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Estado de Minas

Promotoria estima que Bola possa ter direito de passar para o regime semiaberto em 2018


postado em 28/04/2013 07:00 / atualizado em 28/04/2013 14:31

Paula Sarapu e Landercy Hemerson


Por quatro votos, os jurados decidiram que o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, assassinou Eliza sem dar nenhuma chance de defesa à vítima(foto: Renata Caldeira / TJMG)
Por quatro votos, os jurados decidiram que o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, assassinou Eliza sem dar nenhuma chance de defesa � v�tima (foto: Renata Caldeira / TJMG)

Mais um cap�tulo da trama em torno da morte de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes, terminou ontem com a condena��o do homem que, no entender da maioria dos jurados, foi contratado para executar a mo�a pelo antigo amigo do atleta, Luiz Henrique Rom�o, o Macarr�o. Por quatro votos, os jurados decidiram que o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, assassinou Eliza sem dar nenhuma chance de defesa � v�tima, ao enquadr�-lo nas qualificadoras de duplo homic�dio. Bola tamb�m foi condenado pela oculta��o do cad�ver de Eliza, por quatro votos a um. A pena estabelecida pela ju�za Marixa Fabiane Lopes Rodrigues foi de 22 anos de pris�o. Segundo a promotoria, a pena deve ser cumprida em regime fechado.

A ju�za determinou pena de 19 anos por duplo homic�dio e tr�s anos por oculta��o de cad�ver. Al�m disso, Bola ter� de pagar multa. Como j� est� preso h� dois anos e nove meses, a promotoria estima que o ex-policial possa ter direito de passar para o regime semiaberto em 2018. A defesa, que alegava inoc�ncia e falta de provas, j� recorreu na ata do julgamento, alegando nulidade do processo e decis�o contr�ria ao que consta nos autos. O promotor Henry Wagner Vasconcelos se disse satisfeito. “N�o vou recorrer. Foi o j�ri mais dif�cil, pela falta do corpo e nenhuma colabora��o do acusado, mas a pena foi perfeita”, afirmou.

A condena��o ocorreu depois de seis dias de julgamento, o mais longo do caso. O promotor Henry Wagner Vasconcelos j� tinha a seu favor a certid�o de �bito de Eliza, onde consta como local da morte o endere�o de Bola em Vespasiano, e as condena��es de Bruno (22 anos e tr�s meses de pris�o) e de Macarr�o (condenado a 15 anos de pris�o). Em mar�o, Bruno afirmou que Macarr�o contratou Bola para assassinar Eliza. Para o Minist�rio P�blico, o ex-policial � um psicopata. “Estamos diante de um assassino profissional. Injusti�a seria deix�-lo solto na sociedade”, disse Henry Vasconcelos. Os jurados acompanharam o pedido do promotor, condenando-o nas duas qualificadoras – impossibilidade de defesa � v�tima e uso de esganadura (enforcamento).

O defensor �rcio Quaresma, que liderava grupo de 12 advogados constitu�dos, reconheceu que “a balan�a da Justi�a pendeu para as alega��es do Minist�rio P�blico”, disse. “N�o estou satisfeito com o resultado, mas estou feliz com meu trabalho. Estamos neste processo desde o in�cio, n�o ganhamos um centavo, gastamos do bolso, mas sempre digo que a Justi�a foi feita, mesmo que n�o seja para o meu lado”, acrescentou.

Depoimento O depoimento de Bola terminou no in�cio da tarde de ontem. Ele respondeu �s perguntas da ju�za Marixa Rodrigues iniciando todas as frases com “sou inocente”. Dizia-se debilitado e fazia quest�o de mostrar um racioc�nio lento e pensamento confuso, diferentemente do que afirmara no dia anterior o delegado Edson Moreira, respons�vel pelo inqu�rito, que descreveu Bola como “matador cruel”. Nos debates, por�m, os �nimos se exaltaram e excessos por parte da defesa e da acusa��o voltaram a ocorrer. Henry Vasconcelos criticou a atua��o de �rcio Quaresma, a quem devolveu ataques recebidos ontem e em dias anteriores. “A condena��o desse imundo � a glorifica��o da patifaria desse advogado”, gritou.

O promotor tentou demonstrar que a rela��o entre Bola e Macarr�o teve in�cio em fevereiro de 2010. Por sua vez, Quaresma pediu que os jurados n�o se comportassem como “marionetes” e voltou a chamar o promotor de “canalha”. A defesa sustentava que Bola era inocente e perseguido pelo delegado Edson Moreira. Aos jurados, os advogados ressaltavam que ainda havia investiga��es sigilosas em curso e que, por isso, eles deveriam dizer que n�o estavam aptos a julgar o caso do ex-policial. Como �ltima cartada, garantiram que as an�lises das antenas de telefone e o rastreamento das liga��es chegaram aos delegados por e-mail, sem autentica��o.

Depois dos debates, que s� terminaram �s 20h35, os jurados se reuniram. Em aproximadamente 20 minutos decidiram pela condena��o. Pouco antes das 23h, a ju�za Marixa Rodrigues leu a senten�a do ex-policial. Sem algemas, Bola ouviu o resultado do j�ri ao lado de �rcio Quaresma, �nico advogado no plen�rio. Sem poder falar com a fam�lia, o ex-policial deixou o Tribunal do J�ri de Contagem direto para o Pres�dio de S�o Joaquim de Bicas, onde j� estava preso. Em 15 de maio, um conselho de senten�a ser� formado para julgar Elen�lson Vitor e Wemerson Marques, o Coxinha. Os dois eram funcion�rios no s�tio de Bruno em Esmeraldas e s�o acusados de esconder o filho de Eliza.

MEM�RIA

Gravidez e agress�o

Depois de se relacionar com Eliza Samudio, em 2009, o goleiro Bruno Fernandes passou a ser pressionado pela mulher para assumir a paternidade de uma crian�a. No mesmo ano, ela prestou queixa contra o jogador na Justi�a carioca por agress�o e por for��-la a abortar. Em 6 de junho de 2010, Eliza chegou ao s�tio do jogador em Esmeraldas, para tentar resolver a situa��o. Ap�s o dia 10, ela n�o foi vista novamente. A pol�cia recebeu den�ncia an�nima em 24 de junho sobre o assassinato, que envolveria outras oito pessoas. A Justi�a decretou a pris�o de Bruno em julho. Quase tr�s anos depois, em mar�o deste ano, Bruno foi condenado a 22 anos e 3 meses de pris�o. Em novembro do ano passado, Macarr�o foi julgado culpado e ter� que cumprir pena de 12 anos em regime fechado por homic�dio triplamente qualificado e mais tr�s anos em regime aberto por sequestro e c�rcere privado. A ex-namorada de Bruno Fernanda Gomes de Castro foi culpada por dois crimes: de sequestro e c�rcere privado e foi condenada � pena de cinco anos em regime aberto.

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