Estado de Minas
Uma d�cada depois, ponte que custou R$ 3 milh�es em Minas Nova continua inutilizada
Descoberta de fungo leva produtores do Serro a apostar no queijo maturado

Pontes de madeira e falta de pavimenta��o aumentam risco na BR-367

Rodovia que liga Diamantina ao Sul da Bahia � o principal escoamento para a produ��o do Vale, mas descuidos encarecem o custo para o sertanejo

Paulo Henrique Lobato - Enviado especial , Juarez Rodrigues

Juarez Rodrigues/EM/D.A. Press
Virgem da Lapa, Berilo e Ara�ua� – Projetada na d�cada de 1950, no governo JK, a BR-367 cortou o Vale com a promessa de garantir o desenvolvimento do Jequitinhonha. Mais de meio s�culo depois, a rodovia que liga Diamantina ao Sul da Bahia continua com longos trechos sem pavimenta��o e pontes de madeira, caracter�sticas que aumentam o risco de acidentes e encarecem o custo do sertanejo com a produ��o de uma das regi�es mais carentes do Brasil.

 

O p� seco da terra castigada pela estiagem levanta uma cortina de poeira que atrapalha a vis�o de motoristas na 367. Na temporada de chuva, o problema � a lama. Dependendo do trecho, s� passam mulas e burros, como os que levavam queijo na �poca do garimpo. Dona de um restaurante em Berilo, Ana L�cia Gomes, de 47 anos, coleciona hist�rias de acidentes e danos causados � economia do Vale pela m� conserva��o das estradas.

“Na �poca da chuva, ficamos praticamente ilhados, pois caminh�es que abastecem o munic�pio n�o conseguem chegar. Por isso, os pre�os aumentam. No per�odo do calor, devido ao gasto com a manuten��o dos ve�culos de carga, os produtos custam os olhos da cara”, desabafa a comerciante de Berilo.

� l� que tamb�m mora o agricultor Dario Gon�alves, de 53. Ele acrescenta que outros pontos cr�ticos s�o as cinco pontes em madeira entre Minas Novas e Virgem da Lapa. Uma delas, sobre o Rio Jequitinhonha, est� na entrada de Berilo.

“� quando os ve�culos passam sobre esta estrutura que algumas t�buas se levantam. Quando chove e o piso fica escorregadio, o risco de acidente cresce. Eu mesmo ca� duas vezes da moto. Sorte que n�o despenquei l� no rio. Fiquei sobre a ponte mesmo. N�o h� passagem exclusiva para pedestres e s� atravessa um carro de cada vez. Absurdo!”, critica Dario.

A obsoleta estrutura ilustra a realidade de boa parte das estradas que cortam o Jequitinhonha. O asfalto deveria ter chegado em novembro de 2015, como informa uma placa do governo federal �s margens da rodovia. A obra, estimada em 2013 em quase R$ 23,1 milh�es, est� longe de acabar. Quem se d� bem com a morosidade do governo em pavimentar o trecho � Dener Gomes, dono de uma borracharia. “O p�ssimo estado da rodovia � o eldorado de minha profiss�o. Em m�dia, atendo 20 clientes diariamente”, calcula o rapaz.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) informou que “o trecho entre Minas Novas e Virgem da Lapa ter� projeto finalizado em 2017 e que, a partir da�, depender� de verba no Or�amento da Uni�o para o in�cio da pavimenta��o”. Em rela��o �s pontes de madeira, “o processo encontra-se em fase de licenciamento ambiental e, ap�s vencida a etapa, a meta � licitar as obras este ano”.

 

Juarez Rodrigues/EM/D.A. Press