Al�m de artista de primeira grandeza, Rihanna � empres�ria de sucesso
Carreira paralela da cantora na moda inclui linhas pr�prias de cosm�ticos e lingerie; atua��o como ativista tamb�m se destaca na trajet�ria da cantora
Rihanna fez um show magn�tico e revelou a segunda gravidez no intervalo do Super Bowl, a final do campeonato de futebol americano, na noite de domingo passado
TIMOTHY A. CLARY / AFP
A apresenta��o de Rihanna no intervalo do Super Bowl – a final do campeonato de futebol americano dos EUA – no �ltimo domingo (12/2), ainda reverbera na web, sobretudo por causa da revela��o de sua gravidez – ela espera seu segundo filho com o rapper A$AP Rocky. O burburinho se deu tamb�m pelo fato de a apresenta��o marcar o retorno da cantora aos palcos, ap�s um hiato de sete anos.
Desde que lan�ou o �lbum “Anti”, em 2016, e fez uma turn� de 75 shows em tr�s continentes, Rihanna s� havia dadoCh o ar da gra�a em um n�mero musical na edi��o 2018 do Grammy. Mesmo sem empunhar o microfone, contudo, a cantora se manteve sob os holofotes ao longo desse per�odo.
Em outubro do ano passado, ela lan�ou seu primeiro single desde 2017 – “Lift me up”, do filme “Pantera Negra: Wakanda para sempre”, que lhe rendeu uma indica��o ao Oscar de melhor can��o original. Mas foi na seara empresarial que Rihanna mais e melhor se destacou nesse espa�o de tempo, desde o lan�amento de “Anti”.
Nos �ltimos anos, ela tem abalado as estruturas da ind�stria de cosm�ticos e da moda com suas cria��es, que levam a fundo a diversidade e a representatividade como pilares. Em 2017, a cantora promoveu um grande lan�amento com sua linha de beleza, a Fenty Beauty.
Linha inclusiva
A linha chegou ao mercado comercializando 40 cores de base – hoje s�o 50 –, gerando filas em frente �s lojas de cosm�ticos ao redor do mundo com pessoas interessadas em adquirir o produto da cor exata da pele. Depois do lan�amento, houve uma cobran�a de parte dos consumidores para que outras marcas tamb�m expandissem as variedades de tons em suas paletas e passassem a produzir produtos em uma gama maior de tonalidades.
A Fenty Beauty se tornou uma das marcas de cosm�ticos mais bem-sucedidas do setor, com um valor estimado em U$ 2,8 bilh�es. Em 2018, Rihanna lan�ou a Savage X Fenty, uma linha de lingerie com pe�as para todos os tipos de corpo, com tamanhos que variam de XS a 4XL. A marca chegou com o intuito de “criar um estilo para as mulheres que a fa�a se sentirem bonitas e poderosas”.
J� em 2019, ela expandiu os neg�cios e o nome Fenty tamb�m passou a pertencer a uma marca de moda. A nova empresa firmou parceria com o grupo LVMH, detentor de grifes de luxo como Dior, Louis Vuitton e Givenchy. Dessa forma, a artista se tornou a primeira mulher a criar uma marca original dentro do conglomerado.
Expans�o dos neg�cios
Em dezembro do mesmo ano, Rihanna teve seu trabalho de diretora criativa reconhecido pela ind�stria da moda e levou para casa o pr�mio de melhor marca de luxo urbana do Fashion Awards brit�nico. Em 2020, ela expandiu os neg�cios de beleza e lan�ou a Fenty Skin, linha de cuidados com a pele. Em 2019, Riri, como os f�s a chamam, j� figurava como a cantora mais rica do mundo, segundo a lista da revista Forbes.
Fato � que a estrela de Rihanna brilha desde que ela deu seus primeiros passos na carreira art�stica. Nascida em Barbados, uma ilha no Caribe, em 20 de fevereiro de 1988, e batizada como Robyn Rihanna Fenty, ela come�ou a cantar na escola, quando tinha 9 anos. Aos 15, foi apresentada ao produtor musical Evan Rogers, que j� tinha trabalhado com Christina Aguilera, Laura Pausini e Kelly Clarkson. Ele estava de f�rias em Barbados.
Foi feita uma audi��o e, um ano depois, Rihanna j� estava em Nova York, gravando m�sicas que foram enviadas para o ent�o presidente da Def Jam Records, o rapper Jay-Z, junto com um v�deo de uma apresenta��o que ela havia feito no col�gio, cantando “Hero”, de Mariah Carey. O material impressionou, rendeu a assinatura de um contrato e o lan�amento de seu primeiro �lbum, “Music of the sun”.
Mais vendidos
O disco logo entrou para a lista dos 10 mais vendidos da Billboard. No ano seguinte, a artista lan�ou seu segundo trabalho, “A girl like me”, que incluiu sucessos marcantes de sua carreira, como as can��es “SOS” e “Unfaithful”.
Em 2007, ela se estabeleceu definitivamente nas paradas mundiais com o hit “Umbrella”, principal faixa do CD “Good girl gone bad”. A composi��o lhe rendeu o primeiro Grammy da carreira e ainda figurou no topo da parada do Reino Unido por 10 semanas.
A discografia da popstar conta ainda com os �lbuns “Rated R” (2009), “Loud” (2010), “Talk that talk” (2011) e “Unapologetic” (2012), que re�nem os hits “Rude boy”, “Only girl”, “What’s my name”, “S&M”, “We found love”, “Where have you been”, “Stay” e “Diamonds”.
