Elas gravitam em torno de Bruno Fernandes no inferno astral no qual o goleiro que serviu ao Galo, Corinthians e Flamengo se meteu: Eliza, Dayane, Fernanda e Ingrid. Uma est� presumivelmente morta. Das demais, apenas uma pode confort�-lo. Quando Ingrid, Fernanda e Eliza chegaram � vida do jogador, Dayane j� estava l�. Qual Bruno mais ama ou amou, n�o se sabe. Ele nunca falou. Mas a de quem menos gostou, n�o h� d�vida: Eliza. Tanto que responde por sequestro, c�rcere privado e morte da mo�a.
Dayane Rodrigues do Carmo Souza, hoje com 25 anos, conheceu Bruno antes de entrar na adolesc�ncia. Ela tinha 12 e ele 14 quando se conheceram, em Ribeir�o das Neves, Grande BH. “Meu primeiro namorado”, disse ela em depoimento � pol�cia. Bruno ainda era um candidato a jogador profissional. Ela, aos 17, e ele, aos 19, se casaram. “Eu estava muito apaixonada. Bruno sofreu muito na inf�ncia, sem pai nem m�e, mas sem se envolver com drogas ou com criminalidade.” Um prot�tipo de bom marido. Ela s� n�o aprovava o que chamou de “m�s companhias”. “Foi quando apareceram os amigos. Quem n�o era, se tornou amigo.”
Mas a oferta de mulheres no mundo do futebol � maior do que a demanda. H� louras e alouradas para todos os gostos. E, com quatro meses de casada, Dayane percebeu que o marido n�o estava resistindo �s investidas. Ela entrou nos 19 anos como m�e. Nasceu Maria Eduarda. A filha mais nova, Bruna Vit�ria, veio � luz quando o casal j� estava no Rio de Janeiro. Ele a servi�o do Flamengo. “Bruno sumia muito. “�s vezes, se concentrava no s�bado, jogava no domingo e s� aparecia na segunda.” �bvio, o casamento come�ava a azedar. “E me cansei dele.” E o relacionamento passou a ser do tipo tapas e beijos. Ela contou em depoimento que “apanhava e batia” ou “batia e apanhava”.
Nos idos de 2008, o goleiro engatou namoro com a dentista carioca Ingrid Calheiros Oliveira, que vai fazer 27 anos no dia 30. Dayane s� ficou sabendo dessa primeira rival em abril de 2009. “Passamos a nos relacionar e ficamos noivos em 2009”, disse Ingrid. O que ela n�o sabia � que, quando p�s a alian�a no dedo, havia outras mulheres na vida do jogador, al�m dela e de Dayane. Em uma das festinhas de boleiros, Bruno conheceu Eliza, uma modelo que se iniciara tamb�m na carreira de atriz com um filme porn�. Fizeram sexo uma vez e ela engravidou. “O coment�rio � que todos ficaram com ela e s� o Bruno vacilou”, contou Dayane.
Eliza, gr�vida, s� pensava no futuro do filho. Passou a cobrar de Bruno a paternidade da crian�a, uma modesta pens�o e um apartamento para morar. No meio dos dois, Luiz Henrique Rom�o, o Macarr�o. Ali�s, o amigo e ajudante de ordens do goleiro esteve sempre no caminho das quatro mulheres. Eliza n�o sabia que estava botando a m�o em casa de marimbondos. J� rolava no Rio de Janeiro o inqu�rito ao qual Bruno respondia por sequestro e c�rcere privado de Eliza, crimes pelos quais foi condenado, quando Ingrid conheceu Fernanda Gomes de Castro, natural do Rio de Janeiro, hoje com 35 anos, m�e de dois adolescentes e sem profiss�o definida.
O encontro entre as duas foi na casa do goleiro, no Recreio dos Bandeirantes, no Rio, n�o sem certo constrangimento e boa dose de mentira. Quando perguntou a Bruno quem era “aquela mulher”, o jogador respondeu que se tratava de uma namorada de Macarr�o. E, quando Fernanda perguntou a Macarr�o sobre Ingrid, ele respondeu que se tratava de uma ex-noiva de Bruno. O amigo e ajudante de ordens do jogador parecia n�o se incomodar com Fernanda, mas n�o ca�a nas gra�as de Ingrid. “Achava que ele se intrometia no meu relacionamento com Bruno.” Macarr�o acreditava que a dentista estava “de olho no dinheiro“ do goleiro, como disse Fernanda.
“Lembro-me bem do dia em que conheci a Ingrid. Foi em 14 de julho de 2009, quando ganhei um notebook, presente do Dia dos Namorados”, disse Fernanda, que j� conhecia Dayane e conheceu tamb�m Eliza. Que cadeia de infidelidade Bruno arrumou. Fernanda, por meio de depoimentos colhidos no processo do desaparecimento da modelo e m�e de Bruninho, era a que se comportava de forma mais rom�ntica com rela��o ao goleiro. Chamava-o de “meu docinho”, segundo as amigas. Os vizinhos no Bairro Santa Cruz, no Rio de Janeiro, a descreveram como uma boa mo�a, carinhosa, prestativa. “Uma das caracter�sticas dela � ser dispon�vel a qualquer pessoa”, declarou o padre Jorge Pereira Bispo, da Par�quia de Nossa Senhora da Concei��o, de Santa Cruz.
T�o boa que n�o recusou chamado para comparecer � casa de Bruno no Recreio dos Bandeirantes, quando Eliza foi sequestrada por Macarr�o e o ent�o menor J.L.L. A miss�o dela na resid�ncia do goleiro era tomar conta de Bruninho, ent�o com tr�s meses de vida. Quando o grupo embarcou em dois carros rumo a Minas, um deles, a Range Rover, transportando Eliza, Fernanda tamb�m veio, mas em outro carro, uma BMW, com Bruno e outro dos acusados. Fernanda foi convidada para assistir ao um jogo do Cem por Cento, time mantido por Bruno, em Neves.
“Uma loura tipo mulher�o”
Fernanda fez sucesso em Ribeir�o das Neves. “Uma loura tipo mulher�o”, disseram quase todos os homens da cidade da Grande BH ouvidos no inqu�rito. Ela, em depoimento, n�o negou a presen�a de Eliza no s�tio do jogador e at� a viu na arquibancada no jogo do Cem por Cento, com Bruninho a no colo. E deixou a rapaziada de boa aberta na festa comemorativa da vit�ria da equipe em um boteco da cidade. Fernanda conviveu com Eliza e Dayane no s�tio do jogador, em Esmeraldas, na Grande BH, at� a partida da equipe para uma partida amistosa no Rio de Janeiro, em 10 de julho de 2010, data do desaparecimento da modelo, m�e de Bruninho.
Tanto Fernanda quanto Dayane dizem n�o saber o destino de Eliza. As duas tentaram proteg�-lo tamb�m quando disseram que n�o viram se a modelo estava com a cabe�a machucada. Elisa levou uma coronhada de J.L.L. quando foi apanhada no Rio. Dayane at� quis ajudar mais ainda o ex-marido ao deixar Bruninho aos cuidados de outras pessoas em Ribeir�o da Neves, com o nome de Ryan Yure, com o prop�sito de escond�-lo, conforme as investiga��es, depois do sumi�o da m�e do menino. O depoimento das duas, que tamb�m estar�o no banco dos r�us, pode ser favor�vel ou n�o ao goleiro, mas a �nica que poder� confort�-lo se for condenado � a dentista Ingrid. Ela j� o visitou no pres�dio. Prova de amor? Ningu�m sabe.