Estado de Minas
Mercados municipais revelam riqueza cultural e gastron�mica do Vale do Jequitinhonha
MERCADOS INVADIDOS

Produtos chineses ganham espa�o em mercados tradicionais do Jequitinhonha

Em Berilo, os poucos produtores locais dividem terreno com as mercadorias "ling-ling", como s�o chamados os produtos que chegam do Oriente

Paulo Henrique Lobato - Enviado especial , Juarez Rodrigues

Juarez Rodrigues/EM/D.A. Press
Berilo e Itinga – Dona Preta, apelido de Odelzita Teixeira, de 70 anos, sobrevive h� tr�s d�cadas do pouco que vende no mercado de Berilo. “Fa�o doce de feij�o. � uma del�cia, mas est� tendo pouca procura, porque h� pouca gente para vender e para comprar”, lamentou a mulher diante de um local �s moscas. Ao contr�rio de estabelecimentos como o de Minas Novas e o de Ara�ua�, onde os feirantes disputam espa�os, o mercado em Berilo re�ne poucos produtores.

A pequena presen�a de produtores locais no mercado abriu espa�o para a chegada de negociantes de produtos importados. � o caso de Toninho, que ganha a vida vendendo mercadorias nacionais e ling-ling, como o sertanejo se refere ao que vem da China. Toninho, um microempreendedor individual, oferece � clientela dois modelos de sombrinhas asi�ticas: “S�o �teis n�o pela chuva, porque aqui � pouca. Mas para proteger do sol escaldante”.

A barraca dele tem muita coisa importada. “Eu ganhava a vida na vizinha Chapada do Norte e decidi vir para c�, h� alguns meses, porque as coisas l� tamb�m n�o estavam boas”, contou. Muitos estabelecimentos, erguidos na primeira metade do s�culo passado, penam com a antiga estrutura. N�o h� previs�o de serem reformados, mas h� uma luz no fim do t�nel. O governo do estado estuda a possibilidade de revitalizar alguns mercados. A ideia ainda � embrion�ria e, se realmente sair do papel, dever� beneficiar outras regi�es mineiras.

N�o h� garantia de que o mercado de Berilo e o de Chapada do Norte entrem na fila. Por enquanto, de concreto, representantes da Empresa de Assist�ncia T�cnica e Extens�o Rural do Estado de Minas Gerais (Emater) se reuniram h� poucos dias com colegas da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig) e do Sebrae para tratar do assunto.

A diretora de Infraestrutura da Emater, Fab�ola Paulino da Silva, explica que, caso a ideia vingue, a empresa ter� a miss�o de mobilizar os atores dos munic�pios por meio de orienta��es para a remodelagem dos mercados, sobretudo, na din�mica de ocupa��o e uso desses espa�os.

“Envolver setores como a agricultura familiar, cultura, turismo e artesanato � um pouco o papel da Emater nesse processo. A Codemig entra com o apoio financiador da proposta e como indutora do desenvolvimento, j� que os mercados t�m papel importante na economia local. E o Sebrae com a elabora��o da identidade”, informou Fab�ola.