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Estado de Minas NOVO PROTOCOLO

Exig�ncia de teste de COVID para ir a eventos culturais em BH alarma setor

Nova regra da PBH passa a valer a partir de segunda (31/1). Produtores de teatro e show preveem queda dr�stica de p�blico e avaliam se vale a pena manter agenda


29/01/2022 04:00 - atualizado 29/01/2022 04:01

Cadeiras verdes da plateia do Grande Teatro do Palácio das Artes iluminadas e vazias
De acordo com portaria da Prefeitura de BH, entrada em locais como o Grande Teatro do Pal�cio das Artes fica sujeita � apresenta��o de teste negativo de COVID-19 realizado at� 72 horas antes do ingresso (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A.PRESS)

"A maior programa��o do m�s de fevereiro na Funda��o Cl�vis Salgado � da Campanha de Populariza��o do Teatro e Dan�a e aguardamos uma posi��o do Sinparc (promotor do evento) sobre a continuidade ou n�o das agendas. Em rela��o � programa��o da pr�pria FCS, estamos avaliando se (as atra��es) ser�o adiadas ou n�o, pois h� um cen�rio de inviabilidade financeira e operacional para cumprir a decis�o da PBH"

Funda��o Cl�vis Salgado, em nota oficial enviada � reportagem do Estado de Minas


A partir da pr�xima segunda (31/1), todos os eventos em casas de shows e espet�culos, casas de festas, discotecas, danceterias e espet�culos circenses em Belo Horizonte s� poder�o ser realizados mediante apresenta��o do comprovante de vacina��o da segunda dose da vacina contra a COVID-19 e o resultado negativo do teste RT-PCR ou Teste R�pido de Ant�geno realizados at� 72 horas antes da atividade. A exig�ncia � tanto para o p�blico quanto para artistas e funcion�rios dos espa�os envolvidos com as atra��es.

A exig�ncia, oficializada nessa sexta-feira (28/1) com a portaria SMSA/SUS-BH 0065/2022, assinada pelo secret�rio Municipal de Sa�de, Jackson Machado Pinto, e publicada no Di�rio Oficial do Munic�pio, amplia o escopo de eventos sujeitos � regra, que havia sido anunciada na �ltima quarta-feira (26/1), quando o prefeito Alexandre Kalil convocou entrevista coletiva para anunciar medidas adotadas diante do avan�o dos �ndices de contamina��o pelo novo coronav�rus na capital mineira   

At� ent�o, eram obrigat�rios testes somente para atividades realizadas para um p�blico superior a 2 mil pessoas e/ou com previs�o de show para p�blico em p�, servi�o de alimenta��o ou espa�o de dan�a. A nova portaria revogou os itens que traziam essa especifica��o.

A partir da semana que vem, portanto, a regra vale para todos, independentemente da quantidade de p�blico e do formato da apresenta��o (com plateia sentada ou em p�). Isso poder� mudar consideravelmente a programa��o cultural da cidade.

"Tem que haver uma pondera��o. Por que nos cinemas isso n�o existe? A nossa atividade � confundida o tempo todo com evento. N�o somos evento"

Magdalena Rodrigues, presidente do Sindicato dos Artistas e T�cnicos em Espet�culos de Divers�es de MG


REUNI�O 

Coordenador da Campanha de Populariza��o do Teatro e da Dan�a, Dilson Mayron afirma que na segunda-feira ser� realizada uma reuni�o para saber se a edi��o 2022, que est� em andamento e tem previs�o de ocorrer at� 27 de fevereiro pr�ximo, continuar�. 

“Os testes custam muito caro, as pessoas v�o � Campanha porque � mais barato (os ingressos antecipados t�m o pre�o �nico de R$ 20). Como podemos exigir testes que custam R$ 80, R$ 120 pra um cara que ganha sal�rio m�nimo?”

H� ainda outra quest�o que complica esse cen�rio e a adapta��o � nova regra. Portaria da Secretaria Especial da Cultura, em vigor desde 5 de novembro de 2021, pro�be a exig�ncia de passaporte sanit�rio em projetos financiados pela Lei Rouanet. A lei permite que empresas abatam do Imposto de Renda valores investidos em projetos culturais. Na decis�o, o secret�rio especial da Cultura, Mario Frias, determinou que nas cidades que exigem o comprovante de vacina��o, os eventos devem adotar o modelo virtual.

"Os testes custam muito caro, as pessoas v�o � Campanha porque � mais barato (os ingressos antecipados t�m o pre�o �nico de R$ 20). Como podemos exigir testes que custam R$ 80, R$ 120 pra um cara que ganha sal�rio m�nimo?"

