(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Professor de col�gio estadual � agredido por aluno com hist�rico escolar conturbado

Jovem j� se envolveu em brigas com colegas, tendo passado por medida socioeducativa


postado em 04/09/2013 06:00 / atualizado em 04/09/2013 06:44

Igor Lauar Teixeira, de 35 anos, mesmo com a agressão, não pensa em parar de lecionar no educandário(foto: Leandro Couri/EM/D.A press)
Igor Lauar Teixeira, de 35 anos, mesmo com a agress�o, n�o pensa em parar de lecionar no educand�rio (foto: Leandro Couri/EM/D.A press)

Agredido por um aluno dentro da Escola Estadual Bar�o de Maca�bas – que vem funcionando em espa�o cedido pela E.E. Pedro Am�rico, no Bairro Santa Tereza, Regi�o Leste de BH, por estar seu pr�dio, na Rua David Campista, Bairro Floresta, na mesma regi�o, em reformas – o professor de ci�ncias Igor Lauar Teixeira, de 35 anos, n�o conseguia disfar�ar o abatimento ao pensar que seu empenho em educar sofreu um golpe da viol�ncia na sua ess�ncia.


Seria s� mais um caso em Minas Gerais n�o fosse a terceira vez, desde abril, que T., de 15 anos, se envolve numa briga na escola. Na mais s�ria, um grupo de seis alunos acabou levado ao Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional (Cia/BH) porque um colega agredido chegou a desmaiar. Por isso, a Justi�a determinou medida socioeducativa ao estudante, que foi recebido de volta � turma com o compromisso de se submeter a acompanhamento psicol�gico e participa��o peri�dica em uma atividade chamada de ciclo restaurativo, um encontro na pr�pria escola que reunia os familiares dos meninos que se envolveram na briga, professores, equipe de inspe��o da Secretaria de Estado da Educa��o e Promotoria da Vara da Inf�ncia e da Juventude.

A agress�o contra o professor de ci�ncias ocorreu na manh� de segunda-feira. Igor encerrava uma aula para o oitavo ano e, como de costume, passou pelas carteiras dando visto nos cadernos de seus alunos. Percebeu que uma menina fazia um trabalho de portugu�s para o namorado, estudante de outra turma do oitavo ano, seu aluno tamb�m. Ele recolheu o material, disse que ela deveria assistir � aula e explicou que a adolescente n�o ajudaria o namorado fazendo a atividade de depend�ncia por ele. Segundo o professor, quando bateu o sinal, a menina o acompanhou pelo corredor, pedindo que ele devolvesse os cadernos de portugu�s, mas ele disse a ela que tudo seria entregue � dire��o. No p�tio da escola, perto da sala dos professores, Igor acabou surpreendido por T., que tentou puxar o material da m�o dele.

“Como ele n�o conseguiu, ele recuou um pouco, com uns passos para tr�s, e deu impulso para me atingir com um chute no meu �rg�o genital. Eu ca� e ele ainda me deu um soco no ombro, arranhando meu bra�o tamb�m”, contou o professor, chorando. “Ele � um aluno dif�cil porque n�o tem interesse pelos estudos, mas sou um professor brincalh�o e n�s n�o t�nhamos problemas de relacionamento. Mesmo com o hist�rico que tinha na escola, ele nunca me desrespeitou antes”, acentuou.

Igor acredita que o casal possa ter se comunicado pelo celular porque T. j� o esperava. Adolescente de classe m�dia, o menor sofria com a separa��o dos pais e j� havia se envolvido em outras duas confus�es com colegas. Na primeira situa��o, seis estudantes agrediram um aluno no corredor das salas e o garoto, que desmaiou, acabou pedindo transfer�ncia. Da segunda vez, numa aula de educa��o f�sica, T. teria discutido com outro colega. Ele ainda se envolveu numa situa��o de recepta��o de celular, em que teria escondido o aparelho de uma aluna, mas essas duas ocorr�ncias foram tratadas pela dire��o da escola como indisciplina. Para o professor de ci�ncias, a agress�o que ele sofreu n�o � um problema da escola, mas do pr�prio sistema. Ele diz que o docente perdeu o respeito e a dignidade e que n�o tem suporte que precisa das autoridades. “Passei quatro anos dentro da faculdade para ser professor, tenho princ�pios e sempre respeitei as pessoas. Jamais pensei um dia passar por isso. N�o tenho palavras para expressar minha indigna��o. N�o � �dio nem m�goa, mas impot�ncia porque nada pode ser feito”, desabafou Igor, bastante emocionado.

BOLETIM Depois de chamar a Ronda Escolar da Pol�cia Militar e registrar boletim de ocorr�ncia, o professor, que � designado, passou o resto do dia no hospital, mas ter� que fazer novos exames porque est� com sangramento. “Prefiro preservar minha imagem para n�o ficar tachado como o professor que apanhou e perder o respeito dos outros alunos, mas quero registrar minha indigna��o e espero que esse fato sirva para que as autoridades fa�am alguma coisa pela escola, para mudar essa realidade.” Segundo a diretora da Bar�o de Maca�bas, professora Am�lia Botelho, o col�gio realizou uma campanha envolvendo todas as s�ries para recuperar os valores e estimular o respeito e a boa conviv�ncia no ambiente escolar.

Ontem, uma faixa em solidariedade ao professor Igor Lauar foi pendurada no p�tio. “Foi um fato at�pico dentro desta escola, vejo esse comportamento com surpresa. O aluno � reincidente, mas estava participando das atividades e tudo parecia que estava se encaixando. Ele tinha passado pelo ciclo restaurativo e estava sendo acompanhado por outros �rg�os, como a promotoria e o juizado, para ter um tipo de atendimento que a escola n�o tem condi��es de dar”, disse a diretora, que descarta expuls�o.

A secretaria informou que n�o h� nenhuma regra sobre expuls�o de alunos e que cumpre as leis que garantem o acesso � educa��o. Para a professora Denise de Paula, integrante do Sindicato �nico dos Trabalhadores em Educa��o de Minas Gerais (SindiUte), a��es como essa resultam da falta de investimentos e de pol�ticas de educa��o. “O estado deixou de investir R$ 8 bilh�es em 10 anos e o resultado � esse.”o intenso, a escola n�o d� conta.”


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)