“� uma pena n�o ter uma ponte aqui. Se houvesse, n�o seria esta peleja”, reclama a idosa, moradora de S�o Pedro, distrito do munic�pio de Jequitinhonha. Diferentemente de Minas Novas, onde a ponte foi constru�da h� mais de 10 anos e ainda n�o foi encabe�ada � BR-367, no povoado em que dona Dulce mora nem sequer h� previs�o da chegada de uma estrutura sobre o rio.
Por isso, tanto ela quanto os vizinhos dependem da balsa para chegar com maior rapidez a Itaobim ou a Jequitinhonha, cidades do outro lado da margem. “A balsa funciona das 6h �s 22h. Fora desse hor�rio � preciso chamar os balseiros em casa. � uma situa��o prec�ria”, lamentou a aposentada Elizabeth Souza, de 57.
A travessia nas balsas � gratuita nos dias �teis. “J� nos finais de semana custa R$ 5 por ve�culo”, informou Ad�o Jos�, um dos condutores do transporte fluvial. Quando h� defeito em alguma pe�a no motor da embarca��o, como ocorreu no in�cio de maio, o transporte � feito num barco motorizado. Da� o problema aumenta, pois a travessia de ve�culos fica interrompida.
A solu��o � buscar um caminho alternativo, que custa caro ao bolso do motorista. Quem conta � Patrick Miranda, de 31: “Para chegarmos � outra margem, precisamos dar uma volta de 30 quil�metros numa estrada de terra. Al�m de prec�ria, h� o gasto com combust�vel”.
O transtorno n�o fica apenas no lamento dos moradores. A dificuldade em levar mercadorias � comunidade se reflete no pre�o dos produtos negociados na venda de Jos� Luiz Pontes, de 53. “Tenho este ponto comercial h� 15 anos. Se houvesse a ponte, poderia vender algumas coisas mais baratas. A estrutura � o maior sonho da comunidade”.