
S�O PAULO – Organizadora da 26ª Bienal Internacional do Livro de S�o Paulo, aberta no �ltimo s�bado (2/7), na capital paulista, a C�mara Brasileira do Livro lamentou o falecimento do diplomata e ex-ministro da Cultura Sergio Paulo Rouanet.
Morre Sergio Paulo Rouanet, que deu nome � lei brasileira de incentivo cultural
Presidente de Portugal defende a democracia
"A melhor sa�da para a pobreza, a mais duradoura e mais transformadora, � a cultura", afirmou o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, na cerim�nia de abertura da Bienal.
"Cultura implica sempre em liberdade e democracia, se for verdadeira e profunda. E isso permite o uso da liberdade de express�o, o direito � cr�tica, que permite o fomento de alternativas e de diferen�as. O respeito ao princ�pio de que n�o h� duas pessoas iguais. Somos todos iguais, mas todos diferentes", acrescentou.
Amante dos livros e criador de uma biblioteca em Braga, Rebelo de Sousa afirmou que ler "� enriquecer com cultura, respeitar a toler�ncia, cultivar e cultivar a liberdade". E acrescentou: "� admitir o pluralismo que deve corresponder a pensar diferente, mesmo em ditadura. � isso que faz a diferen�a entre as sociedades que avan�am e as sociedades que n�o avan�am. � a cultura. N�o � s� a economia, ou a finan�a, ou o panorama social, que tamb�m � fundamental."
O discurso do l�der portugu�s foi aplaudido de p� pelo p�blico, que protestou contra o presidente Jair Bolsonaro.
Parte da plateia tamb�m gritou "Fora Bolsonaro" ap�s a apresenta��o da Orquestra Mundana Refugi, que re�ne brasileiros, imigrantes e refugiados da Palestina, Ir�, Guin�, Congo, Turquia, Cuba, China e S�ria.
O grupo tocou "As caravanas", de Chico Buarque, e "Canto das tr�s ra�as", de Mauro Duarte e Paulo Pinheiro, famosa na voz de Clara Nunes (1942-1983).
Lilia Schwarcz critica a "hist�ria militar golpista" do 7 de Setembro
A abertura do pavilh�o da Bienal dedicado a Portugal, pa�s homenageado nesta edi��o, contou com a presen�a do autor portugu�s Valter Hugo M�e, que participou de debate com colegas brasileiros.Mediada pela jornalista portuguesa Isabel Lucas, curadora da programa��o do espa�o, a conversa, em torno do tema "Falamos de quem quando falamos do outro?", reuniu Valter Hugo, Daniel Munduruku e Lilia Schwarcz.
Os tr�s discutiram os efeitos do colonialismo na forma��o da identidade brasileira. N�o pouparam cr�ticas ao governo federal quando questionados sobre o significado do 7 de Setembro.
"N�o vamos naturalizar o golpe e n�o vamos deixar que Jair Bolsonaro conte essa hist�ria militar e golpista do 7 de Setembro. O 7 de Setembro em que n�s queremos acreditar fala de liberdade e emancipa��o. E � disso que precisamos neste nosso Brasil", afirmou a historiadora Lilia Schwarcz.
* O rep�rter viajou a convite da organiza��o da 26ª Bienal Internacional do Livro de S�o Paulo