
Tudo come�ou com o v�deo do Batom vermelho, no qual Jout Jout fala de relacionamentos abusivos. Publicado em fevereiro de 2015, obteve mais de 2 milh�es de visualiza��es e abriu uma nova janela na trajet�ria da youtuber: v�rias editoras sugeriram que fizesse um livro. Ela ficou para l� de emocionada — antes, claro, de ter mais uma crise, como conta o namorado Caio no pref�cio de T� todo mundo mal.
Adolescente, Jout Jout fez um teste vocacional cujo resultado apontou produ��o editorial como um trabalho adequado �s suas habilidades. Desde ent�o, fantasiava como seria trabalhar em uma editora. Quando cursava a gradua��o, descobriu uma editora vizinha � faculdade, escreveu uma longa carta com os motivos pelos quais queria trabalhar na empresa e conseguiu o emprego. Era um sonho de inf�ncia. Ficou por l� menos de dois anos antes de ter uma crise de “escrit�rio”, pedir demiss�o e ir trabalhar no sal�o de beleza da m�e. Mas escrever, isso era um sonho bem maior. “Sabe adolesc�ncia, que voc� tem o sonho de ser escritora e a� pensa ‘n�o vou conseguir, � muito dif�cil’, e de repente editoras te procuram e voc� fala ‘talvez n�o seja muito dif�cil’?”, conta a escritora, ao lembrar a rea��o ao receber os telefonemas.
A mesma linguagem usada nos v�deos pontua os textos da niteroiense de 25 anos formada em jornalismo que descobriu na internet um canal de comunica��o hoje com mais de 800 mil inscritos. “N�o � um livro que j� tinha em casa, foi uma coisa constru�da depois. � lembran�a de tudo n�o s� adolesc�ncia, tem vida adulta tamb�m. Embora essa coisa de adulto seja uma coisa muito relativa”, explica Jout Jout. Ela n�o sabe bem por que � relativo, mas tem certeza que T� todo mundo mal conversa com p�blicos de todas as idades, da menina de 13 anos � av� de 67. A inten��o foi, sobretudo, que leitoras e leitores se identificassem.
T� todo mundo mal
De Jout Jout. Companhia das Letras, 160 p�ginas. R$ 29,90