A Pol�cia Civil do Par�, cumpriu na manh� desta ter�a-feira (26) mandados de pris�o preventiva contra quatro ambientalistas em Alter do Ch�o, regi�o da floresta amaz�nica. Os quatro faziam parte de uma entidade de combate aos inc�ndios.
De acordo com os investigadores da Pol�cia Civil, existem fortes ind�cios de que ONGs (Organiza��es N�o Governamentais), entre elas a Brigada de Inc�ndio de Alter do Ch�o, tenham atuado como causadoras do inc�ndio naquela regi�o Amaz�nica.
As investiga��es apontam para um modo de opera��o peculiar: os brigadistas ateavam fogo na floresta e posteriormente trabalhavam no combate ao inc�ndio.
As pris�es aconteceram no �mbito da opera��o Fogo do Sair�, que apura a origem dos inc�ndios que atingiram a regi�o de Alter do Ch�o em setembro deste ano e que virou not�cia no mundo inteiro. O fogo consumiu uma �rea equivalente a 1.600 campos de futebol, que equivalem a 11.424.001,83 m� e levou quatro dias para ser controlado.
Foram presos Daniel Gutierrez Govino, Jo�o Victor Pereira Romano, Gustavo de Almeida Fernandes e Marcelo Aron Cwerner.
O presidente Jair Bolsonaro, j� havia sugestionado que entidades e organiza��es n�o governamentais (ONGs) poderiam estar por tr�s dos inc�ndios na Amaz�nia. No entanto, Bolsonaro n�o apresentou provas que sustentassem naquela altura as acusa��es.
Opera��o policial
Na manh� desta ter�a (26), computadores e documentos foram apreendidos na sede da ONG Projeto Sa�de e Alegria, que � uma das institui��es sociais mais reconhecidas e premiadas da regi�o amaz�nica. Na semana passada, a ONG, foi uma das 100 institui��es coroada com o Pr�mio Melhores ONGs do Brasil.
Segundo o coordenador do projeto, a situa��o trata-se de persegui��o pol�tica e n�o h� qualquer irregularidade: "O que a gente percebe claramente � uma a��o pol�tica para tentar desmoralizar as ONGs que atuam na Amaz�nia. � muito preocupante", afirma o coordenador do Projeto Sa�de e Alegria, Caetano Scannavino.
Ilegalidades
O Minist�rio P�blico suspeita que um dos focos dos inc�ndios teria come�ado numa �rea invadida, situada �s margens do Lago Verde, lugar chamado Capad�cia, onde ocorreram ocupa��es e loteamentos ilegais nos �ltimos anos.
A investiga��o da Promotoria, iniciada, em 2015, resultou em den�ncia por desmatamento ilegal e condena��o do fazendeiro respons�vel, que est� foragido h� um ano.
Evid�ncias
O respons�vel pela investiga��o, o delegado Jos� Humberto Melo J�nior reuniu imagens, depoimentos e conversas telef�nicas, que levam para a participa��o dos suspeitos no inc�ndio. "Est� muito bem configurada a participa��o deles no in�cio de alguns inc�ndios. Eles trabalhavam posteriormente no combate e faziam imagens. Eles vendiam essas imagens a organiza��es internacionais e obtinham lucro", disse o delegado.
O delegado tamb�m suspeita de contratos destas entidades com a ONG WWF-Brasil, que teria comprado fotos dos inc�ndios feitas pela entidade por R$ 47 mil e que foram usadas para obter doa��es internacionais, inclusive uma de 500 mil d�lares do ator Leonardo DiCaprio. No entanto, a WWF-Brasil desmentiu o delegado e disse que n�o adquiriu nenhuma foto ou imagem da institui��o, nem recebeu doa��o do ator Leonardo DiCaprio.
Segundo o delegado, um v�deo publicado pela institui��o no YouTube tamb�m aponta para eles: "publicaram uma imagem de um local onde est�o s� eles e o fogo est� come�ando".
Ainda de acordo com o delegado, a brigada de combate aos inc�ndios na Amaz�nia obteve um financiamento de R$ 300 mil por causa dos inc�ndios, mas teria declarado publicamente o recebimento de R$ 100 mil. "Estamos querendo saber para onde foi o restante desse dinheiro", disse Melo J�nior. As doa��es feitas por meio das ONGs Aqu�fero Alter do Ch�o e Projeto Sa�de e Alegria, eram repassavam � Brigada como presta��o de servi�os.
Turismo afetado pelos inc�ndios
O balne�rio Alter do Ch�o � um dos principais destinos tur�sticos da Amaz�nia e chega a reunir at� 100 mil visitantes na alta temporada.
O lugar � conhecido por suas �guas cristalinas, grande extens�o florestal preservada e forte influ�ncia da cultura ind�gena.
Os recentes inc�ndios chamam a aten��o do mundo inteiro e abriu uma nova possibilidade de prote��o ambiental desses locais na Amaz�nia.