
Uma cidade no centro do mundo. Em 2014, no planeta bola, na cultura e na pol�tica, Belo Horizonte esteve na mira de todas as lentes. O Mundial de futebol revelou uma cidade com voca��o para festa e para a ocupa��o pac�fica das ruas. Gente de todos os sotaques, de v�rias partes do pa�s e do exterior, aprovou a hospitalidade dos mineiros. O Mineir�o, a Savassi, o Mercado Central e o Conjunto Arquitet�nico da Pampulha – que pode ser elevado a Patrim�nio Cultural da Humanidade – j� s�o bem mais que boas lembran�as para milhares de forasteiros. No ano que n�o vamos esquecer, tamb�m teve carnaval de rua, festival de teatro internacional, queda de viaduto e os dois maiores cl�ssicos da hist�ria disputados por Atl�tico e Cruzeiro.
Os n�meros oficiais apontaram 140 blocos de rua, credenciados para o Carnaval de Belo Horizonte. N�o engrossaram as estat�sticas os pequenos grupos de esquina, reunidos em diversos pontos da cidade. De Norte a Sul, entre 15 de fevereiro e 9 de mar�o, teve programa��o e repert�rio para os foli�es das mais distintas inclina��es. Teve maracatu, samba rock, reggae e muito ax�, embalados por todas as cores. Para citar apenas tr�s dos principais coletivos da alegria, que arrastaram multid�es pelas ruas, pra�as e avenidas da capital: Baianas Ozadas, Pena de Pav�o de Krishna e Ent�o, Brilha!
Foi este ano o maior Festival Internacional de Teatro de Palco & Rua de Belo Horizonte (Fit-BH). A 12ª edi��o do evento, de 6 a 25 de maio, levou espet�culos e oficinas de v�rias partes do globo para as nove regionais. Com mais espa�o e oportunidades para os profissionais da cena local, o Fit-BH 2014 privilegiou a diversidade, a coexist�ncia e descentralizou a pauta de apresenta��es, em parceria in�dita com escolas p�blicas e comunidades da periferia.
Com a Copa do Mundo no Brasil, BH foi janela para o mais festejado evento esportivo do planeta. Turistas e torcedores de todos os continentes fizeram da Savassi, do Mercado Central e da Pampulha pontos de todas as l�nguas e sotaques. Diferentemente do que muita gente imaginou, foram tempos de amizades e azara��o, com casos isolados de confus�o na Regi�o Centro-Sul. Sobraram elogios � hospitalidade do belo-horizontino e � beleza dos rapazes e das mo�as de Minas.
Oito de julho. Naquela ter�a-feira, os ingressos nas m�os dos cambistas chegaram a valer R$ 2,5 mil. Um cap�tulo � parte na maior festa da bola no mundo em Belo Horizonte. Nem o torcedor mais pessimista imaginava o passeio da Alemanha nas quatro linhas do Mineir�o. Aqueles 7 a 1 est�o anotados para sempre no livro dos vexames mais incr�veis da hist�ria. A pior derrota da sele��o brasileira em Copas tinha sido em 1998 – quando a sele��o perdeu o t�tulo para a Fran�a por 3 a 0.
Em pleno Mundial, na Regi�o da Pampulha, um viaduto ao ch�o. Duas vidas perdidas e 23 feridos. Hanna Cristina dos Santos e Charlys Frederico Moreira do Nascimento, mortos em 3 de julho sob a al�a de concreto, jamais ser�o esquecidos. Laudo da Pol�cia Civil apontou erros de c�lculo no projeto, redu��o de material na constru��o da estrutura e dimensionamento inadequado dos blocos de sustenta��o dos pilares. A outra al�a do Viaduto Batalha dos Guararapes foi demolida em 14 de setembro. A avenida Pedro I s� foi totalmente liberada em 29 de setembro.
Minas comemorou em 2014 um fato in�dito: o nascimento de dois filhotes de gorila no zool�gico de BH, os primeiros gerados em cativeiro na Am�rica Latina. Em agosto, nasceu o filho de Lou Lou e do macho Leon. Ganhou o nome de Sawidi, que em tupi-guarani significa “� amado, � querido”. Em setembro, veiuo � luz o filho da gorila Imbi, tamb�m com Leon, que acaba de ser batizado. Chama-se Jahari, palavra de origem africana que significa jovem forte e poderoso. Os nomes foram escolhidos em vota��o popular.
No caminho da Presid�ncia da Rep�blica um homem e uma mulher nascidos em Belo Horizonte. A�cio Neves da Cunha e Dilma Vana Rousseff promoveram o nome da capital mineira �s altas rodas do Brasil e do exterior. Como h� muito n�o se via, os dois candidatos mobilizaram belo-horizontinos de todas as tribos e promoveram embate entre conhecidos, amigos e familiares. Pra�as, avenidas e ruas da cidade foram tomadas pelas duas bandeiras, fazendo da pol�tica o assunto mais entendido dos mineiros.
Se o Brasil, de Felipe Scolari, deu vexame em terras mineiras, Atl�tico e Cruzeiro foram a sensa��o nas duas principais competi��es nacionais. N�o teve para mais ningu�m na Copa do Brasil e no Brasileiro. Os dois grandes de Minas cravaram seus escudos no topo da lista dos campe�es dos campe�es, ofuscando Rio e S�o Paulo. No apagar das luzes do calend�rio esportivo de 2014, BH voltou a ser palco de alegrias. E a vida, para cruzeirenses e atleticanos (que comemoraram tamb�m a Recopa Sul-Americana), uma festa.
