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Estado de Minas

�rea que abriga o Mercado Central foi o primeiro campo gramado de Minas Gerais

Est�dio, que tinha ainda pra�a de esportes, funcionou at� 1927 e pertenceu ao Am�rica


postado em 25/10/2014 06:00 / atualizado em 25/10/2014 09:30

A partir de 1923, a maioria dos jogos do Campeonato Mineiro era disputada no estadinho do América (de branco), que lá conquistou o decacampeonato estadual: arquibancada coberta estava entre as novidades (foto: Arquivo América)
A partir de 1923, a maioria dos jogos do Campeonato Mineiro era disputada no estadinho do Am�rica (de branco), que l� conquistou o decacampeonato estadual: arquibancada coberta estava entre as novidades (foto: Arquivo Am�rica)

Avenida Paraopeba, hoje Avenida Augusto de Lima, no espa�o contornado ainda pelas ruas Santa Catarina, dos Goitacazes e Curitiba. Ali existia um campo de futebol, o primeiro gramado em Minas Gerais. Pertencia ao Am�rica. Virou o Mercado Central em 1929. Antes, por cinco anos, muitos jogos do Campeonato Mineiro ocorreram por l�, incluindo algumas conquistas emblem�ticas, como o decacampeonato do Coelho.


Era uma Belo Horizonte muito diferente da atual. Os espa�os para o futebol eram como os de v�rzea, todos de terra. Do outro lado, onde hoje est� localizado o Minascentro, que outrora foi a Secretaria de Estado da Sa�de, ficava o campo do Atl�tico.
J� naquela �poca, a pol�tica imperava. O Am�rica era o grande rival do Atl�tico. Os dirigentes do alviverde se mobilizaram para que o clube tivesse seu pr�prio est�dio. Mais que isso, uma pra�a de esportes.

O presidente era Ramiro de Barros. Em 1922, os jogadores do Am�rica foram convocados para representar a Sele��o Mineira num amistoso contra a Sele��o Carioca, no Rio de Janeiro, quando houve empate por 2 a 2. Nascia ali a ideia de erguer em Belo Horizonte um est�dio nos moldes dos que existiam no Rio de Janeiro, em especial o do Fluminense, nas Laranjeiras.

Barros formou uma comiss�o para articular a campanha. No in�cio de 1921, o clube consegue, junto � prefeitura, a concess�o do terreno na Avenida Paraopeba. Al�m disso, obteve uma subven��o de seis contos de r�is. No entanto, para construir um est�dio eram precisos mais 40 contos de r�is. E o clube viabilizou a verba por meio da ajuda de s�cios. O espa�o seria inovador, incluindo outros esportes, algo que ainda n�o existia na jovem capital.

(foto: Arquivo América)
(foto: Arquivo Am�rica)


Na verdade, o que ocorreu a partir daquele jogo no Rio de Janeiro foi a continuidade de uma hist�ria que come�ou em 1913, quando o Am�rica ganhou o usufruto do terreno, onde funcionava o Minas Gerais, um time de futebol que tinha s�cios. Segundo um decreto da Prefeitura de Belo Horizonte, o clube passava a ter direito ao quarteir�o 21, da 3ª Zona Urbana, localizado na Avenida Paraopeba, entre as ruas Curitiba e Santa Catarina, o que estava registrado em cart�rio. Em contrapartida, pela cess�o do terreno, o Am�rica estava obrigado a receber os s�cios do Minas Gerais, como foi feito.

Em 1921, de posse da �rea e com os recursos, m�os � obra. A constru��o foi iniciada em 2 de maio daquele ano. Era uma leg�tima pra�a de esportes, onde constariam um campo de futebol gramado, uma quadra de t�nis, uma pista de patina��o, um estande de tiro ao alvo, al�m de uma quadra cimentada para v�lei e basquete.

Chega ent�o o dia 6 de maio de 1923. Finalmente, depois de mais de dois anos de obras, o est�dio � inaugurado – antes, em 7 de setembro de 1922, quando s� o campo gramado estava conclu�do, houve um jogo entre Am�rica e Palestra It�lia, que terminou empatado por 3 a 3.

