De olho em novos clientes, restaurantes de BH reformulam card�pios

Dar uma reformulada no card�pio com o objetivo de renovar e conquistar p�blico al�m da fiel clientela. Essa � a proposta tanto dos veteranos restaurantes La Traviata e Cantina do Lucas quanto do novato Olga Nur.

Fundado em 1987 por Renato Biagioni, que comandou a casa por 30 anos, o La Traviata � administrado pelos filhos dele, Rafael, Gustavo e Eduardo. Localizado no cora��o da Savassi, o restaurante, que funciona em uma casa tombada pelo patrim�nio hist�rico e cultural, oferece pratos variados, drinques e cervejas artesanais.

“Demos uma repaginada com o intuito de manter antigos clientes e atrair novos. Para isso, contratamos o chef Zito Cavalcante”, conta Eduardo Biagioni. “Reduzimos a quantidade de pratos. Deixamos cerca de 12 tradicionais e introduzimos outros 10.”  A proposta � modernizar, mas sem mexer nos antigos pratos, o que incomodaria a freguesia fiel.

O chef Zito Cavalcante procurou aliar as cozinhas mineira e italiana, mas sem perder a ess�ncia da casa. “Mantivemos nossos cl�ssicos e, ao mesmo tempo, trouxemos op��es italianas com conceito moderno e ingredientes locais. A nossa vontade � atrair tamb�m o p�blico mais jovem, sem perder os clientes tradicionais”, ressalta Eduardo.

Introduzido no card�pio pelo fundador Renato Biagioni, um prato das antigas continua firme: o mexido chic (R$ 35). Entre as novidades est�o a brandade de bacalhau, com farofa de bacon artesanal, p�es e lim�o-siciliano (R$ 32), e o couvert (R$ 28), que re�ne queijos mineiros especiais, frios artesanais da casa, p�es e caponata de berinjela. O pastrami e a pancetta s�o produzidas l� mesmo.

Outras atra��es s�o o ravi�li canastra (R$ 40), com br�colis, cogumelo paris na manteiga e pesto de manjeric�o, e o salm�o, risoto e espumante (R$ 60), salm�o grelhado com manteiga de ervas e risoto de espumante. Eles dividem o card�pio com os cl�ssicos brochette (R$ 48) e fil� � parmegiana (R$ 50).

Entre os pratos tradicionais, chamam a aten��o o canelloni ala sorrentina (R$ 40), recheado com salaminho italiano e mu�arela de b�fala; a costela e polenta (R$ 39), costela de porco marinada com mexerica � milanesa e polenta italiana cremosa; e o peixe al cartocio (R$ 43), til�pia assada no papel-manteiga com legumes, farofa de am�ndoas e mousseline com ra�zes de gengibre.

“Nossa ideia � proporcionar aos frequentadores uma experi�ncia completa durante o jantar”, explica Maria Leonor. “O pre�o � bastante acess�vel. As massas e os molhos s�o artesanais, tudo � feito aqui, sem congelados. Trata-se de um combo”, diz a dona do Lucas.

O fregu�s paga R$ 89,90 pela massa e uma garrafa de vinho. “Estamos fechando o inverno com chave de ouro, os clientes est�o elogiando bastante”, comemora Leonor, lembrando que quem evita carnes pode optar pelo ravi�li verde, com ricota, parmes�o, gorgonzola, passas e nozes.

O festival inclui tamb�m capelete (com espinafre fresco cozido, ricota, parmes�o e noz-moscada), lasanha branca (com presunto e molho branco, gratinada com parmes�o), lasanha patcio (massa verde, presunto parma, lombo e bacon defumados com molho ros�, gratinada com parmes�o), lasanha verde (com molho branco e presunto, gratinada com parmes�o) e lasanha � bolonhesa (com molho bolonhesa, gratinada com parmes�o).

