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Estado de Minas POP LITER�RIO

Day Limns experimenta 'big bang' criativo, com novo livro, disco e turn�

Jovem cantora e compositora lan�a 'Esta n�o � apenas uma carta de amor', cujo texto aprofunda a busca pessoal j� revelada nas letras de suas can��es


01/05/2022 07:30 - atualizado 01/05/2022 07:59

Cantora e compositora Day Limns, de roupa preta, está de perfil e olha para a câmera
Day Limns diz que o "desejo adormecido" de escrever um livro surgiu quando gravou seu primeiro disco (foto: Lana Pinho/divulga��o)

"O livro, acima de tudo, � uma carta para mim mesma. N�o � s� romance ou um romance que n�o deu certo. Falo coisas que v�o muito al�m do amor e servem para muitos aspectos. O pr�prio t�tulo � autoexplicativo"

Day Limns, compositora e escritora



A cantora e compositora Day Limns, de 26 anos, lan�ou em mar�o o primeiro livro, “Esta n�o � apenas uma carta de amor” (Faro Editorial), alguns meses depois de “Bem-vindo ao clube”, seu �lbum de estreia, apelidado “Bvac”. Em ambos, revela aprendizados e vulnerabilidades com o intuito de ajudar pessoas que lidam com os mesmos questionamentos.

THE VOICE 

Talento revelado nacionalmente pelo programa “The Voice Brasil” em 2017, a goianense j� pensava em escrever um livro antes de sua carreira musical deslanchar. “Era um desejo adormecido dentro de mim. Mais nova, comecei a escrever hist�rias, tentei escrever um livro baseado na can��o ‘Boulevard of broken dreams’, do Green Day, que n�o saiu das primeiras p�ginas. Escrevi tamb�m fanfics na �poca do Orkut. Esse desejo amortecido reacendeu quando estava criando o disco, entendi que s� as m�sicas n�o seriam suficientes para contar a minha hist�ria”, explica.

O disco � moldado como um livro de 12 faixas, incluindo pref�cio e ep�logo. Paralelamente ao surgimento das can��es, Day sentiu a necessidade de mergulhar mais fundo nas letras. “�s vezes, as pessoas s� escutam a melodia ou cantam o que falei sem saber de onde vem, pois vou muito longe”, admite. “Minha mente � muito visual, crio muitos cen�rios para chegar naquela letra. No �lbum, sentia isso muito forte. Precisava de algum elemento para complementar essa experi�ncia e mostrar um pouco mais da profundidade das minhas cria��es.”

Com a ajuda de Alessandra Ponomarenco Justo, Day foi “compondo” o livro paralelamente ao disco durante o confinamento social imposto pela COVID-19. “Perdi um pouco da no��o de espa�o e tempo durante a pandemia, foram dois anos da nossa vida e ainda estamos nos recuperando”, comenta. Esse processo, ela acredita, durou mais de um ano.

“Comecei a escrever o ‘Bvac’ e tive a ideia do livro quando fiz (a can��o) ‘Clube dos sonhos frustrados’. J� tinha escrito um peda�o de 'Dil�vio' e 'Finais mentem’, o que depois mudou completamente por causa do livro. Fui moldando as m�sicas conforme o livro e o livro conforme as m�sicas. Foi uma experi�ncia interessante”, aponta.

SUPERA��O 

“Esta n�o � apenas uma carta de amor” � uma esp�cie de correspond�ncia. Day se encontra com o pr�prio passado para conseguir superar traumas. “O livro, acima de tudo, � uma carta para mim mesma. N�o � s� romance ou um romance que n�o deu certo. Falo coisas que v�o muito al�m do amor e servem para muitos aspectos. O pr�prio t�tulo � autoexplicativo”, comenta.

“Achei que j� mostrava muito nas minhas can��es, mas cada cap�tulo � como se dissecasse cada sensa��o, descrevendo de forma muito sensorial e visual, o que acho muito lindo. � uma coisa que preciso fazer para sobreviver. Mostrar a minha vulnerabilidade � (a forma) como consigo passar de fase na minha vida. Falar, lidar com minhas emo��es”, afirma Day.

Todo esse processo � possibilitado pela arte, comenta a escritora e compositora. “Me exponho muito mais e trago isso de maneira mais intensa no livro, o que acaba trazendo sensa��es muito fortes para as pessoas. Esse � o meu objetivo, no final das contas: causar algo nas pessoas simplesmente falando o que � meu. As pessoas se conectarem com isso � um b�nus. Para mim, � a forma mais f�cil de fazer arte”.


DESCOBERTA

O processo de cria��o � “uma eterna descoberta”, revela Day. “Depois de terminar o livro, falei: resolvi um cap�tulo da minha vida. Parece que lidei com quest�es que h� tantos anos me prendiam e agora vivo coisas que poderiam dar outro livro.”

Inexperiente na atividade liter�ria, Day Limns contou com o apoio de Alessandra Ponomarenco Justo. “Tive bastante ajuda para compor o livro. Minha cabe�a � muito musical e h� mais lacunas que voc� precisa preencher. At� poderia fazer no formato de poesia, mas queria um livro que se parecesse com um livro mesmo. � outra experi�ncia. Algo que estou vendo de outra perspectiva, outro �ngulo, contado de outra forma.”

