Estudo da Associa��o Pacto de Promo��o da Equidade Racial, realizado no segundo trimestre de 2022, mostra que o sal�rio m�dio de uma mulher negra no Brasil equivale a 46% do ganho de homens brancos. H� 35 anos, em 1987, o rendimento m�dio mensal de mulheres negras representava 33% do recebido por homens brancos, enquanto em 1998 esse percentual havia saltado para 40%.
PACTO Essa varia��o sinaliza que, apesar do avan�o, a valoriza��o das mulheres negras no mercado de trabalho ainda acontece de forma lenta, de acordo com dados levantados pelo estudo “A mulher negra no mercado de trabalho brasileiro: desigualdades salariais, representatividade e educa��o entre 2010 e 2022”. O estudo re�ne dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios (PNAD) e do IBGE. E foi apresentado na 1ª Confer�ncia Empresarial ESG Racial, evento realizado pelo Pacto de Promo��o da Equidade Racial, para discutir os desafios da equidade racial no mundo corporativo. O evento teve a participa��o de executivos de empresas como B3, Ambev, Gerdau, Vivo, Trace Brasil, Vale, Santander, L’oreal e outras.
DESIGUALDADE Do mesmo modo, o estudo revelou uma grande heterogeneidade da quest�o salarial entre as regi�es brasileiras. Os dados mostram que trabalhadores negros no Nordeste receberam, em m�dia, 70% do rendimento de trabalhadores brancos. J� no Sudeste, o trabalhador negro tem, em m�dia, 62% do ganho do trabalhador branco. Entre as mulheres, essa l�gica se mant�m. Os n�meros apontam que a mulher negra recebe 71% do rendimento m�dio de uma mulher branca no Nordeste e 62% no Sudeste.
SETORIZA��O Segundo os dados, parte relevante do aumento da taxa de ensino superior entre mulheres negras concentrou-se em IESs privadas e cursos de menor prest�gio. Os dados na tabela indicam que, em 2020, cerca de 45% das mulheres negras com ensino superior trabalhavam nos 5 setores de pior remunera��o na economia, sendo eles: Ind�stria t�xtil do vestu�rio e artefatos de tecidos; Servi�os de alojamento, alimenta��o, reparo, manuten��o, reda��o; Com�rcio varejista; Administra��o p�blica direta e aut�rquica e Ensino.
Em contrapartida, apenas 25% dos homens brancos com ensino superior est�o alocados nesses setores. A hierarquia dos grupos se inverte quando se considera os 5 setores de maior remunera��o, sendo eles: Extrativa mineral, Servi�os industriais de utilidade p�blica; Ind. qu�mica de produtos farmac�uticos, veterin�rios, perfumaria; Ind�stria do material de transporte e Institui��es de cr�dito, seguros e capitaliza��o.
MATERNIDADE A licen�a maternidade, garantida pela constitui��o de 1988, assegura que, ap�s o parto, a mulher em regime CLT tenha um per�odo de licen�a remunerada de 120 dias. Apesar de um dos objetivos da medida ser a garantia do retorno ao trabalho ap�s o per�odo, o estudo aponta que existe aumento gradual da participa��o da mulher no mercado de trabalho formal at� a licen�a maternidade, mas, depois desse per�odo, existe uma queda – e a sa�da dessa profissional do mercado, quase sempre, � motivada pelo empregador.
DIVERSIDADE Por�m, a quest�o varia de acordo com alguns fatores. Segundo a an�lise, mulheres com maior n�vel de escolaridade apresentam queda de participa��o de 35% ap�s 12 meses do in�cio da licen�a maternidade. Mas entre mulheres com escolaridade mais baixa, esse percentual � de 51%. Al�m disso, o estudo cita que a��es como a prorroga��o da licen�a aparecem em resultados mais s�lidos de prote��o ao emprego.