espetáculo de teatro   'Pouso forçado - uma história de amor' , de  Magdalena Rodrigues

"Pouso for�ado - uma hist�ria de amor", de Magdalena Rodrigues, � uma das estreias da 48� edi��o da campanha

Eliane Andrade / Divulga��o

Depois de uma edi��o turbulenta em 2022, marcada por intemp�ries, a Campanha de Populariza��o do Teatro e da Dan�a de Belo Horizonte volta � baila a partir da pr�xima quinta-feira (5/1). Ocupando diversos espa�os culturais da cidade, ter�, em sua 48ª edi��o, um total de 113 espet�culos, entre adultos, infantis e de dan�a, al�m de com�dia stand up.

As apresenta��es se estendem at� 12 de fevereiro, e a programa��o completa deve ser divulgada nos pr�ximos dias. Se em 2022 ano a Campanha foi comprometida por uma situa��o epidemiol�gica ainda restritiva e por um cen�rio de terra arrasada, em fun��o do longo per�odo em que os teatros permaneceram fechados, em 2023 ela chega com um esp�rito de reconstru��o.

Coordenador-geral da Campanha pelo Sindicato dos Produtores de Artes C�nicas de Minas Gerais (Sinparc), Dilson Mayron, observa que na 47ª edi��o praticamente n�o constaram na programa��o espet�culos estreantes, porque quase nada foi produzido ao longo de 2021. J� com rela��o � edi��o deste ano, ele diz que ser�o v�rias as montagens que estreiam na evento.

Os espet�culos que debutam v�o dividir espa�o com outros que s�o velhos conhecidos do p�blico. Mayron destaca que o Sinparc procurou n�o fazer grandes restri��es para que fosse poss�vel montar uma grade atraente. Assim como na 47ª edi��o, quando estrearam na campanha, as apresenta��es de stand up, por exemplo, est�o mantidas este ano, em espa�os alternativos.

“Os produtores, como boa parte da popula��o, est�o com problemas financeiros, porque foram dois anos praticamente sem trabalho. Em 2022, ainda tivemos interrup��o na Campanha, paramos durante uma semana por causa da pandemia”, aponta o coordenador.

Sem exig�ncias

Ele diz que, por conta dessa situa��o ainda delicada que o meio das artes c�nicas vive, n�o h�, por exemplo, a exig�ncia, outrora colocada, de que durante suas temporadas em 2022 as pe�as tenham cumprido um n�mero m�nimo de apresenta��es.

“Quem estreou � porque teve condi��es. Foram todos obrigados a fazer temporadas muito pequenas, um fim de semana, tr�s dias, enfim, per�odos muito curtos em cartaz, porque as pessoas – produtores, diretores, atores – ainda est�o tentando ver como levar o p�blico novamente de volta ao teatro, como encantar o p�blico”, aponta.

Ele considera que se h� um destaque na 48º edi��o da Campanha de Populariza��o do Teatro e da Dan�a, � justamente a coragem dos produtores e profissionais que movimentam as artes c�nicas na cidade. “Estamos come�ando do zero”, diz.

“� uma coragem grande os agentes do teatro em Belo Horizonte estarem voltando. Eles est�o querendo retomar o teatro, que est� passando por um per�odo dif�cil, por causa da pandemia, por causa do cen�rio de pen�ria da cultura no Brasil e porque estamos concorrendo com Netflix, TV a cabo, celular. Por isso digo que � corajoso tentar, mais uma vez, levar o p�blico ao teatro”, acrescenta Mayron.

Ele pontua que mesmo o atual cen�rio pand�mico, um pouco mais desanuviado, n�o representa grandes garantias. “Os produtores est�o confiando que vai dar tudo certo e tocando o trabalho, pensando numa campanha normal, sem sobressaltos, mas n�o d� para saber como vai ser daqui a 15 dias. � um momento de uni�o. O Grupo Galp�o, por exemplo, volta � Campanha este ano, com apresenta��es no Cine Horto”, adianta.

F�lego

Magdalena Rodrigues, da diretoria do Sindicato dos Artistas e T�cnicos em Espet�culos de Divers�es no Estado de Minas Gerais (Sated), tamb�m enxerga um momento dif�cil para as artes c�nicas, que exige um esfor�o de reconstru��o. Ela acredita que a uni�o que permite a realiza��o da Campanha � o caminho.

Assinando texto e dire��o de um dos espet�culos que estreiam na Campanha este ano – “Pouso for�ado – uma hist�ria de amor” –, ela diz que apenas quem tem muito f�lego est� conseguindo se reerguer ap�s o per�odo mais severo da pandemia.

“�lvio Amaral e Maur�cio Cangu�u, por exemplo, assim que foram retomadas as atividades presenciais, j� tinham espet�culo para estrear, mas muita gente ficou sem nada. O pessoal do circo teve que vender os equipamentos de trabalho para comer. Teve produtor que esvaziou o escrit�rio e botou um forno, virou padeiro”, aponta.

A despeito dos reveses, ela confia num processo de recupera��o. “A gente espera que a Campanha retome com muito sucesso, que o p�blico compare�a, que queira sair de casa, deixar um pouco a Netflix, para ver essa arte que � viva e � pr�xima, e assim nos ajude a fazer essa reentrada com �xito”, diz.