Até outubro, a Cia de Dança Palácio das Artes apresentará “Jequitinhonha: Origem e gesto”, espetáculo com estreia marcada para a próxima sexta-feira (4/8), às 20h, na Grande Galeria, junto da mostra panorâmica de artes visuais. Esse espaço ganhará ambientação inspirada no Vale, com os tons terrosos de barrancos e das casas de pau a pique, além das texturas da paisagem da região.
Criação coletiva dos bailarinos, a coreografia é resultado da pesquisa de campo realizada pelo corpo artístico do Palácio das Artes no Alto Jequitinhonha. Visitas a associações de artesãos e conversas com moradores inspiraram o trabalho, que mescla tradições mineiras e contemporaneidade.
O artista plástico Marco Paulo Rolla, coordenador geral do projeto, diz que a interpretação das culturas do Vale do Jequitinhonha se deu a partir de múltiplos suportes. Artesanato, pintura e videoinstalação remetem à identidade daquela região.
“Uso transições entre as artes o tempo inteiro. Estudei música desde criança, depois artes visuais. O espetáculo tem coisas performáticas, ele transita. A música é parte importante dessa produção, foi gravada lá no Vale do Jequitinhonha. Tudo tem sentido meio transitório, e isso aproxima a gente da vida”, ressalta.
Quadros que ficarão expostos na Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard
(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)Terra, barro e argila
Sérgio Rodrigo Reis, presidente da Fundação Clóvis Salgado, diz que o projeto Jequitinhonha: Origem e Gesto celebra as tradições do estado, mas transcendendo a Minas histórica.
Marco Paulo Rolla, é coordenador geral do projeto, procurou destacar elementos primordiais da arte do Jequitinhonha, como barro, argila e terra
(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)Marcelo de Souza e Silva, presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, destaca a importância de valorizar o artesanato mineiro, especialmente o trabalho dos 130 artesãos envolvidos no projeto.
“A exposição é uma grande oportunidade para fortalecer a identidade e origem do território, contribuindo para o desenvolvimento econômico local, além de divulgar a rica cultura do Vale e dar mais visibilidade às peças produzidas por artesãos”, afirma.
Leonidas Oliveira, secretário de Estado de Cultura e Turismo, promete mais recursos para estimular a cultura nas regiões mais carentes de Minas
(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)Pedido da população
Leonidas Oliveira, secretário de Estado de Cultura e Turismo, ressalta que o Palácio das Artes foi um pedido dos trabalhadores. “É uma via de mão dupla, pois, no primeiro momento, estivemos no Vale do Jequitinhonha. Nos reunimos com trabalhadores da cultura em mais de 30 municípios e houve o desejo dessas pessoas de que a exposição estivesse no Palácio das Artes”, conta.O secretário promete que as leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc cuidarão das regiões que mais necessitam de fomento à atividade cultural. “O Vale do Jequitinhonha é uma delas”, afirma. “Teremos um critério importantíssimo, o IDH para regionalização, sobretudo para que os recursos do estado cheguem onde se precisa deles”, informa.
“JEQUITINHONHA: ORIGEM E GESTO”
• A exposição de artes visuais será aberta na próxima quinta-feira (3/8), às 20h, na Grande Galeria do Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro). Em cartaz de 4 de agosto a 8 de outubro. O espaço funciona de terça a sábado, das 9h30 às 21h, e domingo, das 17h às 20h. Entrada franca.
• Espetáculo da Cia. de Dança Palácio das Artes nos dias 4, 5, 11, 12, 18 e 19 de agosto; 1º, 2, 8, 9, 22, 23, 29 e 30 de setembro; 7 e 8 de outubro. Sempre às 20h, na Grande Galeria. Entrada franca. Retirada de ingressos uma hora antes, na bilheteria.