A novidade encantava o p�blico. Havia a grama, os vesti�rios, banheiros. Mais do que isso: pela primeira vez, uma arquibancada, que media 60 metros de comprimento por 12 de largura. Parte dela era coberta. Era o melhor est�dio de Minas Gerais e, como consequ�ncia, todos os jogos do Certame Mineiro – como era conhecido o campeonato estadual – passariam a ser jogados ali.

A inaugura��o foi um dia de gala. Praticamente toda a cidade se dirigiu ao “campo do Am�rica” para acompanhar a solenidade, que colocava Belo Horizonte e Minas Gerais no mapa do futebol brasileiro. E a partida, Am�rica x Am�rica -RJ, foi tratada como um acontecimento de estado, tanto que coube ao ent�o presidente do estado (como era chamado o governador � �poca) Raul Soares dar o chute inicial. E o fez de fraque, cartola e bengala. Foi um chute mascado, desajeitado, mas fora dado o pontap� inicial do est�dio.

A torcida era toda do time mineiro. Ningu�m admitia torcer para os cariocas. No entanto, o resultado seria decepcionante: 5 a 1 para o Am�rica-RJ. Mas n�o o bastante para apagar o clima de festa.

O per�odo coincide com uma fase de ouro do Am�rica, que ali conquistou tr�s t�tulos consecutivos, de 1923 a 1925, quando chegou ao decacampeonato. A cess�o da �rea, no entanto, acabaria em 1927, com o �ltimo jogo ocorrendo em 11 de dezembro daquele ano, com a vit�ria por 3 a 2 sobre o Atl�tico, depois de estar ganhando por 3 a 0.

Para justificar o fechamento do campo, o poder p�blico alegou que a cidade – ent�o com cerca de 90 mil habitantes – crescia e precisava de um local para a instala��o de um mercado central, al�m de uma Secretaria de Estado da Sa�de.

O presidente do estado era Ant�nio Carlos. Poucos anos antes, ele havia decidido formar o “Tri�ngulo de Minas Gerais” com os tr�s clubes. O Am�rica, com o est�dio pr�ximo � Pra�a Raul Soares, o Atl�tico, que teria o seu constru�do em Lourdes, e o Palestra It�lia, que surgia como terceira for�a, no Barro Preto.

Assim, o circuito foi desfeito, com o Am�rica ganhando um novo terreno, desta vez na Avenida Araguaia, que viria a ser o Est�dio da Alameda Ezequiel Dias, vizinho � Santa Casa de Miserirc�rdia, desativado nos anos 1970.

Principais jogadores no
1º est�dio do Am�rica


1921

Affonso Silviano Brand�o (goleiro)
Otac�lo Negr�o de Lima (volante)
Lucas Machado (armador)
Saint Clair Valadares (atacante)
Alencar L�scio (atacante)
Geraldino de Carvalho (atacante)

1922

Tonico (zagueiro)
M�rcio Motta (zagueiro)
Paulo Cerqueira Leite (zagueiro)
Camillo Mendes Pimentel (zagueiro)
Celso Mascarenhas (volante)
Papaisca (armador)
Satyro Taboada (atacante)
Fausto de Freitas (atacante)
Saint Clair Valadares (atacante)

1923

Jos� de Souza (zagueiro)
Porph�rio Taboada (volante)
Celso Mascarenhas (armador)
Saint Clair Valadares (atacante)
Bolivar Moreira de Abreu (atacante)

1924

Salim Suaid (goleiro)
Kain�o (volante)
Christiano de Souza (armador)
Geraldino de Carvalho (atacante)
Adelmar Frade (atacante)
Chico Leite (atacante)

1925 (decacampeonato)

Salim, Tonico e Souza; Parruda, Tango e Sanguera; Chico Leite, Bolivar, Satyro, Osvaldinho e Gauchinho

 

 


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