O come�o n�o foi f�cil, Day enfrentou mais complica��es do que imaginava. “Tive muita ajuda para criar a narrativa, uma linguagem com que me identificasse cem por cento e contasse cem por cento do que eu queria falar”, relembra.

O processo de cria��o levou Day a uma jornada de autoconhecimento. “Quando terminei o livro e o li, parecia que fui ao encontro de um outro ser, que era eu tamb�m, mas no passado. Achava que tinha experi�ncias e desabafos profundos com as minhas m�sicas, mas o processo de ver aquele livro tomar forma era mais um trauma com o qual eu lidava, mais uma trava que sa�a. � muito louco, consegui fazer autoan�lise de uma forma muito visual e muito minha. Isso me ajudou a lidar com algumas quest�es de forma muito linda e intensa.”

EST�TICA 

A capa chamativa de “Esta n�o � apenas uma carta de amor” � fruto da est�tica planejada pela editora e por Day para refor�ar o conte�do do livro.

“Sou muito impositiva, no sentido bom, em rela��o � est�tica das minhas coisas. Participo muito de meus clipes, das capas de meus singles e �lbuns. Mas livro era uma parada a que eu n�o tinha muito acesso, confiei na galera da editora para me ajudar a criar algo que tivesse a ver comigo. Algo que chamasse muita aten��o e tamb�m direcionasse o livro para pessoas al�m daquelas que j� consomem minha m�sica”, explica.

O vermelho � fundamental. “Cor forte, denota a intensidade que o livro traz, uma cor muito quente”, observa Day Limns. “A princ�pio, queria desenhar a capa, seguindo a est�tica que o livro tem, mas falaram que seria melhor deixar o meu rosto, porque minha imagem como artista � coisa que fica”, diz. Estava ali outro projeto, diferente do lan�amento de uma can��o.

Com ilustra��es de Takada, o conceito est�tico lembra um di�rio, refletindo a personalidade da cantora e de seu �lbum.

“Queria uma coisa mais sketch (modalidade do design), mais rascunho, que desse a impress�o de que era um livro meu, que eu estava desenhando. Fui passando essa vis�o para o Takada e ele conseguiu traduzir esse sentimento e minhas hist�rias atrav�s de imagens pequenas, mas muito significativas”, diz Day.
Cantores Vitão e Day Limns, abraçados, sorriem para a câmera
Em setembro, Vit�o e Day v�o fazer dobradinha no palco do Planeta Brasil, no Mineir�o (foto: Youtube/reprodu��o)
 

Turn� j� come�ou com boas energias

Dividindo-se entre o primeiro �lbum, o livro de estreia e o palco, Day Limns iniciou sua turn� em 16 de abril, no Rio de Janeiro. A agenda da cantora inclui S�o Paulo, Porto Alegre, Curitiba e Bras�lia.

“Fico muito feliz de voltar a fazer shows presenciais, porque trabalhei meu �lbum pensando na experi�ncia ao vivo. Ficar dois anos sem contato com o p�blico foi uma decep��o, uma frustra��o muito grande”, comenta.

Por�m, o isolamento teve um lado produtivo. “Tive tempo para criar coisas incr�veis e me conectar com pessoas incr�veis, a banda que tenho hoje. Estou tentando olhar pelo lado mais positivo”, ressalta Day.

BAGAGEM 

A turn� representa um desafio para a cantora e compositora. “Vai ser muito f*** construir essa bagagem para me dar mais experi�ncia, fazer shows cada vez melhores, adquirir experi�ncia de palco. Quando comecei a construir isso, veio a pandemia e me deixou de molho, mas agora estou com uma sensa��o boa. Estou me reconhecendo novamente no palco”, comenta.

Em setembro, Day chega a Belo Horizonte para se apresentar no festival Planeta Brasil como convidada do cantor e amigo Vit�o. “Vai ser muito massa, ele � meu irm�o, a gente se d� muito bem no palco”, prev�.

Day est� ansiosa para trazer sua turn� solo a BH. “� um p�blico muito receptivo, fiz show a� algumas vezes. Tamb�m � muito familiar para mim, at� por causa do sotaque”, comenta, aos risos. A data na capital mineira ainda ser� definida.

“Fiz alguns shows da (turn�) “Bvac” e foi uma energia incr�vel. Eu me senti em casa, no c�u, e a galera consegue passar essa confian�a para mim. � um p�blico fiel, muito dedicado. Fico querendo ter mais disso o tempo inteiro”, afirma.

Day promete surpresas para os amantes do emo pop, como ela. “Vai ter (cover de) Paramore. A princ�pio, estamos incluindo nos festivais, mas est� ficando t�o bom que acho que vou incluir nos shows da tour tamb�m.”

Day Limns de perfil na capa de seu livro Esta não é apenas uma carta de amor
(foto: Osmane Garcia Pinto/divulga��o)

“ESTA (N�O) � APENAS UMA CARTA DE AMOR”

• Livro de Day Limns
• Faro Editorial
• 144 p�ginas
• R$ 44,90 










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