Ana L�dia de Souza Gomes foi assassinada por um serial killer de Goi�nia em 2014; ap�s seis anos, sua m�e conta como superou a perda com a ajuda do espiritismo, do trabalho e das redes sociais
Perder um filho � a maior dor que uma m�e pode sentir. A digital influencer Ada Marselha conheceu de perto essa dor ao ter sua filha de 14 anos assassinada por um serial killer e s� conseguiu superar essa grande perda com a ajuda do espiritismo, do trabalho e das redes sociais, onde recebeu consolo e tamb�m consolou outras mulheres que enfrentavam esse momento.
Ana L�dia de Souza Gomes levou tr�s tiros em um ponto de �nibus, sendo a �ltima v�tima de um assassino em s�rie que matou 42 pessoas em Goi�nia no ano de 2014. "Quando tudo aconteceu, meu filhos, a Ana L�dia e o Caio, moravam com a av�, que � minha ex-sogra e por quem eu tenho um grande carinho e uma grande gratid�o, porque ela me recebeu tamb�m na casa dela enquanto eu fui casada com o pai deles, desde os 19 anos", explicou Ada.
Segundo ela, nos finais de semana a filha ficava em sua casa e gostava de ajud�-la na feira, onde a influenciadora trabalhava vendendo roupas e acess�rios na barraca da irm� e de uma amiga. "Ela era muito faladeira, extrovertida e pedia para ir junto com a gente. Me lembro que ela pegou �nibus sozinha uma ou duas vezes e no final de semana que tudo aconteceu, em agosto de 2014, minha irm� foi busc�-la na sexta-feira porque a gente ia para feira muito cedo no s�bado, mas ela n�o quis e disse que iria no s�bado com o tio. No final das contas ele n�o veio e ela decidiu pegar o �nibus", relembrou.
Foi no ponto de �nibus que a adolescente foi atingida por tr�s disparos e morreu no local. Logo ap�s o crime, Ada recebeu uma liga��o do celular da filha informando sobre um acidente, foi at� o local e viveu o pior momento de sua vida. "Foi um desespero, uma gritaria, um dor que eu nunca pensei que fosse sentir. A tristeza tomou conta de mim, eu dizia que nunca mais voltaria a sorrir. Deixei meu emprego na �poca como gerente de loja, tive um in�cio de depress�o e perdi dez quilos. Tive que tomar rem�dio para dormir, para acordar, para comer. Fiquei muito debilitada", conta a goiana.
Foram seis meses de sofrimento, at� que Ada foi convidada para visitar um centro esp�rita e foi l� que ela iniciou seu processo de recupera��o. "Eu me senti muito bem l� e comecei a me interessar pelo assunto. Estudei tr�s anos sobre espiritismos, fiz todos os cursos que o centro oferecia, fiz parte do grupo de doa��es que ia at� a casa de pessoas carentes para entregar cestas b�sicas e durante esse per�odo conheci outras m�es que perderam seu filhos. Tudo isso foi me fortalecendo, me dando conforto".
Nesse per�odo, Ada ingressou no universo das redes sociais para contar suas experi�ncias, sua supera��o e tamb�m para apoiar outras pessoas que viviam a mesma dor. "Eu comecei a compartilhar o que eu sentia e a ajudar muitas m�es, levei algumas delas para o centro e segui com essa obra assistencial por tr�s anos".
Supera��o
Ap�s reunir as for�as que precisava, Ada voltou a trabalhar ao abrir uma loja de roupas fitness em sociedade com uma amiga. "Ficamos um ano com essa loja e foi muito bom, aprendi muito. Depois de tudo n�o trabalhei mais para os outros. Sempre digo nas minhas redes sociais que as vezes precisa acontecer algo muito forte para dar uma chacoalhada na gente, para mudar a vida da gente, seja para voc� abrir seu pr�prio neg�cio, para amadurecer ou para se tornar um ser humano melhor", pontuou.
A influenciadora destaca que nada acontece por acaso e que a perda da filha serviu para que ela transformasse sua vida. "Foi para eu acordar, conquistar minha independ�ncia. Hoje n�o tenho medo de nada, n�o tenho medo de enfrentar qualquer obst�culo. O sofrimento nos amadurece, ele � necess�rio muitas vezes".
Ada afirma que, depois de todo esse processo de transforma��o, hoje se considera uma mulher extremamente realizada e feliz. Com quase 300 mil seguidores no Instagram, atualmente ela se destaca na Internet por suas postagens sempre bem humoradas e pela for�a que transmite. "Eu voltei a ser a Ada que eu era, extrovertida, que gosta de sorrir, de trabalhar e de ajudar outras pessoas. Penso na minha filha todos os dias e isso nunca vai mudar, mas sei que ela � que me d� for�as para seguir aqui, fazendo o que eu fa�o, conquistando meu sonhos", concluiu.