Dilson Mayron, coordenador da Campanha de Populariza��o do Teatro e da Dan�a



“Estamos entre a cruz e a espada”, comenta Mayron, j� que a Campanha de Populariza��o, que come�ou no �ltimo dia 13, e n�o foi realizada em 2021 em virtude da pandemia, tem patroc�nio da Lei Rouanet. At� este domingo (30/1), os espet�culos em cartaz ser�o apresentados normalmente. 

Presidente do Sindicato dos Artistas e T�cnicos em Espet�culos de Divers�es do Estado de Minas Gerais – Sated/MG, Magdalena Rodrigues, em conson�ncia com o F�rum dos Teatros e Centros Culturais de Belo Horizonte, protocolou ontem uma carta ao prefeito Alexandre Kalil pedindo que reconsidere a decis�o. “Tem que haver uma pondera��o. Por que nos cinemas isso n�o existe? A nossa atividade � confundida o tempo todo com evento. N�o somos evento.”

Segundo a presidente do Sated, caso a decis�o da exig�ncia de vacina��o e testes permane�a para o setor teatral, n�o haver� outra alternativa a n�o ser interromper a realiza��o da Campanha. “E logo na �poca em que os artistas t�m mais p�blico. Muita gente precisa trabalhar. Come�amos a Campanha no dia 13 com sucesso, as pessoas est�o voltando aos teatros, temos lugar marcado, �lcool em gel � disposi��o, todos investiram para participar. Como vamos colocar agora todo mundo no modelo virtual?”, questiona Magdalena.

A maior parte dos teatros de BH est� com espet�culos na Campanha: Pal�cio das Artes, Cine-Theatro Brasil Vallourec, Minas T�nis, Mar�lia, Francisco Nunes, entre outros. A programa��o re�ne 87 espet�culos. “Estamos praticamente come�ando do zero. Estimamos que se consegu�ssemos vender 20 mil ingressos em dois meses isso j� ajudaria muito, pois h� muitos produtores e atores passando dificuldade”, comenta Mayron. 

Principal equipamento cultural de Belo Horizonte, administrado pela Funda��o Cl�vis Salgado (FCS), o Pal�cio das Artes, procurado pela reportagem, preferiu se manifestar sobre o assunto por meio de nota. A assessoria da entidade enviou ao Estado de Minas o seguinte comunicado: “N�o h� uma posi��o unificada. A decis�o de manter ou n�o os espet�culos em cartaz � de cada produtor. A maior programa��o do m�s de fevereiro na FCS � da Campanha de Populariza��o do Teatro e da Dan�a e aguardamos uma posi��o do Sinparc (promotor do evento) sobre a continuidade ou n�o das agendas. Em rela��o � programa��o da pr�pria FCS, estamos avaliando se (as atra��es) ser�o adiadas ou n�o, pois h� um cen�rio de inviabilidade financeira e operacional para cumprir a decis�o da PBH”.

"N�o sabemos ainda como fazer, se vai compensar (abrir). O que digo � que hoje vamos funcionar"

Carlos Velloso, s�cio do Jack Rock Bar



BOM SENSO 

O Centro Cultural Banco do Brasil come�ou nesta semana o projeto Rock Brasil 40 anos, que prev� promover shows, espet�culos teatrais, sess�es de cinema, palestras e exposi��es at� 21 de fevereiro pr�ximo. A programa��o do evento ser� mantida, e vai seguir a determina��o da portaria da PBH, segundo os produtores. Aqueles que compraram ingressos para shows e espet�culos teatrais pelo Eventim e n�o quiserem (ou puderem) ir ao evento poder�o pedir a devolu��o do valor pago por meio do pr�prio site.

O Eventim, no entanto, determina que nas “compras realizadas pela internet, o cancelamento do pedido dever� ser, obrigatoriamente, solicitado em at� sete dias corridos, contados a partir da data da efetiva��o da compra”. Como a venda teve in�cio em 16 deste m�s, mais de uma semana antes do in�cio da programa��o, h� uma d�vida sobre o estorno de valores pagos em prazo maior do que o estabelecido pela regra geral. 

Produtor do Rock Brasil 40 anos, P�ricles Mecenas afirmou ao Estado de Minas que a situa��o em Belo Horizonte “� pontual”. “Hoje, valem as regras do site. A Eventim � a tiqueteira contratada pelo CCBB. Mas em todo caso tem que valer primeiro o bom senso. Ser� que o prefeito n�o vai rever a situa��o?”

A casa de shows Jack Rock Bar vai funcionar normalmente neste fim de semana. O espa�o na Avenida do Contorno tem aberto para um p�blico de at� 350 pessoas – para todos � exigido o comprovante de vacina��o. Um dos propriet�rios do local, Carlos Velloso afirma que o funcionamento da pr�xima semana � uma inc�gnita. “N�o sabemos ainda como fazer, se vai compensar (abrir). O que digo � que hoje vamos funcionar.”


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