Julgamento de menor pode ser prorrogado

O julgamento do processo do adolescente de 17 anos, que denunciou o sequestro da modelo Eliza Samudio, de 25, pode se estender at� o fim de agosto, a depender do juiz Elias Abdou Obeid, da Vara da Inf�ncia e Juventude de Contagem, na Grande BH. H� previs�o era de que o magistrado defina ainda esta semana a aplica��o ou n�o de medida s�cioeducativa ao menor, acusado pelo Minist�rio P�blico de sequestro, c�rcere privado e homic�dio. Mas o juiz, que tem prazo inicial de cinco dias para julgar o processo, pode pedir prorroga��o, caso entenda pela necessidade de novas an�lises. Ele tem 45 dias, contados a partir do depoimento do menor, no dia 13, para finalizar o processo.

Na �ltima sexta-feira, o promotor de Justi�a Leonardo Barreto Moreira Alves entregou as alega��es finais relativas � acusa��o do envolvimento do jovem no sumi�o e suposta morte de Elisa Samudio. Com base na confiss�o do adolescente e nas provas testemunhais colhidas ao longo do processo, o promotor pediu a aplica��o de medida s�cioeducativa de interna��o do acusado, que varia de seis meses a tr�s anos.

Laonardo destacou que n�o h� nos autos provas cabais e inequ�vocas da participa��o do adolescente na oculta��o do cad�ver. Por isso, pediu a aplica��o da medida socioeducativa apenas para os atos infracionais de sequestro, c�rcere privado e homic�dio. Ele disse, por�m, estar convencido da pr�tica do ato por parte dos adultos indiciados no inqu�rito policial, a cargo da Delegacia de Homic�dios de Contagem.

Leonardo Barreto esclareceu que a acusa��o do envolvimento do adolescente tamb�m no homic�dio teve como base o dolo eventual. “Mesmo que o menor n�o desejasse diretamente a morte da v�tima (dolo direto), contribuiu para a ocorr�ncia desse evento. No m�nimo, aceitando o seu resultado, j� que a levou at� o local da execu��o do crime, l� permanecendo, ainda que em c�modo ao lado, sem que, em nenhum momento, tenha se manifestado de forma contr�ria a esses graves atos ou sequer desistido do cometimento deles", completou.

Defesa

Ao entregar suas alega��es finais, o advogado do menor, Eli�zer Almeida, n�o desmentiu as informa��es dadas por seu cliente em depoimentos de que a jovem veio do Rio para o s�tio do jogador. Eliezer afirmou que o adolescente foi “usado pelos adultos”. Segundo ele, as declara��es dele s�o coerentes quanto ao sequestro da modelo. O advogado evitou pol�micas em rela��o aos coment�rios de seus colegas que defendem o goleiro e outros envolvidos, que definem as vers�es do adolescente como “fantasiosas”.

Eliezer conta que seu cliente j� prestou seis depoimentos e pelo menos tr�s deles sob forte press�o, j� que na ocasi�o n�o era acompanhado por um advogado. De acordo com ele, houve diverg�ncias nas declara��es, mas foi mantida uma ess�ncia que aponta para a participa��o dele na abordagem de Eliza no hotel no Rio de Janeiro e sua vinda para o s�tio em Esmeraldas.