
“Desses nadas do dia a dia que v�o consumindo a melhor parte de n�s, queria te falar do fardo quando envelhecemos, do desaparecimento, dessa coisa que n�o existe mas � crua, � viva, o Tempo.” Assim escreveu Hilda Hilst (1930-2004) em um de seus livros mais aclamados, A obscena senhora D.
Ali, na Casa do Sol – ref�gio criativo em Campinas (SP), onde viveu at� morrer –, Hilda construiu seu alter ego Hill�, mulher de 60 anos que sofre com a perda do marido e discorre sobre o tempo, o abandono e a solid�o.
A pe�a A obscena senhora H, que estreia nesta sexta-feira (29), no Sesc Palladium, mescla trechos do livro e seu processo de cria��o. O espet�culo surgiu do encontro da atriz Luciana Veloso com o escritor Juarez Guimar�es Dias, pesquisador da obra da autora.
No palco, Luciana transita entre Hilda e Hill�. Juarez Guimar�es, diretor da pe�a, conta que o roteiro � direcionado a dois p�blicos: aos leitores da paulista e a quem n�o teve contato com o trabalho dela. Fragmentos de entrevistas ajudam o espectador a conhecer a escritora e seu processo de trabalho.
De acordo com Luciana Veloso, Hilda deixou um legado essencial para o mundo atual. “Vivemos um momento delicado, no qual a opini�o n�o pode ser manifestada. Hilda representa um rompimento com tudo isso. Era cheia de personalidade, de presen�a, e pouco influenciada por r�tulos sociais”, explica.
Para a atriz, a pe�a � uma oportunidade de aproximar o p�blico da escritora paulista. “Se conseguir transmitir 10% do que a obra dela significa e o que ela foi, j� fico satisfeita”, diz. Em julho, Hilda Hilst ser� a autora homenageada pela 16ª Festa Liter�ria Internacional de Paraty (Flip).
* Estagi�ria sob supervis�o da editora-assistente �ngela Faria
A OBSCENA SENHORA H
Sexta-feira (29) e s�bado (30), �s 20h; domingo (1º), �s 19h. Teatro de Bolso do Sesc Palladium. Av. Augusto de Lima, 420, Centro. Ingressos: R$ 15 (inteira) e R$ 7,50 (meia). Em cartaz at� 8 de julho.