Quanto aos vinhos, Leonor optou pelas marcas Anciano Crianza Tempranillo, Santa Alicia Cabernet Sauvignon e Collegiata Montepulciano D’Abruzzo.

fil� Os pratos antigos continuam firmes na lista dos mais pedidos. � o caso do fil� � parmegiana (R$ 49,60, individual; R$ 87,20, duas pessoas). “Como a proposta da Cantina do Lucas � preservar o card�pio tradicional, a inten��o do nosso festival � proporcionar uma experi�ncia diferente aos clientes, que poder�o experimentar as pastas com a devida harmoniza��o”, diz Leonor.

“� tamb�m uma oportunidade para quem quiser conhecer outras op��es do menu, pois v�rios clientes t�m o h�bito de repetir o mesmo prato por causa de sua rela��o afetiva com a Cantina do Lucas”, diz ela.

Aberto h� quatro anos, o restaurante Olga Nur reestruturou seu card�pio. “� um menu de mem�rias”, diz o chef Max Catolino, argentino que mora h� 11 anos em BH. Ele se inspirou em influ�ncias latino-americanas. “Optamos por uma cozinha contempor�nea”, comenta.

Catolino veio para o Brasil ainda crian�a. “Foi de extrema import�ncia trazer para o card�pio as refer�ncias gastron�micas do tempo em que eu vivia em Buenos Aires, lembran�as da inf�ncia na Argentina, os assados do meu pai, os almo�os em fam�lia, os mates (chimarr�o) que tomava com meus av�s no quintal da casa deles”, observa.

O novo menu traz couvert, petisco, entrada, prato principal e sobremesa. “S�o marcantes os ingredientes argentinos, como o chimichurri e o doce de leite. Sem contar a valoriza��o dos produtos mineiros. Acredito que essas mem�rias enriquecem a experi�ncia gastron�mica. Voc� pega uma t�cnica francesa, um ingrediente mineiro, uma experi�ncia argentina e comp�e isso em um �nico menu, descomplicado e coerente”, diz Max.

Entre os petiscos, o chivito (R$ 47) chama a aten��o. “� a releitura do tradicional sandu�che uruguaio, com fatias de ciabatta, chimichurri, fil�-mignon curado, pasta de tomate assado, ovo de codorna, bacon crocante e azeite de trufa”, descreve o chef.

O cl�ssico steak tartare ganhou vers�o com chips de mandioca, fil�-mignon curado, aioli e gema de ovo ralada (R$ 47). Tamb�m h� entradas individuais, como o pan chato (R$ 49). Esse p�o achatado chega � mesa com moranga na manteiga de alecrim, queijo de cabra, presunto de parma, pistache tostado, sour cream e coentro.

Entre os pratos com influ�ncia latino-americana, o chef destaca o ojo de bife (R$ 54), com batatas braseadas na manteiga, chimichurri e emuls�o � base de chimarr�o, e o cordeiro malbec (R$ 78), paleta de cordeiro braseada no malbec, c�tricos e creme de batata trufada.

Op��o � moda mineira, o porquinho prensado (R$ 59) traz barriga de porco com arroz de paio, ora-pro-n�bis e ovos de codorna fritos.

As mudan�as chegaram tamb�m �s sobremesas. “Vinda diretamente das mesas argentinas, a pasta frola ganhou toque mineiro, com recheio de goiabada casc�o e sorvete de queijo caseiro”, diz Catolino. O pre�o � R$ 20. J� o flan de dulce de leche (R$ 20), outra tradi��o argentina, � feito com o doce de leite de Vi�osa.

Edif�cio Maletta. Avenida Augusto de Lima, 233, loja 18, Centro. (31) 3243-6754. Aberto diariamente, das 11h30 �s 2h

Avenida Crist�v�o Colombo, 282, Savassi. (31) 3261-6044. Abre segunda-feira, das 11h30 �s 14h30; de terca a quinta, das 11h30 �s 14h30 e das 18h �s 23h30; sexta, das 11h30 �s 14h30 e das 18h � meia-noite; s�bado e domingo, das 11h30 � meia-noite. No almo�o de segunda a sexta, a casa serve apenas almo�o executivo.

Rua Curitiba, 2.202, Lourdes. (31) 3566-1851. De segunda a sexta, abre das 12h �s 15h e das 19h � meia-noite; s�bado, das 12h � meia-noite; e domingo, das 12h �s 18h.