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Estado de Minas LAN�AMENTO

Dos tropeiros ao capeta do Vilarinho, livro conta a hist�ria de Venda Nova

Criado no S�o Jo�o Batista, historiador Bruno Viveiros Martins aborda a import�ncia do maior distrito de BH em novo volume da s�rie ''A cidade de cada um''


27/11/2021 04:00 - atualizado 27/11/2021 08:13

Historiador Bruno Viveiros Martins, tendo ao fundo quadras do Vilarinho, segura seu livro sobre Venda Nova
Bruno Viveiros Martins nas quadras do Vilarinho, espa�o esportivo que, com seus bailes, se tornou �cone da cultura de BH (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
J� fazem 17 anos que a cole��o “BH. A cidade de cada um” conta a hist�ria de bairros, lugares, fatos e personagens da capital mineira por meio de autores cujas trajet�rias pessoais se cruzam com os temas abordados. O 35º t�tulo n�o � diferente. “Venda Nova”, que ser� lan�ado neste s�bado (27/11) pela Conceito Editorial, com sess�o de aut�grafos na Livraria Ouvidor Savassi, � assinado pelo historiador Bruno Viveiros Martins, venda-novense t�pico, nascido e criado neste distrito de Belo Horizonte.

“Venda Nova � uma regi�o que engloba uma s�rie de bairros. Nasci no S�o Jo�o Batista, um dos mais antigos. Passei a inf�ncia ali, fiz o ensino fundamental e o m�dio nas escolas de l�. Ent�o, estou habituado com essa periferia que tem ruas de terra e muito verde. Depois que me casei, fui morar no Jardim Am�rica, na Regi�o Oeste de BH, mas a minha rela��o com Venda Nova nunca acabou, principalmente por conta da minha fam�lia”, conta o autor.



FUTEBOL DE BOT�O 

Muitas pessoas transitam na Rua Padre Pedro Pinto, em Venda Nova
Rua Padre Pedro Pinto, com seu com�rcio agitado, mant�m a tradi��o das vendas do s�culo 18, frequentadas por tropeiros (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Campe�o de futebol de bot�o da rua onde passou a inf�ncia e adolesc�ncia, Bruno cresceu ouvindo hist�rias sobre a regi�o. N�o abandonou essa curiosidade quando come�ou a cursar a faculdade de hist�ria. Entusiasta da maioria dos autores que participaram da cole��o “A cidade de cada um”, foi ele quem prop�s o livro sobre Venda Nova aos editores Jos� Eduardo Gon�alves e S�lvia Rubi�o, que aceitaram a empreitada.

“Desde a inf�ncia, escuto hist�rias sobre como o bairro foi um arraial importante para Minas Gerais, o quanto as vendas da regi�o s�o uma tradi��o local. Quando terminei o ensino m�dio, continuei pesquisando essas informa��es. Como acompanho a cole��o desde o in�cio, j� sabia a linha que gostaria de seguir antes mesmo de minha proposta ser aceita”, ele conta.

Jovens dançam em baile funk realizado nas quadras do Vilarinho, em 2007
Bailes de Venda Nova: celeiro da m�sica funk criada em BH, que chama a aten��o do pa�s (foto: Auremar de Castro/EM/D.A Press/16/04/07)
A partir de relatos de personagens da regi�o, colhidos ao longo da pandemia por meio de entrevistas via telefone, Bruno Viveiros Martins conta a hist�ria de Venda Nova do Imp�rio � modernidade.

Com cerca de 250 mil habitantes, o local pertenceu a Sabar�, Santa Luzia e Ribeir�o das Neves, antes de ser anexado � capital mineira, em 1948.

Durante o Imp�rio, Venda Nova desempenhou importante papel pol�tico, comercial e religioso. Seu sucesso entre tropeiros e viajantes correu de boca em boca devido �s vendas que ali funcionavam – da� o nome da regi�o. Muitos desses com�rcios pertenciam a portugueses, oferecendo mantimentos, como arroz, feij�o e toucinho, e tamb�m produtos raros na �poca, como querosene e couro.

“Meu principal objetivo � entender como um arraial fundado no s�culo 18 passou a fazer parte da capital planejada e inaugurada no s�culo 19. Enquanto Venda Nova possui mais de 300 anos de hist�ria, Belo Horizonte tem pouco mais de 120 anos”, lembra.


PADRE 

Dançarinos de black music fazem passos, em baile em Venda Nova, vestidos de terno e observados por jovens. Um dançarino veste figurino de Michael Jackson
Toninho Black e o Baile da Saudade divulgaram a cultura black de Venda Nova para a periferia de BH (foto: Toninho Black/acervo)
Bruno recorre a figuras emblem�ticas da regi�o, como padre Pedro Pinto, o primeiro cidad�o a conseguir habilita��o para dirigir em Belo Horizonte, eloquente e caridoso orador. O livro tamb�m trata de refer�ncias contempor�neas, como o Baile da Saudade, que ajudou a fomentar a cultura black na capital mineira sob a influ�ncia de Toninho Black.

“O venda-novense mais famoso de que se tem not�cia � o Capeta do Vilarinho, lenda urbana que surgiu no final dos anos 1980, no auge dos bailes nas quadras do Vilarinho. Durante um concurso, esse capeta est� dan�ando e � ovacionado. Com a como��o da plateia, ele perde a concentra��o, deliza e o p�blico percebe que tem um par de chifres. At� hoje tem gente que faz sinal da cruz quando passa pela quadra”, Bruno conta.

Capa de revista de Celton dedicada ao capeta do Vilarinho, desenhado ao alto como fantasma
Capeta do Vilarinho, personagem venda-novense, ganhou edi��o da revista de HQ de Lacarm�lio Alf�o de Ara�jo, o Celton (foto: Celton/Reprodu��o)
DEU NO NYT 

O capeta chamou a aten��o do pa�s e rendeu not�cia at� no exterior, no jornal The New York Times. Embora seja um dos destaques do livro, Bruno garante que nele h� tamb�m hist�rias comprovadamente reais, o que comprova as diferentes facetas da regi�o.

“Falo dos armaz�ns, mercearias e mercadinhos que fazem parte da hist�ria de Venda Nova; do amor pelo esporte, a exemplo do futebol amador, do ciclismo e corridas de cavalo; da luta dos moradores por melhores condi��es de vida, como o acesso � educa��o p�blica a partir dos col�gios Santos Dumont e Geteco; da defesa das �reas verdes e espa�os de sociabilidade p�blica, como o Parque Serra Verde, o Centro Cultural Venda Nova e o Centro de Mem�ria Regional”, lista o historiador.


Capa do livro ''Venda Nova'' mostra uma venda daquela região de BH, com balcão e imensas prateleiras
(foto: CONCEITO/REPRODU��O)

“BH. A CIDADE DE CADA UM: VENDA NOVA”
. De Bruno Viveiros Martins
. Conceito Editorial
. 168 p�ginas
. R$ 25
. Sess�o de aut�grafos com a presen�a do autor neste s�bado (27/11), a partir das 11h, na Livraria Ouvidor Savassi. Rua Fernandes Tourinho, 253, Savassi.


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