Músico Henrique Portugal

Henrique Portugal diz que assume cargo na Abramus para retribuir tudo o que a m�sica j� lhe deu

Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press

'Cheguei � conclus�o de que nossa �rea precisa de pessoas que se interessem em regulament�-la e cuidar das rela��es institucionais'

Henrique Portugal, m�sico

 
 
O cantor e compositor Henrique Portugal � o novo representante da Associa��o Brasileira de M�sica e Artes (Abramus) em Minas Gerais. A sede da entidade ser� inaugurada em breve na Savassi.

Henrique explica que sua miss�o ser� manter artistas informados sobre os pr�prios direitos. Dedicado � m�sica h� 30 anos, ele considera fundamental o autor compreender de onde vem sua remunera��o. “Existem direitos que a maioria dos artistas desconhece. Falo tamb�m do audiovisual, j� que associa��o cuida de v�rias �reas”, diz.

O convite a Portugal partiu de Roberto Mello, CEO da Abramus. “Resolvi aceitar, porque a m�sica me deu muita coisa. Acho que j� est� na hora de retribuir com meu conhecimento e minha experi�ncia, principalmente para as novas gera��es. Ser� um prazer explicar que � poss�vel viver de arte no Brasil, mas, antes, � preciso entender a �rea, saber de onde vem a receita e de que maneira a nossa obra � utilizada”, comenta o tecladista.

Isso vale tanto para compositores quanto para artistas pl�sticos, por exemplo. “Existem regras e direitos a serem respeitados”, reitera.

Regulamenta��o

Portugal diz que sempre foi atento aos mecanismos da ind�stria da m�sica. “Cheguei � conclus�o de que nossa �rea precisa de pessoas que se interessem em regulament�-la e cuidar das rela��es institucionais. Encontrei-me com o Mello e falamos sobre as coisas que j� fiz na m�sica fora do Skank, como plataformas de streaming e palestras. Ele me perguntou se n�o queria ser o representante da Abramus em Minas, dizendo que j� est� na hora de retomar a entidade no estado.”

A Abramus atua em conjunto com a Associa��o Brasileira dos Direitos de Autores Audiovisuais (Autvis). Tudo est� ligado, explica Portugal, referindo-se  � rela��o da m�sica com as artes visuais.

“Falo, por exemplo, das capas de �lbuns. Nos anos 1950, a rela��o da m�sica era com o r�dio. Nos anos 1960 e 1970, ela se misturou com a arte (visual). Nos anos 1980 e 1990, se apaixonou pelo videoclipe. Com a chegada dos anos 2000 e das redes sociais, tudo virou 'instagram�vel'. Resumindo: a m�sica voltou a se misturar com a arte, principalmente com o life stile, por causa das redes sociais. A Autvis � a entidade que trabalha com isso.”

Futuro � desafio

O m�sico reitera a import�ncia de o autor compreender de onde vem o dinheiro que movimenta o setor. “N�o s� na m�sica, mas nas artes pl�sticas tamb�m. A Autvis representa cerca de 50 mil artistas nacionais e internacionais. Acredito que o futuro da m�sica esteja relacionado ao v�deo, � imagem”, observa.

“A m�sica urbana tem muito de arte”, afirma. “A turma que faz arte de rua tem de entender que ali pode ter gera��o de receita. Por�m, o artista costuma acreditar que a maioria da grana vem da presta��o de servi�o, ou seja, ele faz um show e ganha algum dinheiro. O artista pl�stico cria o painel, ganha um dinheiro por aquele trabalho e acha que ali termina a gera��o de receita. N�o � assim, porque se a arte for utilizada de outra forma, h� gera��o de receita. A m�sica tocou no r�dio, o artista tem de receber por isso”, exemplifica.

Na verdade, trata-se de patrim�nio imaterial, refor�a o tecladista. “M�sica, hoje, � presta��o de servi�o. A pessoa n�o precisa compr�-la, basta pagar um valor e escut�-la. E o v�deo tamb�m, nas plataformas de streaming. Sou a prova de que � poss�vel viver de arte, ent�o, � preciso que o artista entenda seus direitos e todas as suas op��es, seja de trabalho ou de gera��o de receita”, conclui Henrique Portugal.