FINANCIAMENTO COLETIVO

Empreendedores usam "vaquinha virtual" para abrir neg�cio; veja como funciona

Crowdfunding � op��o para quem quer empreender e n�o tem recursos. Doa��o � feita de forma colaborativa


Analista do Sebrae Minas, Haroldo Ara�jo diz que modalidade oferece oportunidades

Uma das dificuldades enfrentadas por quem quer empreender no Brasil � angariar o valor necess�rio para capitalizar uma ideia de empreendimento. O n�vel de juros cobrados pelo mercado financeiro torna cada vez mais distante a oportunidade de conseguir um financiamento. A luz no fim do t�nel para quem n�o desiste de tirar a ideia do papel tem sido o crowdfunding, conhecido no Brasil como financiamento coletivo ou vaquinha virtual.

Crowdfunding � uma maneira virtual de arrecadar dinheiro que chegou por aqui h� cerca de seis anos. Nos projetos de financiamento coletivo, uma ideia � divulgada e v�rias pessoas podem investir pequenas quantias de dinheiro, a fim de ver tudo funcionar ou simplesmente porque foi simp�tico �quela ideia. Para cada doa��o, uma recompensa � oferecida: desde agradecimentos virtuais, o nome gravado nos agradecimentos de um CD, at� ingressos para shows. A meta do valor para viabilizar o projeto � estipulada e, caso o montante ideal n�o seja alcan�ado, os doadores recebem de volta o dinheiro doado.

Em uma das plataformas on-line de crowdfunding, a Catarse, projetos musicais que pretendem fazer a grava��o e lan�amento de �lbuns e videoclipes e custeio de turn�s s�o os mais apoiados, com 874 projetos finalizados desde o lan�amento do site. Ideias envolvendo cinema e v�deo tamb�m fazem sucesso: 804 ideias lan�adas nessa categoria do Catarse j� foram tiradas do papel. Mesmo com um cen�rio econ�mico pouco favor�vel, os financiamentos colaborativos movimentam a internet e o mundo real.

No meio da novidade, h� tamb�m a ideia do equity crowdfunding, usado para financiar produtos ou servi�os em desenvolvimento e abertura de novas pequenas e microempresas. A proposta � a mesma, mas nessa modalidade o doador se torna investidor. “Por um lado, isso facilita a vida dos empreendedores, mas aumenta o risco de quem investe. Mas como, na pr�tica, � um risco dividido, financiar coletivamente � uma ideia que tende a crescer”, diz Haroldo Ara�jo, analista da unidade de atendimento do Sebrae Minas.

O equity crowdfunding facilita n�o s� a vida do empreendedor. Aqueles que n�o teriam a possibilidade de investir individualmente veem nesse modelo uma chance de fazer parte. “O pensamento � de que, em vez de investir R$ 30 mil em uma ideia, vou investir R$ 10 mil. O outro tamb�m, mais um e assim por diante”, exemplifica Ara�jo. O que pode deixar investidores na d�vida � a incerteza de sucesso do neg�cio, mas quando a ideia deslancha, o resultado � melhor ainda. “Quando d� certo, as taxas de retorno s�o maiores do que na metodologia comum”, acrescenta o analista do Sebrae. Outro ponto favor�vel � que uma startup mineira pode receber investimentos de pessoas de qualquer parte do pa�s, aumentando as chances de atingir o valor estipulado pelo mentor do neg�cio.

No Brasil, a ideia est� engatinhando e plataformas como o EuS�cio e Broota s�o pioneiras nos investimentos coletivos. O Broota � uma ponte virtual que permite o contato direto entre empreendedores que buscam capital e pessoas que querem investir em projetos inovadores, com investimento inicial de R$ 1 mil. O valor m�ximo � estabelecido em lei: R$ 2,4 milh�es a cada ano. Fora do pa�s, uma das principais refer�ncias da nova modalidade � o Crowdcube, criado h� tr�s anos na Inglaterra. A plataforma j� distribuiu, entre 105 empreendedores, R$ 80 milh�es. Mais do que uma tend�ncia, o crowdfunding mobiliza recursos e movimenta a economia. “Existe oportunidade porque nesse processo de adapta��o de mercado paradigmas antigos est�o sendo quebrados”, diz Haroldo Ara�jo.

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