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Estado de Minas M�SICA

Minas e Bahia d�o r�gua, compasso e talentos � banda Trilho El�trico

De olho no carnaval, novo grupo traz o pop mineiro de Lelo Zaneti, o ax� de Manno G�es, o Clube da Esquina de Rodrigo Borges e o reggae raiz de Lutte


17/12/2022 04:00 - atualizado 17/12/2022 00:14

Lutte, Lelo Zaneti, Rodrigo Borges e Manno Góes sorriem para a câmera
Lutte, Lelo Zaneti, Rodrigo Borges e Manno G�es formaram a banda Trilho El�trico, que se prop�e a levar um pouco de leveza para o Brasil (foto: Rafael Motta/divulga��o)

"A parte r�tmica da Bahia com a parte mel�dica e harm�nica de Minas resulta num neg�cio lindo"

Manno G�es, m�sico


Cantada por Milton Nascimento em “Ponta de Areia”, a liga��o de Minas com a Bahia � simbolicamente reinaugurada por um novo projeto musical. Trata-se do grupo Trilho El�trico, formado pelos mineiros Rodrigo Borges e Lelo Zaneti, baixista do Skank, e pelos baianos Lutte e Manno G�es, ex-baixista e vocalista do grupo Jammil e uma Noites.

Com dois singles lan�ados na �ltima semana – “Repaginou”, com a participa��o de Luiz Caldas, e “Trilho El�trico”, com Armandinho Macedo –, a banda pretende lan�ar seu �lbum de estreia no primeiro semestre de 2023. Antes de esse trabalho vir � luz, o objetivo � chegar ao carnaval com muni��o para arrastar foli�es em Belo Horizonte, em Salvador e reverberar pelo resto do pa�s.
 
De olhos fechados, Armandinho toca guitarra
O baiano Armandinho Macedo faz participa��o especial no single 'Trilho El�trico' (foto: Divulga��o)
 

Filho de Momo

A Trilho El�trico, afinal, “nasceu” no carnaval, guiado pelo esp�rito de Momo, relata Rodrigo Borges. O projeto come�ou a ser gestado a partir do encontro dele com Manno G�es, presidente da Uni�o Brasileira de Compositores (UBC), a quem foi apresentado pelo violonista e compositor mineiro Geraldo Vianna, diretor da entidade.

“Num evento da UBC no Rio de Janeiro, conheci Manno. Mostrei minhas m�sicas, comentei com ele sobre o carnaval de Belo Horizonte, a Divina Banda, o nosso bloco que sai pelas ruas de Santa Tereza, e o convidei para conhec�-lo”, conta Borges.

Convite aceito, Manno veio a Belo Horizonte na folia de 2020. “Ele ficou maravilhado, falou que o carnaval da cidade parecia com o de Salvador h� 20 ou 30 anos”, diz Rodrigo.

“Fui dar uma canja na Divina Banda e fiquei encantado, apaixonado, muito fascinado com isso de tocarem m�sicas do Clube da Esquina em ritmo de marchinha, de samba-reggae”, afirma Manno.

Logo em seguida, o sobrinho de L� Borges foi a Salvador e os dois compuseram a m�sica que viria dar nome � banda. Com a chegada da pandemia, seguiram trocando figurinhas remotamente.

“Com o isolamento, n�s, artistas, ficamos procurando o que fazer. Pensei na ‘Ponta de Areia’ do Milton, que fala de Bahia e Minas. Sou neto de baiano, meu av� materno � de l�. Da� propus ao Manno criarmos esse projeto de Minas com Bahia. Ele topou imediatamente”, detalha Borges.

Nos contatos on-line, os dois tiveram a ideia de convidar outro mineiro e outro baiano para integrar o grupo. Rodrigo pensou em Lelo, de quem � amigo, e Manno convidou Lutte, cujo trabalho diz admirar.

“Ele � um cara da cena alternativa daqui de Salvador, integrou a banda de reggae Mosiah, que teve proje��o bem legal na Bahia. Sempre gostei do trabalho do Lutte, achei que ia encaixar bem. De fato, ficou maravilhosa a qu�mica dele com o Rodrigo e comigo, j� que somos os tr�s cantando”, diz Manno.
 
Cantor Luiz Caldas sorri, no estúdio, sentado num banco e segurando o violão
Luiz Caldas, pioneiro do ax�, participa do single 'Repaginou', da banda Trilho El�trico (foto: Cesar Raseck/divulga��o)
 

Quando a pandemia permitiu, o quarteto intensificou os trabalhos. Foram muitas as m�sicas feitas durante o isolamento social, e os quatro seguem compondo.
 
“A gente tanto faz parcerias quanto enviamos ideias uns para os outros. Tem bastante coisa produzida, material para mais de um disco. Estamos na fase de sele��o do que vai entrar no �lbum”, diz Rodrigo Borges.

O selo Pacific Records est� cuidando do lan�amento dos singles. Al�m de Luiz Caldas e Armandinho Macedo, est�o confirmadas faixas com Mart’n�lia e Daniela Mercury.

“Manno fez um frevo maravilhoso e convidou Daniela para cantar, que aceitou. Mart’n�lia participa de ‘Vem dan�ar’. Estamos muito felizes com esse projeto unindo a pegada r�tmica da Bahia com a coisa das harmonias mineiras”, ressalta.