Incurs�es no cinema
No total, foram mais de 60 milh�es de discos vendidos ao redor do mundo, nove pr�mios Grammy conquistados e 14 singles em primeiro lugar na parada Hot 100 da Billboard. Al�m disso, ela tamb�m fez incurs�es no cinema – estreou em 2012 com o longa de a��o “Battleship – Batalha dos mares”, e sua atua��o mais recente foi no filme “Oito mulheres e um segredo”, de 2018.
Mas nem tudo foram flores na trajet�ria de Rihanna at� aqui. Em 2009, ela vivenciou um dos epis�dios mais pol�micos de sua vida. A artista brigou com o rapper Chris Brown, seu namorado na �poca, que chegou a agredi-la fisicamente com socos e pontap�s. Ela teve que cancelar de �ltima hora sua apresenta��o no Grammy daquele ano.
O caso foi parar na Justi�a, e Chris foi proibido de chegar perto da artista, al�m de ser obrigado a realizar trabalhos volunt�rios. Depois disso, os dois terminaram e reataram o namoro algumas vezes.
Voz pol�tica
Ela se tornou uma das principais vozes pol�ticas do showbusiness, reconhecida at� mesmo pela Universidade de Harvard, com o t�tulo de Figura P�blica Humanit�ria do Ano, em 2017. Essa postura, ali�s, acabou por coloc�-la em rota de colis�o com o mesmo Super Bowl que agora serviu de palco para seu retorno triunfal � ribalta.
Ter sido convidada para participar da trilha sonora de “Pantera Negra: Wakanda para sempre”, ali�s, � algo que ecoa sua luta contra o racismo. Quando George Floyd foi assassinado, em junho de 2020, reacendendo protestos contra a��es policiais violentas contra negros, Rihanna se juntou �s manifesta��es, e at� participou do boicote Blackout Tuesday nas redes sociais, em rep�dio ao crime. Ela tamb�m se manifestou publicamente acerca dos assassinatos de Ahmaud Arbery e Breonna Taylor, v�timas de crime de �dio com motiva��o racial e a��o policial, respectivamente.
Defesa das minorias
Sua postura pol�tica abarca a defesa de outras minorias. Em um show realizado em 2016, ela condenou uma lei estadual de Indiana que tornava mais f�cil para as empresas resistirem a acusa��es de discrimina��o contra pessoas LGBTQIA+, colocando cren�as religiosas como justificativa.
Cr�ticas contra o machismo e especificamente contra o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump pontuam os discursos da cantora. Em 2016, vazou um v�deo de Donald Trump, feito em 2005, no qual o ex-presidente falava que podia fazer qualquer coisa por ser famoso, at� mesmo assediar mulheres. “Elas permitem que voc� fa�a isso. Voc� pode fazer qualquer coisa. Agarre-as pela vagina.”
Um dia ap�s a posse de Trump como presidente, em 2017, Rihanna compareceu � Marcha das Mulheres, em Nova York, vestindo um moletom rosa que dizia “Essa vagina agarra de volta”, e se juntou aos gritos de “meu corpo, minha escolha” em frente � Trump Tower.
Trajet�ria condensada
A trajet�ria de Rihanna sempre chamou a aten��o, por v�rias raz�es, e n�o seria diferente em sua apresenta��o no intervalo do Super Bowl 2023. Do alto de seus 34 anos, ela sintetizou os 17 que contabiliza de carreira em 13 minutos de apresenta��o. “Bitch better have my money” foi a can��o escolhida para abrir o show, que se iniciou em um palco suspenso.
Acompanhada de cerca de 280 bailarinos e toda vestida de vermelho, ela tamb�m cantou “Where have you been”, “Only girl (in the world)”, “We found love” e “Work”, outros importantes sucessos de sua trajet�ria. A apresenta��o foi encerrada com “Diamonds”, momento em que foram usados fogos de artif�cio e quando ela mais claramente acariciou a barriguinha de gr�vida.
Acompanharam a apresenta��o no est�dio, entre outros, os artistas Nicki Minaj, Adele, Cara Delevingne, Bradley Cooper, Paul McCartney, Billie Eilish e Jay-Z, com sua filha Blue Ivy, de 11 anos, fruto do relacionamento com Beyonc�. “Ela voltou”, celebrou o perfil da NFL em sua conta no Twitter.
Cantora usou vers�o funk de DJ brasileiro
O remix da m�sica "Rude boy", bem brasileiro e com batidas de funk que Rihanna cantou no Super Bowl, � de autoria de um brasileiro. Nascido em Itarantim, na Bahia, o jovem Ewerthon Carvalho Santos, de 20 anos, conhecido como DJ Klean, foi quem, por brincadeira, montou a nova vers�o da can��o.
O registro foi publicado por ele ainda em 2020, em suas redes sociais. Na ocasi�o, ele n�o tinha a menor pretens�o de ficar conhecido no mundo todo. "Estava eu ouvindo minha m�sica favorita da Rihanna, 'Rude boy', quando, de repente, resolvi fazer uma brincadeirinha com o vocal e deixar a m�sica bem 'abrasileirada'. Espero que gostem do resultado", postou ele.
PIADA E quem gostou mesmo foi a pr�pria cantora de Barbados. No m�s passado, a equipe dela entrou em contato com o time de Klean no Brasil para pedir autoriza��o e usar a can��o no evento de futebol americano. A princ�pio, o brasileiro achou que fosse piada.
DJ Klean come�ou a tocar aos 15 anos. Pelas redes sociais, onde agora ostenta mais de 40 mil seguidores (e subindo), gosta de divulgar as festas e bailes onde costuma tocar. (Folhapress)
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