
O retrato “curioso” � de Priscila Freire, colecionadora e curadora da exposi��o, e foi pintado por Alberto da Veiga Guignard, que foi seu professor e amigo, em 1957. Tem sido comum os visitantes da exposi��o pensarem que a pessoa retratada no quadro de Guignard � a presidente Dilma, que governou de 2010 a 2016. Algo que seria imposs�vel, j� que em 1957 Dilma era uma crian�a - ela nasceu 10 anos antes.
A cole��o de 108 obras – entre pinturas, desenhos, aquarelas, esculturas e objetos – � parte do acervo constru�do ao longo da vida de Priscila e seu marido Alberto Freire. S�o tr�s n�cleos: arte brasileira, arte mineira e arte popular. As obras de Alberto da Veiga Guignard t�m um lugar central na exposi��o, que tamb�m tem quadros de Tarsila do Amaral e C�ndido Portinari.
A reportagem do Estado de Minas visitou a exposi��o e presenciou a rea��o de algumas pessoas, que comentaram a semelhan�a com Dilma Roussef. Outros dois retratos de Priscila, que tem longa trajet�ria como gestora na �rea museol�gica, est�o expostos na cole��o, inclusive um de Aldemir Martins, artista pl�stico cearense.
“A gente v� a diferen�a da pintura de cada um, como o artista te v�. Tem todo um truque de imagem que a gente faz de n�s mesmos, e o outro faz tamb�m de n�s. � interessante olhar pra um retrato meu da d�cada de 50 e comparar com ela [Dilma] hoje. Pra voc� ver como a imagem dela est� marcada. Pode ser a express�o forte”, comenta Priscila.
Ela conta que n�o � a primeira vez que escuta dizer da semelhan�a, e que esse � o retrato com que ela menos se identifica. “Talvez o Guignard tenha visto em mim uma autoridade, n�o uma mulher doce, bonitinha. O olhar � muito firme, forte, talvez por isso tamb�m achem parecido. Pode ser essa firmeza, mais que o tra�o f�sico”, diz.
Priscila Freire foi aluna de Guignard na escola que ele mantinha no Parque Municipal. “Nem sempre sa�mos do mesmo jeito em um retrato fotogr�fico. Tamb�m com quadros as pessoas te v�em de uma certa maneira. O Guignard me viu como uma pessoa amiga. O Aldemir me fez de lembran�a, eu n�o posei para o quadro dele. Cada um tem uma maneira de pintar.”
Ela conta tamb�m que, desde a �poca em que o quadro foi pintado, h� mais de 60 anos, j� ouvia que n�o parecia tanto com ela, ou parecia outra pessoa. “Meu pai disse: ‘mas isso � um autorretrato do Guignard’. Evidentemente que n�o �, mas que o Guignard de alguma forma se colocava no que ele pintava � verdade, � normal.”
O quadro tem um fundo “leonardesco”, com montanhas e rios, semelhante �s paisagens que Leonardo Da Vinci usava em seus retratos, que foi uma refer�ncia para Guignard. “Quando fui posar para o retrato, o professor Santiago Americano Freire, com quem o Guignard morava na �poca, falou para n�o por muito enfeite, brincos, colares, para favorecer o fundo.”
Na exposi��o, no n�cleo de Arte Brasileira, est�o grandes nomes da pintura nacional, como Guignard, Tarsila do Amaral, C�ndido Portinari, Genesco Murta e Jos� Pancetti, entre outros.
J� em Arte Mineira, est�o telas pintadas por Nello Nuno, Yara Tupinamb�, Mario Zavagli, Lorenzato e Irma Renault, esculturas de Farnese de Andrade, Solange Pessoa e composi��es da pr�pria Priscila Freire.
O n�cleo Arte Popular conta com pe�as de Maurino de Ara�jo, G.T.O., Nino e Maria Lira, al�m de obras do Vale do Jequitinhonha, assinadas por artistas de destaque da regi�o, como Ulisses Pereira Chaves, Noemisa Batista Santos e Isabel Mendes.
A exposi��o Cole��o Brasileira - de Priscila e Alberto Freire est� dispon�vel no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB-BH) at� a pr�xima segunda-feira (29/8), de 10h �s 22h. A entrada � gratuita.
(*) Estagi�ria sob supervis�o do subeditor Rafael Rocha