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Estado de Minas

Em duas produ��es, Cia Ananda diz que quer 'romper c�digos normativos'

Desfrutar espet�culos de olhos vendados � o desafio proposto nas novas pe�as do grupo belorizontino


25/04/2019 09:00 - atualizado 25/04/2019 09:02

Detalhe de Olhos meus: coreógrafa Anamaria Fernandes afirma que uma das intenções é abrir novo campo estético(foto: Marina Mitre/Divulgação)
Detalhe de Olhos meus: core�grafa Anamaria Fernandes afirma que uma das inten��es � abrir novo campo est�tico (foto: Marina Mitre/Divulga��o)
Express�o art�stica dos corpos em movimento, a dan�a acessa os sentimentos do p�blico atrav�s da vis�o. Mas seria esse o �nico sentido capaz de capt�-la? A Cia Ananda prova que n�o. A partir desta semana, o grupo belo-horizontino levar� aos centros culturais da capital os espet�culos gratuitos Olhos meus e L�grimas de floresta, cuja proposta � vendar a plateia e proporcionar uma experi�ncia sensitiva diferenciada de aprecia��o da dan�a contempor�nea.

“Essa ideia veio h� mais de 20 anos, surgiu dessa pergunta: o que seria uma dan�a sem a vis�o?. Ela � concebida para ser vista. A gente imagina, enquanto core�grafa e diretora, algo para ser visto. Ent�o, o que ficaria sem esse sentido?”, questiona Anamaria Fernandes, fundadora da companhia, diretora art�stica dos dois espet�culos e professora de dan�a na Universidade Federal de Minas Gerais.

Segundo ela, a ideia nesses espet�culos � “romper c�digos normativos estabelecidos”. “A dan�a contempor�nea tem esse poder de quebrar o que pode e o que n�o pode na dan�a, os c�digos estabelecidos que sempre foram associados � vis�o. Com isso, abrimos um novo campo est�tico nessa arte, n�o como algo que nos separa, mas que nos enriquece”, argumenta a artista, que retomou a ideia de duas d�cadas atr�s em uma pesquisa recente que deu origem aos espet�culos.

Em Olhos meus, lan�ado em 2017, cada dan�arino acompanha um dos 18 espectadores, que participam da apresenta��o com uma venda nos olhos. O p�blico percebe os movimentos dos artistas por meio do tato e do som. “N�o partimos de um tema. � realmente uma investiga��o. Temos audiodescri��o, o som da voz, o tato, a respira��o, o barulho dos movimentos, tudo isso composto para fazer uma pe�a de dan�a concebida para outros sentidos”, explica Anamaria. A classifica��o indicativa � 16 anos.

INFANTIL Com uma proposta parecida, mas adaptada para o p�blico infantil, o in�dito L�grimas da floresta tamb�m prop�e a aprecia��o da dan�a sem a vis�o, mas sob um enredo linear. A hist�ria em quest�o � inspirada em contos ind�genas e trata da import�ncia da prote��o � natureza, mas de maneira po�tica e sens�vel: com m�sica, sons e coreografias. As crian�as (a partir de 7 anos) e seus acompanhantes s�o guiados pelo elenco no palco.

Anamaria Fernandes faz quest�o de refor�ar que os dois espet�culos “n�o foram criados com o objetivo de incluir deficientes, porque quando falamos ‘incluir’, estamos rotulando e colocando em condi��o de exclus�o”. Para a artista e pesquisadora, o objetivo “� realmente criar est�ticas que abarquem e abracem a diversidade humana”. A partir dessa quinta-feira, 25, Olhos meus e L�grimas da floresta estar�o no Centro Cultural Salgado Filho. At� o m�s de setembro ainda passar�o por Alto Vera Cruz (15 a 18/5), Usina de Cultura (14/6 e 17/8), Vila Mar�ola (21 a 23/8) e Bairro das Ind�strias (20 e 21/9).

A programa��o apresenta tamb�m a oficina Olhando sem olhos, que compartilha o processo investigativo de cria��o dos espet�culos. Ela tem dura��o de tr�s horas e � destinada ao p�blico a partir de 18 anos. Os dois espet�culos s�o gratuitos e com capacidade sujeita � lota��o (18 pessoas em Olhos meus e 40 em L�grimas da floresta).


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