 

"A ideia � falar do Brasil, do que achamos importante ser dito sobre pol�tica, sobre a sociedade, mas fazendo um convite � leveza"

Rodrigo Borges, m�sico

 

N�o � s� folia

Trilho El�trico mira o carnaval, mas n�o se trata de projeto apenas para a folia, esclarece Rodrigo Borges. A ess�ncia do trabalho � o ritmo e o suingue com a proposta de fomentar a divers�o, mas com horizontes abertos.

“A banda surge na pegada do carnaval, embora a gente queira rodar o ano inteiro. Nas letras, por exemplo, a gente trabalha quest�es atuais. ‘Repaginou’ � letra bastante progressista, que fala de diversidade. Teremos can��es de amor. A ideia � falar do Brasil, do que achamos importante ser dito sobre pol�tica, sobre a sociedade, mas fazendo um convite � leveza”, aponta.

Leveza tamb�m � a palavra a que Lutte recorre para definir a Trilho El�trico. Ele observa que os singles j� lan�ados carregam o esp�rito carnavalesco, mas a ideia � ir al�m da folia.

“Somos artistas de segmentos distintos e temos liberdade art�stica. Todo mundo opina, todo mundo d� ideias, o que possibilita um leque grande de op��es. Neste mundo p�s-pandemia, a gente precisa de leveza. A gente quer tentar expressar isso por meio do nosso som. O mundo precisa de um di�logo mais tolerante, mais amoroso e mais humano”, diz.

Lutte destaca que sua praia � o reggae raiz. Comenta que o trunfo e o desafio da Trilho El�trico � ser integrado por quatro artistas com forma��es e linguagens distintas.

“Tem a quest�o de eu trazer minhas refer�ncias e tentar fazer com que elas se encaixem de forma fluida num projeto com quatro cabe�as. Estou acostumado a ser a voz, o compositor, o produtor dos meus trabalhos. Numa proposta conjunta, existe o desafio de voc� se abrir a outros segmentos de mercado pelos quais voc�, de repente, n�o tem muito tr�nsito”, pondera.

Identificado com a linguagem pop do Skank, Lelo Zaneti diz que sua rela��o com o carnaval vem da inf�ncia, na cidade natal, S�o Domingos do Prata (MG), onde acompanhava desfiles do Bloco dos Sujos, coordenado por um tio. Ele aponta o �lbum “Muitos carnavais”, de Caetano Veloso, como refer�ncia importante em sua forma��o.

“Tem tamb�m a pr�pria retomada do carnaval de rua em Belo Horizonte. A gente costumava acompanhar os ensaios da Divina Banda, no Distrital de Santa Tereza. A conversa com o Rodrigo sobre a Trilho El�trico come�ou por a�, a gente falando sobre reproduzir certas coisas do Clube da Esquina em ritmo de carnaval e funcionar bem”, relata.
 
Martnália sorri para a câmera tendo ao fundo paisagem carioca
Martn�lia vai trazer o suingue carioca para o som 'baianeiro' da Trilho El�trico (foto: Eny Miranda/divulga��o)
 

Skank na onda das micaretas

Para Lelo, a proposta de aproximar Minas e Bahia remete aos anos 1990, quando o Skank participava frequentemente de micaretas – carnavais fora de �poca em voga naquela �poca. A banda tocou em muitos eventos com Daniela Mercury, por exemplo.

“Participamos ativamente de shows, eventos, festas, tudo isso movimentando uma cena gigante, que tinha essa coisa da parceria, da proximidade do pop com o ax�, e formou uma gera��o inteira. N�o s� estivemos juntos, mas ajudamos a construir essa hist�ria, ressalta.

Rodrigo Borges identifica os tambores como o principal elemento de uni�o das culturas mineira e baiana. O instrumento de matriz africana est� presente nas celebra��es e festas populares dos dois estados.

“A Bahia nos deu Caetano, Gil, os Novos Baianos. Minas chegou com o Clube da Esquina, que tem caracter�stica r�tmica muito forte. Percebo que h� admira��o rec�proca”, diz, lembrando que � Caetano quem assina o pref�cio do livro “Os sonhos n�o envelhecem”, de seu tio M�rcio Borges.

 

"Essa coisa da parceria, da proximidade do pop com o ax�, formou uma gera��o inteira"

Lelo Zaneti, m�sico

 

L� e Beto influenciaram Manno

Manno G�es aponta a complementariedade de linguagens musicais. “Como compositor de m�sica baiana, tive a m�sica mineira como fonte de inspira��o forte durante toda a minha carreira, com suas constru��es harm�nicas e mel�dicas lind�ssimas. Esses elementos est�o presentes em v�rias m�sicas do Jammil, como ‘Milla’ e ‘Minha estrela’. Sempre ouvi muito L� Borges e Beto Guedes”, destaca.

Minas e Bahia s�o estados festeiros que cultivam os encontros e os abra�os, afirma o baiano. “Essa identidade cultural se expressa tamb�m na m�sica. A parte r�tmica da Bahia com a parte mel�dica e harm�nica de Minas resulta num neg�cio lindo”, garante.
 

"Neste mundo p�s-pandemia, a gente precisa de leveza. A gente quer tentar expressar isso por meio do nosso som"

Lutte, m�sico

 


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