Estado de Minas
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Mercados municipais revelam riqueza cultural e gastron�mica do Vale do Jequitinhonha

Paulo Henrique Lobato - Enviado especial , Juarez Rodrigues

Juarez Rodrigues/EM/D.A. Press
Ara�ua� e Minas Novas – Um dos s�mbolos do Jequitinhonha, os mercados municipais s�o importantes tanto para o lazer quanto para a economia do sertanejo do Vale. As bancas de madeira abarrotadas de gr�os e frutos t�picos, como o pequi, e as carnes serenadas penduradas em ganchos de ferro atraem uma multid�o, sobretudo, nas manh�s de s�bado.


O mercado de Ara�ua� � ponto de refer�ncia na regi�o. A banca de dona Maria do Carmo Santana, de 60 anos, tem muita coisa que d� �gua na boca. “Sou eu quem fa�o a geleia de mocot�, o doce de leite, o p� de moleque e o queijo. Aprendi tudo quando pequenina”, disse a mulher, h� tr�s d�cadas no local. O intenso p�blico naquele mercado levou feirantes a se renderem aos cart�es de cr�dito e d�bito. A tradicional caderneta de anota��es ainda � vista por aquelas bandas, mas a moeda de pl�stico � garantia de neg�cios com turistas, como conta Tha�s de Andrade, de 24.

Ela trabalha ao lado da m�e, Maria de Lourdes, de 47, e da av�, Maria dos Anjos, de 64. “Antes havia o escambo. As pessoas trocavam mercadorias. Deixavam um saco de farinha, por exemplo, e levavam um pote de doce de leite. Agora h� o cart�o. E as vendas subiram mais ou menos 30% em rela��o ao ano anterior”, calculou Maria de Lourdes.

 

Juarez Rodrigues/EM/D.A. Press
Os mercados ainda funcionam como cart�o-postal para que turistas conhe�am a gastronomia e o tradicional artesanato do Jequi. As pe�as de barro, como gamelas e bonecos, funcionam como �m� para os olhos de visitantes. Os pre�os m�dicos negociados na regi�o se tornam aviltantes quando o artesanato � levado por comerciantes que o revende nas metr�poles.

Por isso, associa��es de artes�os do Vale tentam colocar seus produtos nos grandes centros urbanos, sem a presen�a de atravessadores. “Estamos negociando com o pessoal do Pal�cio das Artes, em Belo Horizonte”, revelou Cleide Aparecida Santos, representante dos artes�os de Ara�ua�.

Em Minas Novas, os artes�os re�nem os trabalhos num espa�o provis�rio cedido pela prefeitura. Os objetos aguardam a obra de reforma do Sobrad�o, o primeiro arranha-c�u do pa�s, erguido no s�culo 19, para voltar a ocupar a sala em que os trabalhos eram exibidos.

Tanto em Ara�ua� quanto em Minas Novas, o vaiv�m de consumidores nas manh�s de s�bado resulta em engarrafamentos de pessoas. Em outros mercados, contudo, o espa�o vive �s moscas. Mas este tema � assunto da pr�xima reportagem.