Estado de Minas
Mercados municipais revelam riqueza cultural e gastron�mica do Vale do Jequitinhonha
Uma d�cada depois, ponte que custou R$ 3 milh�es em Minas Nova continua inutilizada

Falta de ponte deixa popula��o ilhada e inviabiliza com�rcio em Jequitinhonha

Moradores s� chega � outra margem do rio de balsa, que funciona das 6h �s 22h. � noite, s� chamando um balseiro em casa

Paulo Henrique Lobato - Enviado especial

Juarez Rodrigues/EM/D.A. Press
Jequitinhonha – Dona Dulce tem dificuldade em entrar e sair do barco que faz a travessia no Jequitinhonha. Aos 80 anos de idade, a senhora precisa da ajuda de amigos ou familiares tanto para descer quanto para subir o barranco onde h� um pequeno porto improvisado.
“� uma pena n�o ter uma ponte aqui. Se houvesse, n�o seria esta peleja”, reclama a idosa, moradora de S�o Pedro, distrito do munic�pio de Jequitinhonha. Diferentemente de Minas Novas, onde a ponte foi constru�da h� mais de 10 anos e ainda n�o foi encabe�ada � BR-367, no povoado em que dona Dulce mora nem sequer h� previs�o da chegada de uma estrutura sobre o rio.

 

Por isso, tanto ela quanto os vizinhos dependem da balsa para chegar com maior rapidez a Itaobim ou a Jequitinhonha, cidades do outro lado da margem. “A balsa funciona das 6h �s 22h. Fora desse hor�rio � preciso chamar os balseiros em casa. � uma situa��o prec�ria”, lamentou a aposentada Elizabeth Souza, de 57.

A travessia nas balsas � gratuita nos dias �teis. “J� nos finais de semana custa R$ 5 por ve�culo”, informou Ad�o Jos�, um dos condutores do transporte fluvial. Quando h� defeito em alguma pe�a no motor da embarca��o, como ocorreu no in�cio de maio, o transporte � feito num barco motorizado. Da� o problema aumenta, pois a travessia de ve�culos fica interrompida.

A solu��o � buscar um caminho alternativo, que custa caro ao bolso do motorista. Quem conta � Patrick Miranda, de 31: “Para chegarmos � outra margem, precisamos dar uma volta de 30 quil�metros numa estrada de terra. Al�m de prec�ria, h� o gasto com combust�vel”.

O transtorno n�o fica apenas no lamento dos moradores. A dificuldade em levar mercadorias � comunidade se reflete no pre�o dos produtos negociados na venda de Jos� Luiz Pontes, de 53. “Tenho este ponto comercial h� 15 anos. Se houvesse a ponte, poderia vender algumas coisas mais baratas. A estrutura � o maior sonho da comunidade”.