”
Neste s�bado (7/4), �s 21h, por meio do canal do Sambabook no YouTube (youtube.com/sambabook). Gratuito. Contribui��es para o projeto podem ser feitas por meio da plataforma Sympla.